21 de dezembro de 2024

Baixa no coronavírus e aquecimento na economia

Divulgação

O Jornal do Commercio (JC) tem uma seção que deve ter ganhado maior índice de leitura a partir da chegada pandemia de coronavírus (covid-19) no Amazonas. Apresentada diariamente, a coluna é o obituário de Manaus. Ali são informados a idade e, antes da pandemia começar, a causa da morte, filiação e idade do falecido. Com a pandemia, houve uma mudança e as informações, agora, se limitam ao nome, idade e o local – hospital, domicílio – e a idade do defunto.

 O JC normalmente publicava as informações com um ou dois dias de defasagem, a chegada da pandemia, no entanto, mudou isso. Assim, hoje dia 19, defasagem entre as datas de sepultamento e publicação dos nomes no obituário do JC é de exatas duas semanas. Como se vê, os mortos realmente podem esperar.

 As más notícias, porém, não ficam somente no obituário. Se na semana passada a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares ( Abracicl o) já informara a queda a 98% na produção de motos no mês de abril, nesta semana foi a vez de se registrar a queda na produção de bicicletas.  O segmento das bikes caiu, também no mês de abril, 86,7%. O fato confirma a baixa na produção no setor de duas rodas. Este panorama, no entanto, já deve começar a se modificar a partir deste mês de maio, uma vez que a maioria das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) já voltaram às suas operações normais

 Mas, voltando ao tema da pandemia, há boas notícias no ar. Desde o último fim de semana há registro de queda no número de mortes por covid-19 em Manaus, com isso, as unidades de tratamento intensivo (UTIs) dos hospitais estão atendendo com uma margem maior de leitos liberados.

No momento de maior incidência de covid-19 na capital, o percentual de UTIs ocupadas atingiu,  de acordo com a Susam, 96%. Esta ocupação agora caiu para 82%.

Outro indicador de que a pandemia chegou ao pico e está em queda é a baixa no número de sepultamentos, que atingiu cerca de 170 por dia, e retornou a um número bem menor nesta semana, com cerca de 70 sepultamentos. Embora seja um número que não deve ser comemorado por representar mais que a média diária de sepultamentos no período anterior à chegada do coronavírus na cidade.

Se a covid-19 reduziu o ritmo, na economia e, principalmente, nos investimentos, quem pode estar comemorando, para variar, são os bancos, uma vez que, de acordo com analistas, houve uma migração muito grande de ativos que saíram das bolsas de valores, onde o risco é maior, e migraram para os bancos. Essa corrida da Bolsa para os bancos está demonstrada pelos de balanços dos quatro principais bancos brasileiros: Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Santander e ainda o Banco do Brasil. Esses quatro bancos, juntos, fecharam o primeiro trimestre acumulando depósitos à vista e a prazo de R$ 1,84 trilhão. Esse número significa crescimento de 10,9% em apenas 3 meses.

O grande problema, agora, parece ser conciliar a necessidade de as empresas retornarem o mais rápido possível às suas atividades econômicas com não menos importante de resguardar as pessoas de um segundo pico da pandemia ainda mais agressivo, com a liberação sem critério e sem as medidas preventivas necessárias com o objetivo de garantir o retorno ao trabalho de forma segura.

*Eustáquio Libório é jornalista

Fonte: Eustáquio Libório

Eustáquio Libório

Jornalista

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