23 de novembro de 2024

BRICS, a geopolítica global e o Brasil – I

Nilson Pimentel (*)

BRICS becomes more geopolitical, oriental, fossil and dictatorial. The addition of six new countries to the BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa) will compose a more asymmetrical group, with a strong presence of the oil-producing Middle East and authoritarian regimes, under growing Chinese leadership. Saudi Arabia, Iran and the United Arab Emirates, as new members, make the Gulf and fossil fuels the group’s axes. They are joined by Egypt and Ethiopia, representatives of Africa, but close to the Middle East. Finally, Argentina could pull Brazil out of Latin American solitude through an expanded BRICS or BRICS+. But this desire is destined to be frustrated, if the Argentine elections of next October 22 confirm the favoritism of the extreme right candidate, Javier Milei, the most voted in the primaries of August 13, with 30% of the votes. The expansion of the group must continue. There were 23 candidates before the 15th Summit of the BRICS, from August 22nd to 24th in Johannesburg, South Africa, which determined the selective enlargement and had the Russian president, Vladimir Putin, absent from the Forum. “Geopolitics won, to the detriment of rights and the environment”, summarized Ana García, director of the Brics Center for Studies and Research, better known by its name in English, Brics Policy Center. This nature of the group’s expansion became more evident with the inclusion of Saudi Arabia and Iran, two Middle Eastern countries whose conflicts were suspended through China’s mediation. They represent greater decision-making power of the alliance between China and Russia, in the BRICS+, assessed Garcia, in Johannesburg, where he participated in debates with civil society representatives, mainly Africans, in forums parallel to the summit. Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva tried to include human and social rights and women’s empowerment as central issues for the development of countries in an opening speech. “It was a sign that Brazil would make it difficult to approve Iran, the most complex case. He should have made it difficult, but he lost,” Garcia said. “Brazil must stand out as an exception in a Brics that leans towards fossil fuels and with governments less permeable to the dissident voices of their societies. India, with an increasingly authoritarian regime, has a civil society that is trying to organize itself, and South Africa also has grassroots social movements, but with difficulties to prevail”, noted García. There is the IBSA, the Dialogue Forum between India, Brazil and South Africa, created in 2003 and with intense activities, which would be “a subgroup within the BRICS to prevent or oppose the greater weight of China in the alliance with Russia”. “It would be a hope of articulation of the global South in a context of wider geopolitical tensions”, concluded the investigation of the Brics Policy Center. The expansion of the BRICS is not an exclusive victory for China. The group is a political space that aims to face the main challenges of the countries of the Global South.                                           

Quando a nação brasileira pensa que se chegou à descida de palanques da última eleição, vem o presidente com suas ideias absurdas em defesa da falta de transparência de decisões de autoridades públicas, como as de ministros do STF (Superior Tribunal Federal), com flagrante violação ao texto constitucional, uma vergonha! Desrespeito aos direitos constitucionais do povo brasileiro. Assim também, vem ministro do STF, usurpando prerrogativas, legislando que terras produtivas podem ser desapropriadas, jogando insegurança jurídica em todo o mundo do agronegócio e nos defensores da propriedade privada, um dos pilares do sistema capitalista. Mais um absurdo: ministro Dias Toffoli, monocraticamente, decide anular (invalidou) todas as provas e demais decisões da Lava Jato, o que beneficia mais de 200 políticos corruptos e empresários corruptores, mesmo a despeito da recuperação de R$ 6 bilhões que essas pessoas devolveram aos cofres públicos. E, diz mais que a condenação e prisão de Lula foi o maior erro judiciário no Brasil, e agora quer punir todos os membros do judiciário envolvidos na operação Lava Jato de Curitiba. Haja manobras jurídicas para beneficiar os corruptos de esquerda que estão no poder atualmente. Também, não se pode deixar de criticar o que se passou com 5 de setembro, data maior para o Estado do AMAZONAS, que foi transferida sua data comemorativa para 8 de setembro pelo governo estadual, um desrespeito à cultura cívica dos amazonenses. Por outro lado, se assistiu o presidente falar que era o Dia da Amazônia (5.9) – (individualmente não tenho conhecimento desse fato), reunindo as ministras do meio ambiente e a dos povos indígenas na assinatura de ato de criação de mais duas reservas indígenas (Tarauacá, no Acre e Fonte Boa no Amazonas). 

Tratar sobre o BRICS, sendo o assunto de geopolítica mais importante desse século, até podendo essa guerra absurda (Ucrânia X Rússia) se transformar em algo maior, é um assunto bem complexo, pois não se trata de uma organização militar, como a OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) e nem uma organização econômica como a União Europeia, o Grupo do Euro. Mas, um grupo geopolítico com objetivos econômicos de países fora daquele grupo de hegemônicos tradicionais do hemisfério norte, que se sobrepõem em suas regiões, sendo que se destacam entre eles, algumas importantes economias mundiais, como a China, a Rússia e a Índia, tendo no Brasil um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Atualmente estão sendo chamados de Sul Global –o que se refere a todos aqueles países que têm uma história interconectada de colonialismoneocolonialismo e uma estrutura social e econômica com grandes desigualdades em padrões de vida,  ou acesso a recursos, mercados emergentes, economia em transição, países de industrialização recente, etc, pois chamá-los assim, não é especificamente geográfico, mas nomear os antigos países do “terceiro mundo”, na sua maioria ex-colônias europeias. Contudo o BRICS e como sabem, depois da incorporação (janeiro/2024) dos seis novos sócios (Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Egito e Etiópia), o grupo do BRICS terá mais de 40% da população mundial e cerca de 40% do PIB mundial, o que por si só já fala da importância deste grupo e de sua ampliação decidida na reunião de Joanesburgo (África do Sul). Entretanto, se considera improvável que os países do Sul Global se unam para se juntarem ao Ocidente Global ou ao Leste Global. O Sul Global é o ‘decisor’ mas não quer escolher, porém oscilará como um pêndulo entre os dois, pois eles têm a economia, têm os recursos, e têm o poder de determinar a direção que o mundo irá tomar, em futuro próximo. Sem embargo, os países do Sul Global também poderão usar a situação atual –BRICS+ -como uma oportunidade para afirmar a sua independência, referente à potência americana em declínio a nível global, bem como, nessa perspectiva, na tentativa de contrapor Instituições Ocidentais –FMI, Banco Mundial, etc, inclusive criar uma moeda própria para comércio internacional entre eles, para fugir do domínio do dólar.  Por outro lado, e apesar de países de governos autoritários, inclusive os novos entrantes, até ditaduras como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iran, muito petróleo e autoritarismo, a expansão do BRICS, transformando-se em BRICS+, é considerada um triunfo para a China, no seu esforço de expansão na África, Ásia e na América Latina, bem como nos novos papéis nos fóruns multilaterais, ainda mais com o fortalecimento de seu próprio banco mundial – NBD (Novo Banco de Desenvolvimento) está sediado em Xangai, é verdadeiro teste à liderança da China desde o início dos BRICS. Ressalte-se, que se vê algum problema nos BRICS+, é ter seus rumos ditados por disputas geopolíticas, em detrimento dos grandes desafios da humanidade, como a problemática climática, as guerras, as desigualdades sociais/econômicas e a insegurança social e de saúde, bem como, se pode caminhar para o enfraquecimento das democracias. (continua)(*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador Sênior, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

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