Caminhos do empreendedorismo 2023

Em: 15 de janeiro de 2023

Já é fato comprovado que o Brasil é um país de tendência empreendedora. E Empreender é uma palavra que tem se tornado muito frequente no vocabulário atual, especialmente no mundo empresarial e de negócios. No Artigo passado falamos acerca do Empreendedorismo 4.0, cujas características estão no fato de ser uma vertente com o emprego e uso da tecnologia como mote principal de ação. Todavia, não o uso de tecnologia por si só, mas sim o uso de inovações relacionadas ao conceito da Indústria 4.0.

 Frisamos o fato de que várias empresas já utilizam de novas tecnologias no seu dia a dia, contudo, somente isso não pode caracterizar o empreendedorismo 4.0, pois para ser configurada como tal, é primordial que as empresas utilizem inovações tecnológicas, como por exemplo, a internet das coisas (conjunto de diferentes tecnologias para realizar tarefas com o mínimo de intervenção manual. Por exemplo, uma máquina pode ser combinada com outra para acelerar a linha de produção); o big data (a análise e armazenamento de dados de uma empresa. A quantidade de informações associadas ao Big Data é tão grande que apenas as máquinas conseguem processá-la); a robótica (se refere à automatização, com máquinas que realizam tarefas sem intervenção humana. Com isso, é possível automatizar diversas atividades, economizando custos e aumentando a eficiência); a inteligência artificial (permite que sistemas simulem uma inteligência similar à humana, indo além da programação de ordens específicas para tomar decisões de maneira autônoma, baseadas em padrões de enormes bancos de dados), dentre outros. Falamos exatamente acerca destas premissas na semana passada.

Diante do fato irrefutável do Brasil ter um grande potencial empreendedor, é notório também que se faz necessário o estabelecimento de políticas públicas voltadas para esta área, para que se possa haver o desenvolvimento de uma cultura que vá ao encontro desta característica e ação diferenciada. O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) divulgou através do estudo ‘Sobrevivência de Empresas 2020’ que o ramo de microempreendedores individuais (MEI) é o que apresenta a maior taxa de mortalidade de negócios em até cinco anos. De acordo com essa pesquisa realizada com base em dados da Receita Federal e com levantamento de campo, a taxa de mortalidade desta área de negócios é de 29%. Já as microempresas têm taxa, após cinco anos, de 21,6%, e as de pequeno porte, de 17%. O estado com a maior taxa de mortalidade é Minas Gerais, em 30%. Enquanto isso o Distrito Federal e os estados de Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram índice de 29%. O Amazonas e o Piauí foram os que apresentaram as menores taxas de mortalidade, 22% cada um, seguidos do Amapá, do Maranhão e do Rio de Janeiro (23%).

O ano de 2022 marcou um ‘recomeço’, pois após 2 anos de pandemia da Covid-19, com a gradual diminuição da doença e o avanço da vacinação, a vida finalmente começou a se normalizar; todavia, com mudanças. Novas culturas da época da ‘quarentena’ permaneceram e foram absorvidas por muitos profissionais, sendo que diversos destes novos modos de se viver devem ser permanentes, o que tende a mudar profundamente as dinâmicas de trabalho mundo afora também. O trabalho em home office, por exemplo, se tornou uma realidade crescente a partir de então.

E para 2023, segundo especialistas, a tendência é de que se deve apostar no meio digital, ou seja, ligar os negócios à tecnologia. Será uma questão de adaptação e sobrevivência; o que vai ao encontro do que tratamos no Artigo anterior, acerca do Empreendedorismo 4.0. É preciso compreender o novo momento que vivemos, com o advento e crescimento de serviços como o e-commerce, o delivery, o home office,  etc. É no ambiente on-line que as grandes oportunidades se avizinham. Seja montando um grande site, ou divulgando nas redes sociais, por exemplo, o importante é estar associando o próprio negócio ao mundo tecnológico, com as ferramentas digitais usadas da maneira correta

Lisandro Mamud

Lisandro Mamud é administrador, pesquisador em Inovação, Tecnologia e Educação do Núcleo Educotec (Ufam)
Pesquisar