Em homenagem ao Dia Nacional da Ciência, o artigo apresenta estudos que apontam que a C&T&I (Ciência, Tecnologia e Inovação) estão fazendo uma grande diferença nos países mais competitivos, sustentáveis e inovadores do planeta.
Em abril/2001, o presidente FHC sancionou a lei 10221 <https://bit.ly/3Q6D8fL> que instituiu o dia 8/7 como o Dia Nacional da Ciência, cujo Artigo 2o reza “O Poder público incentivará a divulgação pública do Dia Nacional da Ciência, assim como sua comemoração em todos os estabelecimentos educacionais do país. Com base nessa Lei, nos últimos anos, você tem sido incentivado a ler mais, publicar e/ou participar ativamente em eventos ou ações relacionadas à C&T&I?
Infelizmente, a maioria da população tem sido manipulada para perder tempo com tantas distrações inúteis (copa das copas, kit gay, ataques às universidades, fraudes nas urnas, voto impresso, armamento, doutrinação, comunismo, etc) que acaba não discutindo efetivamente sobre os principais problemas da nação e como eles poderiam ser enfrentados por meio de políticas públicas, projetos e investimentos em Educação, C&T&I. E para mostrar como a C&T&I tem feito uma grande diferença em países mais competitivos do planeta, abaixo serão apresentados estudos comparando o desempenho de dezenas de países, incluindo o Brasil, nas áreas de Competitividade, Sustentabilidade e C&T&I.
Estudo 1: Competitividade global (Competitiveness Yearbook)
Foi abordado no JCAM, no dia 12/7/22 <https://bit.ly/3aKYJeL>. Segundo o IMD, estes são os países mais competitivos em 2022: 1) Dinamarca; 2) Suíça; 3) Cingapura; 4) Suécia; 5) HK; 6) Holanda; 7) Taiwan; 8) Finlândia; 9) Noruega; e 10) EUA. O Brasil ficou quase na lanterna (59a) com problemas graves envolvendo Eficiência Governamental e Infraestrutura, em ambas, há indicadores envolvendo Educação, C&T&I.
Estudo 2: Competitividade ambiental (Env. Performance Index)
Também foi explicado no JCAM no dia 27/7/22 <https://bit.ly/3PHtccN> e nesse ranking há indicadores que representam forte uso de C&T&I. E segundo a Universidade de Yale, os países mais sustentáveis do planeta (2022) são: 1) Dinamarca; 2) Reino Unido (RU).; 3) Finlândia; 4) Malta; 5) Suécia; 6) Luxemburgo; 7) Eslovênia; 8) Áustria; 9) Suíça; e 10) Islândia. Neste estudo o Brasil ficou no 82o lugar, o pior resultado desde o início de sua publicação.
Estudo 3: Os países mais Inovadores do Planeta
Em sua 14a edição, o Relatório Global Innovation Index (GII – https://bit.ly/3zooRnO) 2021 avaliou o desempenho de 132 nações, e apresentou os dez mais inovadores do planeta: 1) Suíça com 65,5 pontos; 2) Suécia (63,1); 3) EUA (61,3); 4) RU (59,8); 5) Coreia do Sul (59,3); 6) Holanda (58,6); 7) Finlândia (58,4); 8) Cingapura (57,8); 9) Dinamarca (57,3) e 10) Alemanha (57,3). Neste ranking o Brasil ficou na 57a colocação com 34,2 pontos.
Basicamente, o GII é publicado desde 2007 pela World Intellectual Property Organization (WIPO), em parceria com a Universidade de Cornell, Instituto Portluans, o INSEAD, etc. O GII fornece uma imagem mais completa sobre o estado da Inovação dos Ecossistemas espalhados pelo planeta. Cada país recebe uma pontuação final (0 a 100), a partir da análise de 81 indicadores organizados em dois grupos:
G1) Subíndice de Entrada de Inovação, com cinco pilares que capturam os elementos da economia que facilitam as atividades inovadoras: Instituições (ambiente político, ambiente regulatório, ambiente empresarial), Capital Humano e Pesquisa (Educação, P&D), Infraestrutura (TICs, Sustentabilidade, etc), Sofisticação do Mercado (Crédito, Investimento, Comércio), Sofisticação Empresarial (Trabalhadores do Conhecimento, Redes de Inovações, Absorção do Conhecimento).
G2) Subíndice de Saída de Inovação, com dois pilares que capturam o resultado das atividades da inovação: Resultados do Conhecimento e Tecnológicos (Criação de conhecimento, Impacto do conhecimento, Difusão do conhecimento) e Resultados da Criatividade (Ativos intangíveis, Produtos e Serviços Criativos e Criatividade virtual)
E analisar os dados de todos os 14 relatórios, usando como variáveis, o valor médio do posicionamento e o valor médio da nota final de cada país, obtém-se os seguintes resultados:
1) as dez nações mais inovadoras desde 2007 são: Suíça, Suécia, RU, EUA, Holanda, Cingapura, Finlândia, Dinamarca, Alemanha e HK. De todos, a Suíça se destaca, saindo do 6o lugar em 2007 e ficando no 1o lugar desde 2011.
2) o Brasil tem ficado em uma posição média de 60o lugar com uma pontuação média de 34,7 pontos. Ao longo desse tempo, sua melhor posição foi em 2007 (40o), caindo ao longo do tempo e não apresentando melhoras significativas, alcançando o pior desempenho no segundo governo Dilma/Temer (2015-70o; 2016=69o; 2017=69o; 2018=63o), seguido pelo Governo Bolsonaro (2019=66o; 2020=62o; 2021=57o). Além disso, apenas em 2011, a pontuação final do Brasil (37,8) esteve acima da média mundial (36,7) e o país nunca conseguiu estar entre os 39 melhores colocados, sendo 2015 (70o) o ano com o pior desempenho.
Lista 4: Competitividade científica
Desde 1996, a Scimago Journal & Country Rank (SJR) <https://bit.ly/3p1GkOp> classifica anualmente os países pelo número total de publicações científicas encontradas na Base de Dados da Scopus. Segundo a SJR, os dez melhores são: 1) EUA; 2) China; 3) RU; 4) Alemanha; 5) Japão; 6) França; 7) Índia; 8) Itália; 9) Canadá; e 10) Austrália. O Brasil ficou na 14a colocação, entre 242 nações investigadas. No entanto, este tipo de classificação tem viés tendencioso, pois países com maior população tenderiam a ter mais publicação, assim, em termos de publicação, o melhor seria número de publicações por milhão de habitantes do país.
Desta forma, ao baixar todas as planilhas anuais da SJR, coletar o número total de publicações por ano de cada país, bem como adicionar para cada ano, o tamanho da população de cada país, de 1996 até 2021 <https://bit.ly/3POdGvT>, foi possível calcular o número de publicações por milhão de habitantes da cada país. Aqui, foi levado em consideração apenas países com mais de um milhão de habitantes, com todos os dados disponíveis nas duas fontes usadas.
Como resultado, 150 países foram analisados, e em 2021, os dez mais competitivos foram: 1) Suíça (6592 publicações/1 Mh); 2) Dinamarca (5969); 3) Noruega (5503); 4) Austrália (4865); 5) Cingapura (4857); 6) Suécia (4826); 7) Finlândia (4536); 8) Holanda (4239); 9) Irlanda (4202) e 10) Eslovênia (3933). A média e a mediana deste grupo de campeões são respectivamente 4952 e 4841 publicações/1Mh. Neste estudo, o Brasil ficou no 57o lugar com 468 publicações/1Mh, valor quase 10 vezes menor que a média dos dez campeões, bem como inferior à média (965) de todos os 150 países analisados.
Finalmente, é possível perceber que os países com maior parcela da população contribuindo para a C&T&I, em especial, publicações científicas, tendem a ter melhor competitividade, sustentabilidade e inovação, quando comparados àqueles cuja população produz menos ciência.