Esta semana houve um anuncio de privatização de vários aeroportos que o governo está pretendendo realizar no Brasil. Entre estes, incluem-se os de Manaus, Tabatinga e Tefé, aqui no estado do Amazonas. Logicamente é uma notícia bastante auspiciosa e importante, causando as mais diversas reações, não apenas pela ação em si mas pelo fato do objeto que vem causando interpretações erradas ao longo de tantos anos: A PRIVATIZAÇÃO.
Durante anos o estado brasileiro tomou para si o direito, ou dever, como quer que definam seus idealizadores, de administrar os setores produtivos brasileiros que consideravam ESTRATÉGICOS para o desenvolvimento do nosso país. Foi assim com a Petrobrás, a Eletrobrás e tantas outras “brás” que surgiram em nossa história. Também aconteceram as estatizações por conta da falta de capital privado que apostasse na viabilidade do setor, como aconteceu com a Coopersucar e o desenvolvimento do álcool etanol, e também o desenvolvimento da Vale do Rio Doce, que deveria suprir o setor siderúrgico de minério de ferro e depois se expandiu até tornar-se uma gigante da mineração.
A questão toda está na lógica e no ângulo com que se analisa esta questão, pois a estatização é, normalmente uma deturpação do mercado, pois para funcionar o governo determina o MONOPÓLIO. As empresas estatais se transformam em elefantes brancos, com número exagerado de funcionários, com baixa produtividade e salários, principalmente da administração, exageradamente inflados.
Neste cenário entra em campo a necessidade de se fazer o processo de PRIVATIZAÇÃO, onde o processo se inverte, colocando aquelas empresas aqui descritas, nas mãos de investidores privados, abrindo o mercado para a concorrência e fazendo com que estas empresas, pelo fato de estarem nas mãos de gestores profissionais, busquem metas mais audaciosas, investimentos em processos produtivos modernos e promovam aumento de renda e emprego com retorno de faturamento e produtividade.
Exatamente é o que se começou a fazer durante o Plano Real, naquilo que seria uma de suas fases, mas não se chegou a concluir, e o governo vem engatinhando pois muitas são as forças que buscam prejudicar o processo de privatização todas as vezes em que o mesmo é tentado. A única explicação para a aversão à privatização, até mesmo pelo fato de os inimigos serem os poderosos de Brasília, está no fato comprovado de serem as estatais as maiores promotoras de processos de corrupção e cabides de emprego que já se tomou conhecimento em nosso país.
Durante as mais de duas décadas em que os governos de esquerda estiveram no poder, aliados aos supostos professores que misturam sua função educadora com suas convicções ideológicas, formou-se na cabeça de nossa nova geração uma idéia completamente deturpada sobre a privatização. É muito comum ainda, quando se fala a respeito, alguém perguntar se ao privatizar não se estaria “entregando ao inimigo” o patrimônio do país. Esta é uma afirmativa tipicamente ideológica, onde o investidor é visto como inimigo e o estado é colocado como o dono absoluto de tudo o que possa gerar produção.
O Que estas pessoas não se perguntam é de onde vem a verdadeira produção e a própria verba que mantém os gastos estatais. Como os estados poderiam se manter sem os impostos gerados pela produção das empresas particulares? Como o trabalhador viveria sem seu salário, que é pago pelo seu patrão que muitas vezes lhe ensinaram a ver como o inimigo? Esta inversão de valores prejudica demais o andar das coisas, não apenas em termos econômicos, mas principalmente em termos sociais e políticos, deixando nosso país mais atrasado do que deveria e poderia.
Que venha o mais rápido possível a privatização dos aeroportos de Manaus, Tabatinga e Tefé e, se Deus quiser, mais alguns espalhados pelo nosso interior, fazendo com que o setor aeroportuário da nossa região melhore bastante e passe a fazer parte do que há de mais moderno no mercado, pois estamos muito aquém do ideal.