7 de setembro de 2024

Comunicação não violenta

Percebo que o que estamos vivendo no contexto da pandemia tem sensibilizado muitas pessoas para o amor verdadeiro, para a valorização de pequenos momentos, pela priorização de convivências relevantes, para o olhar de carinho para a família, amigos, e o próximo. 

Vejo crescer a generosidade, a vontade de ajudar, a disponibilidade em fazer algo pelo outro, mesmo distante, o florescer da compaixão. Dentro desta visão, ecoa os ensinos de Rosemberg acerca de técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais: a comunicação não violenta.

A “CNV” – Comunicação não violenta é uma abordagem especifica de comunicação tanto para falar como para ouvir, que nos permite uma forma compassiva de se comunicar e uma maneira profunda de escutar. Acreditei ser uma grande oportunidade compartilhar aqui e contribuir neste processo evolutivo de relacionamentos de tantos, e uma oportunidade de reflexão para muitos que ainda não se aperceberam da necessidade de sermos fonte de boa vontade em nossa convivência com os outros.

Se pararmos para pensar, a comunicação é o principal instrumento de interação, seja ela de qualquer forma, falada, expressa pelo corpo, escrita, por sinais e hoje em dia a qualquer distância. Imagine os benefícios de aprendermos nos comunicar com amor e empatia em distinção a uma comunicação de julgamento e críticas?

Não vou esgotar aqui todo o processo e suas técnicas, mas posso estimular a partir desta pequena introdução, você entender melhor como funciona, possa aplicá-la em seus relacionamentos e assim possa, em meio ao caos, estabelecer uma forma de se relacionar de forma mais autêntica e desarmada, favorecendo para o que mais precisamos, saúde. Saúde em nossa convivência.

Considero a técnica da comunicação não violenta com princípios para uma vida com mais compaixão, decifrando sentimentos e necessidades , ajudando a melhorar nossos relacionamentos por que mostra um jeito de falar sem machucar, e também ouvir sem ofender. 

Considerando os 4 componentes da comunicação não violenta é possível cocriar um caminho com o outro, mesmo na briga ou diante de um conflito, pois nos permite uma lente para ver o que está por trás do comportamento e decifrar o que irrita, abrindo para um diálogo através do caminho do autoconhecimento ao tirarmos do automático e nos conduzindo a fazer escolhas.

Os quatro componentes são:

1 – Observação: de maneira descritiva e não julgadora. Observa-se o fato que está acontecendo em uma situação, sem fazer nenhum julgamento ou avaliação. As observações devem ser feitas de modo específico, para um tempo e um contexto determinado.

2 – Sentimento: como nos sentimos em relação ao que estamos observando? Identifica-se o que se está sentindo ao observar aquela determinada situação, fazendo um contato consigo mesmo. A expressão de nossas vulnerabilidades, através dos sentimentos, pode ajudar a resolver conflitos.

3 – Necessidades: quais valores e desejos geram nossos sentimentos? Reconhecer as necessidades que estão por trás dos nossos sentimentos que identificamos ali. O que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa de nossos sentimentos.

4 – Pedidos: claros e específicos. Realiza-se um pedido bem específico, enfocando o que estamos querendo da outra pessoa, utilizando-se de uma linguagem positiva ao fazer pedidos.

Marshall defende que as respostas a estímulos comunicacionais deixem de ser automáticas e repetitivas, e passem a ser mais conscientes e baseados em percepções do momento, por meio da observação de comportamentos e fatores que têm influência sobre cada um. 

Este é um momento muito favorável para sairmos do automático e possamos avaliar como estamos observando os fatos e dados de comportamentos em nós e em nossas relações, identificando nossos sentimentos e necessidades para compreendermos de forma profunda quais pedidos fazem realmente sentido e possamos viver uma vida leve, com paz interior, mesmo que todo o mundo esteja gritando. 

Se ainda consigo incentivar a aplicar esta técnica, reforço que através de uma comunicação não violenta, será possível:

  • Reconhecer seus sentimentos, sem julgá-los ou ignorá-los e ajudá-lo a gerenciar suas emoções.
  • Aprender a expressar seus sentimentos e necessidades através de pedidos específicos, não guardando rancor que tanto prejudica sua saúde.
  •  Eliminar as críticas e julgamentos, tomando a responsabilidade sobre os impactos em vocês, evitando uma comunicação errada.
  • Ter uma comunicação mais assertiva com honestidade e empatia.
  • Oferecer o melhor do seu amor às pessoas em situações tensão que muito podem afastar e ainda favorecer para uma agressividade desnecessária.

No fim das contas, diria que aprender a ter uma comunicação não violeta, favorecerá para vermos a beleza dentro de nós. Eu creio em dias melhores! Acredito que tem muito que independe de nós e que não podemos fazer muito, mas existem muitas outras situações em que através das nossas relações humanas saudáveis podemos contribuir para que o melhor aconteça. 

Cíntia Lima

é Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional [email protected] - 92 981004470

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