Bosco Jackmonth*
Convém postar-se atento para as contribuições dos dizeres culturais “lulistas”, ou por outra “abceistas”, digamos, que costumam vez por outra surgir dispostas no noticiário quem sabe mundial, dadas as nossas suposições se não são excessivas.
A última divulgada que certamente alcançou tal repercussão, visto o trabalho de pracista a que se atira sua Excelência a vender os contornos político-sociais brasileiros pelo mundo, diz respeito à guerra Rússia x Ucrânia, que sustenta a seu tom aquela notória sempre pândega fonte. Sem prejuízo das muitas que serão aqui nomeadas, embora tenham escapado da menção até aqui em destaque.
Sucede, não é de surpreender que a irrupção de uma guerra produz em cada país beligerante uma onda de envolvimento patriótico profundo, desejando-se que em algum momento surgisse um Jeremias para pelo menos advertir sobre a destruição que se seguiria.
A propósito, é de recordar que a figura aqui citada segue na Bíblia traduzindo-se em alguém que se punha a queixar-se muito, visto assim como o autor das lamentações, como consta do Livro de Jeremias, que é seu patroci na dor, com perdão pela troça maldosa, sabe-se lá!
Mesmo com o suposto cuidado de não se tornar enfadonho pela extensão, este nosso trabalho vai se postar a examinar conflitos mundiais do início aos demorados desfechos desde os tidos como mais marcantes, a nosso juízo, ainda que começando pelo êxtase patriótico das invasões ou mesmo pelas defesas do gênero, até quem sabe alcançar o ponto de saturação do sofrimento, então brotando por vezes o que a cultura aqui rotulou de cansaço. Como a questão aqui é histórica, hajam tempos idos. Comecemos pelo “Incidente de Serajevo”. Então, em junho de 1914, o herdeiro do trono austríaco, Fernando Ferdinando, fez sua primeira visita oficial à Bósnia, a mais nova província do reino dos Habsburgos. Nisso, mal podia ter previsto que essa viagem conduziria diretamente ao irromper da Primeira Guerra Mundial. Mas – olha só! – sabia que ela envolveria alguns riscos pessoais.
Desde 1908, quando os austríacos haviam absorvido a Bósnia, cidadãos chauvinistas do reino vizinho da Sérvia faziam o que podiam para suscitar problemas aos novos senhores. É que propagandistas e terroristas se infiltravam pelas fronteiras para incentivar a causa da unificação eslava sob a égide da Sérvia. O governo sérvio não apoiava oficialmente tais atividades, mas alguns dignitários sérvios eram membros das sociedades secretas de nomes eloqüentes tipo “União ou Morte” (popularmente conhecida como “Mão Negra”), cujo brazão trazia os símbolos de uma caveira e ossos, mais uma bomba, um punhal e um vidro de veneno.
Cinco anos de agitações tinham desgastado muito a paciência austríaca, e isso levou os dirigentes austríacos de Saravejo (cidade principal da Bósnia) a tomarem especiais precauções policiais em relação à aludida visita de Francisco Ferdinando. Mesmo assim tais cuidados mostraram-se insuficientes, posto quando o cortejo real se dirigia para a prefeitura, uma bomba foi atirada à carruagem lançada por um jovem estudante da Bósnia. O artefato explodiu inofensiva na rua, mas, na viagem de volta, outro conspirador de 18 anos, chamado Princip, disparou contra o arquiduque e sua esposa um tiroteio fatal.(Continua).
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Adv.(OAB/AM 436).Curs.Dir; Jornal; Contab; Ex-func,Bco.Br.Mao e Rio. Etc. Tel.991553480.