Eu estava lá! Reconheço a gigantesca importância da EMBRAPA! Contudo, juro que jamais imaginei apenas UM deputado estadual presente, o autor da proposta, Wilker Barreto. A pandemia nos mostrou que não existe distância que nos separe, e que o contato VIRTUAL é sempre possível. Mas nem no formato virtual houve qualquer manifestação dos outros 23 parlamentares. Alguns podem até dizer que o Wilker Barreto é oposição. Se foi isso, é inaceitável, porque a EMBRAPA está acima de qualquer partido pela ciência que faz e disponibiliza ao Brasil e ao Mundo em suas atividades. EMBRAPA é sinônimo de desenvolvimento sustentável, tecnologia, ciência, soberania e segurança alimentar. O ex-deputado estadual e federal José Ricardo esteve por lá, pois sabe o papel da EMBRAPA no campo. O deputado Wilker Barreto que conduziu com equilíbrio e respeito, soube separar seu papel de oposição destacando apenas o potencial da EMBRAPA. Olha o absurdo, não tinha quem assumisse a presidência dos trabalhos para o autor da proposta se manifestar. Nunca vi isso na ALEAM! Em seu discurso, o deputado, que foi muito feliz com essa justíssima homenagem, falou da importação de alimentos pelo Amazonas, que o PIM/ZFM manteve a floresta em pé (aqui eu discordo totalmente), da distância entre a ALEAM e as pesquisas da EMBRAPA e outros temas. Diria ao deputado que a ALEAM precisa fazer o dever de casa para o Amazonas avançar mais rapidamente e reduzir a importação de alimentos. Destacaria três pontos:
- Acredito que vocês nunca viram a EMBRAPA envolvida em corrupção, escândalos. Pode até ter TIDO, mas é quase inexistente. Nesse aspecto, a ALEAM deveria fazer o dever de casa e proibir indicações meramente políticas, sem critérios, em todo o nosso IDAM. Perguntem da EMBRAPA como é feita a seleção para assumir os cargos por lá. É papel da ALEAM mudar essa regra, até porque sabemos que as indicações sem critérios iniciam pela ALEAM e chegam na “Compensa”. A minha CONAB, vez por outra, a presidência é envolvida em ilegalidades, é porque ainda não copiaram o modelo da EMBRAPA. Façam isso com o IDAM, ADS e ADAF e acompanhem os avanços expressivos que acontecerão. Hoje, como foi em quase todo o passado, o IDAM é usado politicamente, e da forma mais errada possível, em especial nas Unidades Locais. Não estou generalizando, mas usar os de casa não tenho dúvida que os erros diminuirão consideravelmente. É só olhar o que aconteceu ano passado;
- A ALEAM precisa cobrar, insistentemente o ZEE do Amazonas. Sem o ZEE atirasse pra todo lado e quase não acerta em nada. Roraima fez o ZEE recentemente com ajuda de doutores da nossa UFAM. A área ambiental tá enrolando desde 2003, e o que fez a ALEAM nesses 20 anos? O ZEE é homologado na ALEAM;
- Avaliem quantos milhões já foram destinados para RF, Regularização Fundiária. Olha o que está acontecendo no Sul do Amazonas. Sem RF, não tem Licenciamento Ambiental, não tem acesso a crédito rural e por aí vai…papel da ALEAM cobrar, esse gargalo trava a produção de alimentos no AM;
- Achei ótima a ideia da ALEAM ir até à EMBRAPA. Procurem saber quando a atual gestão ambiental do Amazonas foi conhecer o que a Embrapa fez e faz. Parece que foi no final do ano passado, depois de 4 anos do governo Wilson Lima;
- Façam uma comissão e viajem até RO e PA para ver como anda o processo de licenciamento ambiental por lá. Vejam quanto eles acessam do crédito rural? É o mesmo bioma, mas lá anda, aqui não;
- Fiquem de OLHO no Fundo Amazônia…O que fez a ALEAM com um Bolsa Floresta que ficou 14 anos em 50 reais, mesmo tendo vindo milhões de países europeus para cá?
- Por fim, respeito a opinião do deputado, mas discordo totalmente da afirmativa que foi o modelo PIM/ZFM que manteve a floresta em pé. O modelo PIM/ZFM nunca chegou ao interior, não interiorizou o desenvolvimento, e nem por isso o caboclo desmatou. Temos 97% preservado, mas 58% passando fome. Com 58% passando fome, pergunto? Cadê o emprego do PIM/ZFM no interior? Se tivesse, não teríamos esses 58%. Isso nunca existiu, é argumento furado para defender um modelo que tem fartos argumentos técnicos para continuar existindo e nos ajudar a sobreviver no estado mais preservado do mundo. Nosso AGRO é aliado do PIM, mas tem alguns defensores do PIM que ignoram o nosso AGRO. Absurdo!
- Abram o olho, não deixem que UM CENTAVO do Fundo Amazônia seja aplicado sem o conhecimento de vocês. E que seja aplicado no ZEE, RF, LA e Bolsa Floresta digno, não de miséria;
Quem acabou com a PANDEMIA foi a ciência, que a EMBRAPA faz há 50 anos e revolucionou o campo, mesmo assim só teve a presença de UM parlamentar. Só doença justifica a ausência física e virtual dessa homenagem à EMBRAPA. Vi por lá a presença da UFAM, FAPEAM, FAEA, SEPROR, MAPA/SFA e dezenas de colaboradores da EMBRAPA. Não vi o IDAM!
09.05.2023Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]