Desenvolvimento regional – eis a questão – III (Turismo)

Em: 15 de junho de 2021

O TURISMO, para alguns economistas representa com seus segmentos o melhor do setor de Serviços tendo como característica fatorial ser intensivo em mão de obra, apresenta na estruturação das atividades do Turismo, a possibilidade criar oportunidades de geração de trabalho e renda, concorre para criação de um conjunto de negócios que o circundam e compõem a sua Cadeia Produtiva, valorizando a economia regional local, nos aspectos histórico, cultural, artístico, lazer, esportivo, científico e ambiental, sempre valorizando o território no qual as atividades se desenvolvem. Para outros economistas, o TURISMO representa verdadeira Indústria, a qual classificam como um quarto setor na Economia, por todas as características que envolvem sua Cadeia Produtiva. E, como todos sabem, está ligado ao ócio produtivo, com o passar para a 4a. Revolução Industrial, com processos de inovações tecnológicas e tecnologias da informação e Comunicação (TIC’s) em plataformas virtuais, que se pôde planejar a maior movimentação e deslocamento de pessoas em lazer em todo o mundo.

Contudo, antes de discorrer sobre o tema, tenho a informar o questionamento de meu leitor: A ideologia do Capitalismo é baseada na crença da propriedade privada, na propriedade dos fatores de produção, nos processos de produção privados, na irrestrita liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro e na existência de mercados. Isto não pode ser confundido com a posse de dinheiro, pois este, é mais um bem econômico que serve de meio de pagamento no sistema econômico capitalista. O Capitalismo pode ser apresentado nas formas de  ‘livre mercado ou laissez-faire, capitalismo de bem-estar social, capitalismo de Estado e capitalismo misto’.

O Capitalismo é o único sistema econômico capaz de gerar riqueza e não se confunde ou se compara com outro sistema ou ideologia. Assim entendido, voltemos ao tema do artigo. Como ressaltam os economistas pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA), quando se trata de Desenvolvimento Econômico Regional (DER), não se relaciona somente a vontade política do governante (se houver), mas de um sistema de fatores e variáveis econômicas, mais os conhecimentos científicos tecnológicos e TIC’s, acoplados aos investimentos privados que tratam a questão.

Toda região territorial possui uma base econômica para se viabilizar. Desse modo, o potencial turístico de uma determinada localidade pode e deve ser explorado como estratégia de Desenvolvimento Econômico Regional local. Ressaltando que, frente aos resultados e benefícios dessa atividade econômica para a região local, para a população e para a Economia do Estado, as estratégias podem ser elaboradas e fomentadas pelo poder público em conjunto com empreendedores/investidores, revestidas em políticas públicas específicas que devem ser formuladas para segmento. Para o pessoal do CEA, após a quebra do paradigma fordista de produção, a economia globalizada passou por especial crescimento, onde o lazer ainda não era considerado uma atividade econômica de importância, mas o turismo como lazer ainda era apresentado de forma secundária, que dizia-se que somente a elite praticava essa atividade, pois possuía tempo e dinheiro para tal, pois a preocupação era apenas com a compra de bens e não com o prazer de realizar atividades diferentes de seus cotidianos. Antes de tudo, se precisa conceituar o TURISMO e como envolvem as atividades econômicas de grande potencial de geração de postos de trabalho e renda.

Essa atividade econômica é definida a partir de sua própria demanda, que se organiza a partir de seu consumo, permitindo inserir um conjunto de importantes segmentos agregados que são impactados pelo volume de seu consumo. E o Turista? é a pessoa ou grupo que se desloca de seu lugar de origem para realizar viagem superior a 24 horas, podendo ser mais formal ou restrito. E o TURISMO abrange os seguintes segmentos conhecidos e formalizados: Artístico/Cultural, de  Eventos, de Negócios, Religioso, Esportivo, Rural /Ecológico, ambiental, de pesca, de observação do meio ambiente natural, dentre outros. Então, a Economia do TURISMO movimenta e abrange importantes segmentos econômicos, tais como: Aeroportos, Portos, Hotéis, Casas de Espetáculos, Bares e Restaurantes, Transportes (terrestre, aéreo, marítimo), Agências de viagens, Aluguéis de Veículos e Táxis, Agências de Guias, Universidades (bacharéis em Turismo), até hospitais.

Nesses tempos atuais de pandemia – COVID-19 e globalização da economia, dos novos processos de comunicação, com novas tecnologias e os novos Sistemas de Informação e comunicação (TIC’s), proporcionam uma nova concorrência para o TURISMO, fazem as pessoas mudarem seus hábitos e comportamentos e criam novos modos de relacionamento, assim como, novas formas de produção de bens e de comercialização de serviços, como os de Turismo. (continua)

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]
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