Bosco Jackmonth*
Discorro. Antes de se pormenorizar a anunciada figura do remo atlético abraçado por Manaus, cidade fundada altura do século XVIII, em 24 de outubro de 1669, portanto há mais de 354 anos, dada como capital faceira, emocionalmente ardente, mostrando-se ainda jovem apesar da idade, cidade-sorriso, e nominada no século XIX como Barra do Rio Negro, cuja designação original proveio da tribo dos Manaós, habitantes da região dos rios Negro e Solimões, passando então para Manaus, que aliás significa Mãe dos Deuses! Sabia?
Dada a sua fundação, na data encimada, deu-se a partir de uma mera fortificação para fixar a presença lusitana a resguardar a entrada no aludido território amazônico ocidental, quanto às invasões estrangeiras, sobretudo de holandeses e de espanhóis, segue, na data fincada da nossa Região Amazônica, consabida como plena de vegetação e clima tropical. Neste espaço amazônico não se tem somente a vantagem de colher produtos agrícolas ainda que por meio extrativo e que são exportados há séculos, como borracha, sorva, juta, castanha, óleos de pau-rosa, de copaíba, de andiroba, concentrado de guaraná, mantas de pirarucú… caça e pesca, de caráter por vezes mais consumista que é o que acode de momento à lembrança, mas presentemente mais do que nunca a atividade industrial, como bem se sabe provinda do Polo Industrial, além da turística, já se disse pesca de sobrevivência tanto quanto a esportiva, a exemplo da natação, saltos ornamentais das grades das pontes que cortam os igarapés, regatas, polo aquático, remo como atletismo e o mais.
Dizia-se de uma cidade posta a noroeste do Brasil, situada na margem esquerda do Rio Negro, como ponto de partida estratégica em direção à já nominada Floresta, quando a leste do majestoso Rio Negro de águas da cor que lhes dá nome, encontra-se com o Rio Solimões, barrento, surgindo então um fenômeno visual, de incredulidade tal a ponto de designar-se “Encontro das Águas,” notável ponto turístico, restando mais adiante os dois afluentes comporem o também lendário Rio Amazonas que em seguida encontra o Oceano Atlântico.
Sucede, nos dias que correm vividos pela presente comunidade, há de se registrar o tributo que lhe cabe nos moldes que acometem os grupos populacionais que se sujeitam à atualidade dos costumes, abordagem que provoca impasse quanto a isso: há de se dizer ou o que não dizer? Ora, decidamos abordar os fatos que se originam da leva de emigrantes provindos de toda parte, e que aqui se acomodaram às vezes precariamente, dando-se espontaneamente, ao que se supõe, designações de sua própria lavra. Ou seja, Zumbi, Cidade de Deus, Vila da Prata, Santa Etelvina, Coroado e Alvorada, todas sujeitas, quem sabe, aos cuidados do “Comando Vermelho”, grupo de criminosa notoriedade no ramo, isto se não se está aqui a cometer algum disparate. Vá saber!
Por fim, tratemos de finalmente abordar a questão do remo atlético, a propósito praticado por este que desafia a vossa paciência e que se queda agradecido. Isso se deu há alguns anos, por volta de 17 anos de idade, verdade então que há muitíssimos anos, segundo fotos desgastadas pelo tempo! Foi no Grêmio Náutico Portugal, fincado no finzinho da Av. 7 de Setembro, clube que rivalizava com o Ruder Klus, fundado por alemães (depois Clube do Remo), e Clube Amazonense de Regatas, mas todos de inspiração asiática (japoneses), e europeia, gringos aqui chegados atraídos pelo ciclo da borracha, atuando na cultura da cidade que se tornou cosmopolita, até pela então circulação dos bondes, construções de pontes, e luzes públicas, cabendo lembrar outros arranjos que compunham a belle époque, inclusive moças de família de então, daí haver eu nascido com sobrenomes quitais, ora provindos de Portugal (Costa) e Jackmonth (França), embora não tenha pedido para nascer, ora, ora…
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Advogado (OAB/AM) 436, desde 16/12/67; Ex-sub-ger. BEA; Bco.Brasil Manaus e Rio de Janeiro, Aqui comissionado pelo Bco. Central c/Fiscal de Bcos., voltados para as operações com moedas estrangeiras. Cursou Direito, Comunicação Social, Corretagem de Imóveis, Contabilidade, Oratória, Taquigrafia, lecionou História Geral, foi proprietário da “Livraria Universitária”. Gerente, Consultor e Assessor Jurídico de empresas locais. [email protected].