O artigo apresenta o investimento na Educação e o perfil dos três países mais competitivos do planeta, bem como questiona o silêncio da maioria, diante das irregularidades no MEC e do abandono gradual do Plano Nacional da Educação (PNE).
Muitos sábios já ressaltaram a importância da Educação, vista como uma das molas propulsoras do desenvolvimento das nações mais competitivas, sustentáveis ou prósperas. Sócrates, um dos mais antigos, questionava sobre como educar ou preparar as pessoas para viverem na sociedade. Ele cobrava por uma reformulação da Educação Grega, considerando ultrapassada a visão de um ensino voltado para preparar os jovens para pegar em armas, ser guerreiro e ter uma morte gloriosa em campo de batalha.
A importância da Educação pode ser vista comparando o desempenho do Brasil com países líderes do planeta. E o último artigo <https://bit.ly/3aKYJeL> mostrou que, entre 63 nações analisadas pelo IMD (2022), o Brasil ficou em 59o lugar em competitividade e em último lugar na Educação. Ao contrário, Dinamarca, Suíça e Cingapura foram os melhores, e uma análise do perfil e desempenho deles, baseada nos relatórios da IMD e em outras fontes <https://bit.ly/3oeXTdo e https://bit.ly/3RG7UgZ>, revela que:
1) Dinamarca tem 5,7 milhões de habitantes (2020) e IDH igual a 0,940 (2019). Em competitividade global, saltou do 3o lugar em 2018 para o 1o lugar em 2022. No item Educação, se mantém entre os 3 melhores, ficando no 1o lugar em 2018, 2019, 2020 e 2022. Lá a média do investimento público total em educação por estudante, entre 2013 e 2019, ficou em torno de US$ 14813.
Entre 180 nações, a Dinamarca é menos corrupta, tem um parlamento com 179 membros e seu Governo Nacional é administrado por 17 Ministérios <https://bit.ly/3RFFqE5>, dos quais, dois focam na Educação: o Ministério de Crianças e Educação <https://bit.ly/3OfOBIz> e o Ministério de Ensino Superior e Ciência <https://ufm.dk/en>, cuja missão, visão e objetivos estratégicos do Ministro, entre 2016 e 2020, podem ser visualizados neste link <https://bit.ly/3yNrGhV>. Além disso, o Governo Dinamarquês está liderando uma reforma, amparados nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e aqui <https://bit.ly/3uVLDSC> há as ações desenvolvidas.
2) A Suíça tem 8,6 milhões de habitantes (2020) e IDH igual a 0,955 (2019). Em competitividade global, evoluiu do 5o lugar em 2018 para o 2o lugar em 2022. Em relação à Educação, evoluiu do 8o lugar em 2018 para o 1o lugar em 2021 e 2022. Já a média do investimento público total em educação por estudante, entre 2013 e 2019, ficou em torno de US$ 23792.
A Suíça em 2021 foi considerado o 7o país mais transparente, seu Congresso tem 234 membros <https://bit.ly/3PDcTxi> e o Governo Nacional conta com uma estrutura gerencial super enxuta com um Presidente e sete Conselheiros Federais <https://bit.ly/3yO7BZ4>, um deles responsável pelo Departamento Federal de Assuntos Econômicos, Educacionais e de Pesquisa. Aqui <https://bit.ly/3Ob0jnK> há as políticas, temas prioritários, objetivos e investimentos em Educação, Pesquisa e Inovação deste 2013 até 2024.
Ressalta-se que a Educação está fortemente atrelada ao desenvolvimento sustentável, a fim de atender as metas do Acordo de Paris. E nestes links <https://bit.ly/3AYGaOI e https://bit.ly/3RMEUV8> há documentos relacionados à Estratégia de Desenvolvimento Sustentável 2030, adotada pelos Conselheiros Federais.
3) Cingapura tem 5,8 milhões de habitantes (2020) e IDH igual a 0,938 (2019). Em competitividade global, tem estado entre os 5 melhores, duas vezes no 1o lugar (2019 e 2020) e duas vezes no 3o lugar (2018 e 2022), com o pior ranking em 2021 (5o). Em relação à Educação, perdeu competitividade, caindo do 2o lugar mantido por 3 anos (2018, 2019 e 2020) para o 7o e 6o lugares respectivamente em 2021 e 2022. Apesar disso, lá a média do investimento público total em educação por estudante, entre 2013 e 2019, ficou em torno de US$ 13028.
Basicamente, Cingapura em 2021 foi considerado o 5o país mais transparente. Seu parlamento é composto por 104 membros, além do Presidente, o país é gerenciado por 19 cargos com poderes de Ministros, um deles de Educação. Neste espaço <https://www.moe.gov.sg/> é possível encontrar os níveis de educação, apoio financeiro e programas que estão sendo implementados para cumprir a missão e a visão de criar Escolas que pensam e nação que aprende, a qual deseja desenvolver uma pátria com cidadãos pensantes, comprometidos e capazes de aproveitar as oportunidades futuras, bem como desenvolver um sistema educacional capaz de enfrentar as ondas de mudanças do século 21.
Já o Brasil segue inchado, com excesso de partidos políticos, que em 2021 receberam R$ 939 milhões somente do Fundo Partidário <https://bit.ly/3zfuTbH>, sem contar as 23 pastas ministeriais e o segundo parlamento mais caro do mundo <https://bbc.in/3Pk5YsT> com 594 congressistas devorando cada um cerca de R$ 23,8 milhões/ano <https://bit.ly/3aJ2stn>.
Entre 2013 e 2019, a média do investimento público total em educação por estudante foi de apenas US$ 2259, cerca de 10,5; 6,6 e 5,8 vezes menor que a média respectiva da Suécia; Dinamarca e Cingapura.
O fato é que tivemos um apagão Educacional que nos atrasou por três séculos até a chegada de Dom João (1807). De lá pra cá, tivemos avanços, porém na última década, testemunhamos uma crise na Educação sem precedentes <https://bit.ly/3zfR0Pa>, observado pelos cortes, muita confusão e corrupção no MEC, bem como pelo abandono gradual do PNE, já que em 2022 contabiliza <https://bit.ly/3yMdWnP>: 45% das metas em retrocesso; 86% não foram cumpridas, com direito a apagão sistemático de dados que impede que parte das 20 metas do Plano sejam avaliadas.
Finalmente, os três países mais competitivos têm uma administração enxuta, transparente e investem bastante na Educação, com reflexos positivos na competitividade global de cada um. E se as creches, escolas, universidades, técnicos e professores são essenciais para o desenvolvimento do Brasil, então por que a maioria silencia diante da má gestão, das distrações, dos ataques, das centenas de obras paradas, da roubalheira, dos retrocessos, dos cortes na Educação ou do abandono do PNE?