O professor Caraíba afaga o pêlo macio do seu amigo Hermes, que dorme enroscado encima da cama. O relógio pendurado na parede marcava meia noite em ponto. O silêncio pesado reinava absoluto. Quando o professor Caraíba caminhou até a escrivaninha para pegar um livro, os Notáveis começaram a discursar e dessa vez eles falam sobre a importância da ciência.
— “A ciência não é uma ilusão, mas seria uma ilusão acreditar que poderemos encontrar noutro lugar o que ela não nos pode dar” — disse Sigmund Freud. Em seguida falou Louis Pasteur: — “Os benefícios da ciência não são para os cientistas, e sim para humanidade!”.
Confúcio, concordado com Freud e Pasteur, acrescentou: — “Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se sabe; na verdade é este o saber”. — “A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são” — completou Fernando Pessoa.
— “Não se conhece completamente uma ciência enquanto não se souber da sua história” — disse Auguste Comte. — “A porta de entrada da ciência é a sua história” — completou Gaston Bachelard. E sem fazer cerimônia, repetiu Louis Pasteur: — “Quanto mais eu estudo a natureza, mais eu fico maravilhado com as obras do Criador. A ciência me aproxima de Deus”.
Quando Bertrand Russell disse: — “A matemática é a única ciência exata em que nunca se sabe do que se está a falar nem se aquilo que se diz é verdadeiro”, criou-se uma confusão tremenda entre os notáveis sobre qual era a ciência mais importante. — “Quando achamos a matemática e a física teórica muito difíceis, voltamo-nos para o misticismo”, — completou Stephen Hawking, — “Toda a ciência começa como filosofia e termina em arte” – completou Will Durant.
Isaac Newton parecendo ser o mais tímido dos notáveis naquele encontro, disse: — “A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta”. — “A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega” — disse Albert Einstein. — “O primeiro gole do copo das ciências naturais o tornará um ateu. Mas, no fundo do copo, Deus estará esperando por você” — completou Werner Heisenberg.
— “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” — Antoine Lavoisier. Em seguida, Leonado da Vinci disse: — “Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, com que se sintam humildes.” Benjamin Franklin, completou: — “Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como você o encara é que faz a diferença”.
Marie Curie que ouvia a todos atentamente e que até aquele momento não tinha falado nada, disse: — “Na vida, não existe nada a temer, mas a entender”. E completou: — “A vida não é fácil para nenhum de nós. Temos que ter persistência e, acima de tudo, confiança em nós mesmos”. — “Da vida nada se leva! Somente a vida que levamos!” — disse Joana d’Arca. — “Compreender as coisas que nos cercam é a melhor preparação para entender as coisas além.” — disse a filósofa grega Hipatía, concordando com Joana d’Arca.
Às vozes dos Notáveis cessaram. O gato Hermes continuava dormindo preguiçosamente. O professor Caraíba concluiu o livro que estava lendo. Ideias novas aparecem e desaparecem de sua mente. “Nem tudo é guerra, conflito e competição no mundo. Há paz no universo, basta procurarmos!” — pensou. E ficou ali, na escuridão do quarto, meditando:
— “Quem é homem de verdade não tem medo da solidão. Pelo contrário, a solidão é sua companheira de noites e noites sem fim, e à noite é o lugar das estrelas e eu sou uma estrela, não sou Hermes?”.
E qual não foi a sua surpresa quando o gato Hermes, com voz humana, lhe respondeu: — “Ao confiar-lhe uma tarefa aparentemente superior às suas forças, você a desafia a superar-se. Continue em frente meu amigo, você brilha! Você é uma estrela!”.