Entender

Alguns vizinhos reclamam que a sociedade está muito nervosa e sensível, em relação a temas político-partidários e escolhas de candidatos, certos ou errados, nesta época de eleições. Mas, na minha visão, tem sido assim desde o princípio da História. Nós, humanos, sempre encontramos motivos para brigar, conflitar e discutir. Daí, o fenômeno das guerras, motivadas por diferenças de ideias e ideais, com fulcro na conquista de recursos, que geram dinheiro. E isso nos torna diferentes dos outros animais. Concordo, com alguns, que viver eternamente em paz e com amor, torna o mundo muito chato e sem desenvolvimento. E sem graça, até. Afinal, o mundo e a tecnologia só se desenvolvem devido às guerras ou à possibilidade de elas acontecerem. No entanto, viver constantemente em guerra, pode nos tirar o direito ou a oportunidade de relaxar e se divertir, sem medo do amanhã. E, pelo que se acompanha por aí, existem muitos países e povos que nasceram em guerra e estão nela desde sempre. É triste? Depende de onde você está. Se está envolvido e comprometido com o lado vencedor, ou ao lado do vencido. Na verdade, o conceito de tristeza pelos outros, ou se a guerra é justa ou não, ou se a bomba que caiu ali destruiu vidas inocentes, tem significados diferentes, e bem diferentes. De fato, esses conceitos estão inseridos nas visões de liberais e progressistas. Aliás, tenho amigos queridos nas duas vertentes ideológicas. Claro que são, todos, cultos, inteligentes e educados. E, por isso, quando estamos reunidos, não há briga e nem conflitos. E, como sou murista radical, e me desculpem o paradoxo, sempre indagam a minha posição sobre o tema A ou B. E, sempre, oferto a mesma resposta: entendi, lembrando que entender não significa necessariamente concordar. E eles não insistem. Que bom ! E foi assim que, aos meus quase 70 anos de vida, bem vivida, sobrevivi neste mundo dinâmico e cíclico. E a vida segue! Com cervejas ! Geladas!