22 de novembro de 2024

Esse argumento é um tiro no pé e gol contra a ciência no Amazonas

Os ataques ao nosso modelo econômico, aos incentivos do PIM/ZFM nunca irão acabar. Já disse várias vezes que existem vários argumentos técnicos para defender o modelo, mas defender os incentivos dizendo que acabar com ELES é acabar com a FLORESTA, não é verdade. O editorial do OGLOBO desta semana citou que o senador Eduardo Braga vem usando esse argumento (acabou com o PIM, acabou com a floresta em pé). Se o senador vem usando, é mais uma autoridade do Amazonas que está fazendo GOL CONTRA o Estado, contra o interior, contra a população que vive nos 61 municípios, contra a produção rural, contra a ciência, pois não é verdade. O pior é que a imprensa brasileira já percebeu que este argumento usado por algumas autoridades locais, parece que agora pelo senador Eduardo Braga, não é verdadeiro. No editorial já registram a afirmativa de que “…não há evidência disso...”. Temos 56 anos de ZFM, mas quase 60% da população na miséria. Temos 97% da floresta em pé e o modelo econômico do PIM/ZFM ainda não chegou no interior, tanto que temos, como já disse anteriormente, 60% sem ter o que comer. O PIM/ZFM emprega muito na capital, mas nem assim o homem do interior desmatou, queimou, vendeu nossa floresta nos 56 anos de existência do modelo. Ela continua em pé, mesmo sem emprego, com fome e doente. Existem alternativas, mas a verdade é que fomos incompetentes e perdemos 56 anos para criar um modelo econômico para ser parceiro do PIM/ZFM. Quem viveu esses 56 anos sabe o motivo. Vamos continuar defendendo o PIM/ZFM porque, como já disse, tem defesa técnica fundamentada, é extremamente necessário para evitar o caos no estado, mas fomos incompetentes para adotar um novo modelo, onde entraria o nosso AGRO familiar e empresarial. A defesa do PIM/ZFM torna ainda mais urgente porque tudo por aqui está travado por questões ambientais, mas dizer que a floresta acaba com o fim do PIM/ZFM nunca foi verdade, é um tiro no pé. O Amazonas tem uma população de 4 milhões. Vamos botar 20% vivendo de empregos gerados pelo PIM/ZFM, e nem por isso os outros 80% derrubaram a floresta, mas estão vivendo mal, doentes, com fome, isolados, respirando fumaça em razão do desmatamento em outros países e da economia poluente de quem abastece o Fundo Amazônia. Vamos usar argumentos técnicos para defender o modelo, jamais colocar, erradamente, a FLORESTA na mesa de negociação por dois motivos. Por não ser verdade que vai aumentar o desmatamento, e pela ciência, pela EMBRAPA já saber como conciliar produção com sustentabilidade. O melhor exemplo é o ILPF Integração Lavoura Pecuária Floresta, mas alguns doutores em clima e ambiente sequer visitam a EMBRAPA. O senador Eduardo Braga tem uma inteligência privilegiada, o conheço, não precisa usar esse argumento. Ele sabe quem desmata a floresta, mas aqui temos 97% preservado. Como estamos falando em FLORESTA é sempre bom lembrar o que foi dito na CPI das ONGs, que a FAS foi criada no governo Eduardo Braga, onde o secretário do meio ambiente deixou a secretaria para assumir o comando da FAS com um capital inicial de R$ 40 milhões, R$ 20 do Estado, R$ 20 do Bradesco. Hoje, a SEMA tem desde 2019 um novo secretário de meio ambiente com origem na FAS. Essa FAS que está recebendo R$ 78 milhões do Banco Alemão para combater desmatamento e fazer bioeconomia. Será que o atual secretário quando deixar a SEMA vai voltar para a FAS e gerenciar esses R$ 78 milhões? Eu não iria, pode até ser legal, mas penso que seja imoral. Iria para outra ONG, tem várias.

10.10.2023Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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