23 de novembro de 2024

Festival de nulidades

Quando a gente elege assuntos medíocres, precisa contar com pessoas medíocres que darão andamento a tal assunto. Já ouvimos o slogan que “governar é eleger prioridades” ou então que “governar e encurtar distâncias”. Num país com muitos problemas, atacar os mais imediatos é uma decisão inteligente. Saber distinguir as prioridades é um grande começo. Saber como enfrenta-las é uma estratégia de grande administrador. Contudo, o que vemos não é isto. Parece que os governantes no Brasil querem criar prioridades e fazer com que a mídia convença a população que elas são reais. Neste início do terceiro governo(?) Lula (parece que nunca deixa de iniciar) vemos “prioridades” nada dignas desse adjetivo. 

Senão vejamos: É prioridade brasileira socorrer a Argentina? Vingança pode ser um programa de governo? Os problemas do Brasil serão resolvidos com carteira de vacinação do ex presidente? Elucidar um único crime (Marieli Franco) é mais importante que as 60.000 que parecem querer voltar a acontecer todo anos? Reformar a casa e trocar os móveis da residência oficial ajuda a nação? Ajuda em alguma coisa fazer um palanque político partidário no exterior até para criticar o próprio Brasil? Proteger traficantes pode ser política de governo? Atacar o setor como o agro que faz o Brasil sobressair tem algum sentido?

Poderíamos enumerar mais uma dezenas de nulidades que nada constroem, porém não é produtivo ressaltar negatividades. O governo que nunca desce do palanque não parece preocupar-se com o Brasil, nem tampouco em repetir inverdades ou desdizer o que disse ontem. O Brasil quer avançar e merece ter mais respeito e seriedade. No período militar se dizia que pelas medidas de proteção de um país se conhece a insegurança do seu governo. Proibir a população de externar sua opinião é o mais grave atentado à democracia. Felizmente a medida foi barrada, ou foi criado um clima de não aprovação, pelo congresso e, se respeitadas as leis, ainda teremos liberdade. 

Temos o estranho hábito de imitar os Estados Unidos em muitas coisas. No entanto, em uma coisa queremos ser diferentes. A Suprema Corte americana aboliu a necessidade de apresentar o atestado de vacina e puniu as empresas que discriminaram funcionários por não apresenta-la. Também no caso de não permitir a acusação contra as plataformas sobre conteúdo postado por seus usuários. No Brasil a espada de Dâmocles continua sobre a cabeça dos responsáveis pelas plataformas que criaram programas para advertir ou punir usuários por usarem determinados termos. Não importa se está dentro de um contexto ou não. Muitos, enquanto não são atingidos, aplaudem este cerceamento da liberdade, da mesma forma que deputados se calam ante a cassação de colega. 

Um governo que atropela os cidadãos com o único intuito de conquistar e se manter no poder, pouco aprendeu nos milhares de anos em que existe governo. Não é querendo desfazer governos anteriores que se governa melhor. Aliás, essa obsessão pelo adversário parece também ser prioridade. 

Enfim, somos todos brasileiros e precisamos que o governo nos permita trabalhar sem muito atrapalho. De quebra, seria muito bom que soubéssemos o que é permitido e o que não é. Do jeito que muda todo o dia, parece que a qualquer momento veremos manchetes como: “Quadrilha prende mais tantos policiais….” Seria o coroamento das nulidades. (Luiz Lauschner)

Luiz Lauschner

é empresário

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