22 de novembro de 2024

Fim da linha do trem do progresso

O conceito de humanidade passa longe do atual governo, é exatamente o que vemos há meses. Um exemplo são as prisões arbitrárias ocorridas sem nenhum respaldo jurídico. Outro exemplo, as discussões sobre a pretensão de monitorar  as redes sociais.  É bom lembrar que a época de prender jornalistas e outros adversários já passou, inclusive, Merval Pereira corre o risco de ser preso pela sua afirmação: “Como Moraes pode ser relator do caso em que é vítima?”

Em cada esquina da vida, há um preço a ser pago. Mas o preço mais alto é aquele que vem da falta de direção em um governo, um preço que é pago pelo povo. Não que haja algum petista perdendo o sono sobre a ausência de articulações políticas ou um plano de governo com metas claras, algo que nunca existiu. Tudo é superado com a distribuição de “benefícios”.

O povo, esse coadjuvante que só é lembrado a cada quatro anos, assiste ao espetáculo da política sem entender o que acontece no mundo. O escolhido pelas urnas parece ignorar os interesses da nação, deixando-os para um futuro incerto.

Enquanto isso, vemos o sucateamento das forças armadas, o desemprego aumentando, prisões sem inquéritos, invasões até em edifícios em construção. O dólar e o preço do combustível continuam a subir, e tudo o que podemos fazer é assistir.

Será que podemos sonhar com um Congresso de homens comprometidos com o desenvolvimento econômico do Brasil? Neste caso para vetar tudo que atinge o trabalhador; bem como ao “programa de incentivo ao MST”. Será que um dia poderíamos imaginar que a “Comissão da Câmara iria aprovar moção de repúdio ao presidente Lula pelo veto ao PL relacionado  às saidinhas de presos?”.  Ainda tem mais, caros leitores, o cúmulo é o governo propor “zero por cento” de aumento para os servidores federais da UFRN.

 Lula anda desacreditado pelos seus seguidores, um dos motivos são os  ministros do seu governo que continuam fracassando em seus ministérios. Alas progressistas do PT aconselham o presidente a  deixar  de apoiar Maduro e  pedir desculpas ao povo brasileiro por chamar países comunistas de democratas e, também, por sua fala ofensiva contra  o povo de Israel. Se o Ministro Gilmar Mendes abriu o debate sobre a “tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas” e o Ministro Moraes mandou arquivar processo contra Bolsonaro, afirmando não haver provas de que este buscou asilo na embaixada da Hungria, será cedo para se  acreditar que o bem  começa a vencer o mal? 

Presidente Lula não ter ido à abertura do Agrishow não é nada difícil de compreender. Afinal para que receber vaias da população e ter de ver Bolsonaro, Tarcísio e Caiado presentes no evento onde Alkmin não passou de uma estátua. Enquanto manifestações em apoio a Bolsonaro são frequentes o Lula foge do povo como o diabo da cruz.

O presidente Lula não se acautela em meras manifestações; não compreende que não há crescimento sem investimento e este não é gasto. O nível de investimento é insignificante, colocando o país no fim da linha do trem do progresso, gerando perda de arrecadação e pouca verba para a saúde e a educação. Ao alegar que: “só dá o que pode” ― o presidente mostra sua distância do povo brasileiro, a quem prometeu o paraíso, mas entregou o pão que o diabo amassou!

Manaus, 30 de abril de 2024. 

JOSÉ ALFREDO FERREIRA DE ANDRADE 

Ex-Conselheiro Federal da OAB/AM nos Triênios 2001/2003 e 2007/2009 -OAB/AM

Alfredo Andrade

é escritor e advogado, autor do livro Página Virada - Uma leitura crítica sobre o fim da era PT

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