18 de outubro de 2024

Desafios e governos mais inteligentes do planeta

O artigo aborda sobre desafios globais, as oportunidades e os governos mais inteligentes do planeta, bem como convida o(a) leitor(a) a participar da III Feira do Polo Digital de Manaus <https://bit.ly/3EwXQ30>, que acontecerá nos dias 9, 10 e 11 de dezembro de 2021.

Há desafios que a humanidade precisa enfrentar nas próximas décadas para que seja possível viver em um planeta amigável. O primeiro é aprender a pensar a longo prazo para descarbonizar nossa economia rumo ao Net Zero 2050 <https://bit.ly/3y8HbR2; https://www.ipcc.ch/sr15/>, já que nos últimos 171 anos lançamos 2500 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera, e o Brasil foi o quarto maior emissor, com 113 GtCO2 <https://bit.ly/3x8qvIP; https://bit.ly/3pvWOhx>, dos quais 16 GtCO2 (14%) vieram do uso de combustíveis fósseis e cimento, enquanto que maioria (96,9 GtCO2; 86%) vem do uso do solo e desflorestamento.

Nos últimos artigos estimamos que desde a promulgação da nossa CF (1988), o Brasil: 1) desmatou 47 bilhões de Ha (9,26% da Região Amazônica), com pelo menos 14,6 bilhões de árvores sacrificadas; 2) registrou 115.907.151,40Ha de queimadas ao menos uma vez na Floresta Amazônica, atingindo ao menos 35.931.216.933 árvores. Além disso, nos últimos dez anos, nossa Floresta passou a ser fonte de emissão de CO2 <https://go.nature.com/2Zun8zz> e somente em 2020, na contramão do mundo, o desmatamento na Amazônia lançou cerca de 782 milhões de toneladas de CO2 <https://bit.ly/3lgnwsZ>. Essa triste realidade demonstra que não temos agido de forma inteligente, pelo contrário, estamos desperdiçando recursos, piorando o clima, gerando rastro de destruição, pobreza, aumentando internações <https://bit.ly/3gt11zj> e risco de aparecimento de novas pandemias <https://go.nature.com/3iF9hNW>, afugentando investidores e piorando a imagem da nação perante o mundo.

Outro desafio está no relatório das Nações Unidas <https://bit.ly/3osQnMM>, cuja projeção aponta aumento do percentual de pessoas vivendo em áreas urbanas, saltando de 55% em 2018 para 68% em 2050, o que tem potencial de piorar inúmeros problemas sociais, econômicos e ambientais, especialmente relacionados com a mobilidade, energia e água.

Há também o combate a corrupção, que segundo as Nações Unidas, anualmente consome perto de 5% do PIB Mundial <https://bit.ly/31r8ABS>. Outros desafios são o combate a fome, ao desperdício de água, energia, alimentos, recursos financeiros, por conta da má gestão, impunidade e corrupção.

Assim, sendo o Estado o principal motor de uma nação, a sua modernização se torna prioridade e passa pelo aperfeiçoamento da gestão, adotação de boas práticas em conjunto com tecnologias disruptivas, colocando o cidadão no centro do desenvolvimento. Neste sentido, há duas maneiras:

1a) Adoção da Agenda GovTech

É liderada pelo GovTech Global Solutions Group, GovTech Global Global Partnership, tendo como principais financiadores, facilitadores e compartilhadores de conhecimento o Grupo do Banco Mundial, e Governos/Investidores da Áustria, Coreia do Sul e da Suíça.

O lema da Agenda é colocar as pessoas em primeiro lugar e o Banco Mundial financia projetos nas seguintes áreas: 1.1 Core Government System (Sistemas Principais do Governo); 1.2 Public Service Delivery (Prestação de Serviços Públicos); 1.3 Citizen Engagement (Engajamento do Cidadão); 1.4 GovTech Enables (Facilitadores), cujo conteúdo pode ser visualizado neste link <<https://bit.ly/3osZxc4>. 

A Agenda GovTech também faz uso efetivo: a) de tecnologias disruptivas tais como Inteligência Artificial, IoT, Computação em Nuvem, Blockchain, Aprendizagem de Máquina, etc; b) de plataformas de dados públicos para que indivíduos e empresas possam criar valor a partir do acesso aos dados; c) de Ecossistema Local GovTech para apoiar empreendedores e Startups, a fim de que possam desenvolver novos produtos e serviços para o governo e neste link <https://www.govtech.com/100/2021> há 100 organizações que estão fazendo a diferença; d) de Parcerias Público Privada (PPP);

Desde 1995 o Grupo do Banco Mundial já financiou cerca de 1400 projetos digitais ao redor do planeta, e por meio do Índice de Maturidade do GovTech, avaliam o estado da transformação digital do serviço público e encontram as boas práticas. E o último relatório usou 48 indicadores para avaliar 198 economias, cuja metodologia e boas práticas podem ser visualizadas neste link <https://bit.ly/3GiXhdr>.

2o) Investimento em Cidades Inteligentes

Desde 2014 tenho publicado artigos no JCAM sobre Cidades Inteligentes, apresentando conceitos, modelos e as melhores cidades. Há mais de 116 definições sobre o termo, 26% ligadas ao uso de TICs, 17% ao meio ambiente e sustentabilidade e 17% a infraestrutura e serviços, mas costumo adotar o conceito do Grupo do Banco Mundial “Cidade Inteligente é a cidade que planeja e gerencia as suas principais funções fazendo uso efetivo de dados e tecnologias digitais para se tornar eficiente, inovadora, inclusiva e resiliente.

Entre os diversos rankings que avaliam e escolhem as melhores cidades inteligentes há o do Eden Strategy Institute <https://bit.ly/3IrmKTZ>, que avalia indicadores classificados em dez fatores (Visão, Liderança, Orçamento, Incentivos Financeiros, Programas de Apoio, Políticas Inteligentes, Ecossistemas de Inovação, Foco nas Pessoas, Preparação dos Talentos e Histórico) para escolher as 50 melhores cidades. Em 2020/21, entre 230 cidades analisadas, as dez melhores foram: 1) Cingapura, 2) Seul, 3) Londres, 4) Barcelona, 5) Helsinque; 6) Nova Iorque; 7) Montreal; 8) Shangai; 9) Viena; e 10) Amsterdã.

Para enfrentar os desafios supracitados, precisamos cobrar e apoiar a modernização dos governos, a fim de que adotem planos de longo prazos e soluções inteligentes para descarbonizar a economia, garantir prosperidade sustentável e futuro inclusivo para seus cidadãos. 

Finalmente, parte dessas soluções serão apresentadas às 15h do dia 9/12, na III Feira do Polo Digital de Manaus, durante o Painel “Cidades Inteligentes – políticas e programas de apoio”, sinta-se convidado(a) a participar.

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].

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