Parabenizo os proprietários das duas granjas que, recentemente, tiveram o registro aprovado pela ADAF para produzir ovos no Amazonas. É preciso, de fato, muita determinação do produtor para cumprir a legislação e, ainda, ter o desafio do acesso ao milho e soja, itens fundamentais da ração de aves, que o nosso estado tem condições de produzir sustentavelmente, mas cada vez mais o Brasil e o mundo nos isolam com travas ambientais, ameaçam parar de comprar nossos produtos, mas não colocaram nenhum centavo a mais nos 14 anos que tivemos o Bolsa Floresta, ou melhor, Bolsa Miséria pagando apenas R$ 50 reais por mês/família. Nesses 14 anos, apesar de termos recebidos recursos nacionais e internacionais, não vi sequer um movimento para aumentar esse valor. Deve ter ido para consultorias e pagar salários. É o que tenho sempre dito, as ONGs só olham a floresta, que no estado do Amazonas está com 97% em pé, mas tem milhões passando fome. Ficam jogando com os termos “Amazônia” e Amazonas” e quem perde são nossos caboclos, ou seja, os caboclos do 97% que não conseguem sequer tomar um cafezinho nos shoppings da capital, no Brasil e no mundo. Entretanto, seus líderes vivem a bordo dos “rios voadores” conhecendo todos os lugares do planeta sem nunca ter ligado para fazer o nosso ZEE. Com relação a legislação da ADAF ou de qualquer órgão estadual ou federal, já fui gestor e sei que devemos cumprir, mas o diálogo entre todas as partes envolvidas deve ser uma constante para flexibilizar o que não nos prejudicará e gerará emprego, renda, comida e vida no interior. Outro detalhe importante que dever ser dito é que essas granjas ainda não têm o SIE, estão em processo para dar legalidade à comercialização, inclusive nas compras públicas.
Granja União
A Granja União está localizada no quilômetro 13 da rodovia estadual AM-070, em Iranduba, região metropolitana de Manaus e, segundo o médico veterinário e Responsável Técnico (RT), Marcelo Gama, é um empreendimento familiar com capacidade produtiva de 1.650 caixas de ovos por mês. O estabelecimento está no mercado há 13 anos e tem como foco principal abastecer os municípios do interior do Estado. Com a obtenção do registro, a expectativa é expandir a oferta para a capital do Amazonas e municípios da calha do rio Solimões e afluentes.
Granja Muroya
A granja Muroya é a quinta, na capital do Amazonas, a ser reconhecida como Estabelecimento Avícola de Reprodução e Comerciais. Localizada no quilômetro 44 da rodovia estadual AM-010, o estabelecimento atua no mercado de produção de ovos desde 1967, segundo a médica veterinária e Responsável Técnica (RT), Célia Missae Takano Asai. O estabelecimento conta com 24.262 aves alojadas entre pintainhas, frangas e galinhas poedeiras. A capacidade de produção mensal do empreendimento é de 1.523 caixas de ovos contendo 360 unidades. “A Granja Muroya iniciou suas atividades com a criação de 200 aves. No ano de 1975, houve o aumento da produção com alojamento de 1.700 aves. Hoje temos capacidade máxima de alojamento de 29.600 aves e autonomia de produção mensal de mais de 500 mil ovos”, comemora a médica veterinária. A proprietária da granja, Harue Muroya Ikeda, conta que o recebimento do registro é um sonho realizado e muito aguardado por toda a família, principalmente pela mãe, que deu início ao negócio ainda na década de 60.
Pedido de Registro
O registro de granjas avícolas comerciais junto à Adaf obedece a três fases: entrega de documentos; vistoria da propriedade para a conferência de adequações físicas das instalações e medidas mitigadoras de risco; e a emissão do registro. Cabe à Gerência de Defesa Animal (GDA), setor da Adaf, registrar os galpões para que a granja obtenha o status de estabelecimento avícola legalizado. Para ter acesso a mais informações sobre a emissão do registro, o produtor rural pode se dirigir à uma das Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsavs) da autarquia instaladas na capital e no interior do Amazonas.
23.08.2022
Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]