Hoje eu quero compartilhar com você sobre a construção do PDI – Plano de Desenvolvimento Individual, uma ferramenta essencial para o crescimento pessoal e profissional, uma excelente estratégia para gerar movimento estratégico.
É importante reforçar que a organização melhor adaptada no presente é aquela que atua na dimensão pessoal, com tanta competência quanto vem atuando na dimensão organizacional. Isso porque, o talento humano passa a ter, concretamente, peso fundamental no sucesso de qualquer negócio e é neste contexto que ter habilidade para construir um PDI faz tanta diferença.
Seja você como um profissional tomando a iniciativa pela estruturação do seu próprio processo, seja você um líder mobilizando seu time para esta finalidade, seja você a figura de recursos humanos organizando a ação na empresa para esta finalidade.
Isso representa uma grande mudança de mentalidade das pessoas e organizações, na medida em que está havendo um deslocamento do foco da passividade e da recompensa para a autonomia. Permanecer enfatizando somente soluções ao nível da dimensão organizacional não resolve. As empresas terão que avançar de forma profunda na dimensão pessoal. E é neste contexto que o PDI se enquadra. As pessoas estão percebendo que tem uma problemática semelhante à de suas empresas. Precisam planejar suas vidas, cuidar de seu marketing pessoal, finanças e sobre tudo, assumir o compromisso com sua automotivação e autodesenvolvimento.
No passado recente, cabia ao colaborador cumprir determinações empresariais e à organização, em contrapartida, prepara-lo e promove-lo, assegurando o seu crescimento profissional. Daí, justifica-se a ênfase maior na dimensão organizacional. As pessoas tinham menos autonomia, mais estabilidade no emprego e mais previsibilidade em suas vidas profissionais. Estando tudo bem na organização, tudo mais era de menor importância. Com a diminuição dos níveis hierárquicos e a baixa previsibilidade de mercado, as empresas já não tem mais como reconhecer a contribuição de seus colaboradores, promovendo-os e aumentando suas remunerações fixas, periodicamente. O que elas tem para oferecer é o desafio de superar os concorrentes e a participação nos resultados alcançado.
O PDI é fundamental porque ajuda a mapear as competências e habilidades necessárias a serem desenvolvidas para alcançar os objetivos. Ele oferece uma visão clara e estruturada do caminho a seguir. Parte desta fórmula passa em elevar o grau de domínio pessoal e maestria, através de um maior conhecimento de quem somos, o que é verdadeiramente esperado de nós, identificação específica do que precisamos desenvolver, a existência de uma visão de futuro estimulante e de ser resiliente – recompondo-se, se possível melhorando, das adversidades vividas no dia a dia.
Se for pensar em etapa, a primeira é a autoavaliação para entender onde está agora para definir onde quer chegar. Essa etapa é crucial porque é a base sobre a qual todo o plano será construído. Sem uma compreensão clara do cenário atual é difícil definir objetivos realistas e traçar um caminho eficaz para alcançá-los.
A autoavaliação é o processo de analisar e refletir sobre competências, interesses, dificuldades, temperamentos, oportunidades, ameaças e tantos outros aspectos que envolve um olhar honesto sobre pontos fortes e áreas que precisam de melhoria. Ela é importante porque ajuda a reconhecer habilidades, identificar lacunas de conhecimento e compreender melhor como pode crescer. Isso também aumenta a autoconsciência, que é fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Neste processo existem várias ferramentas que podem ser usadas, como testes de personalidade, avaliações de habilidades, feedback 360º, entre outros.
A segunda etapa envolve a definição de objetivos que funcionarão como uma bússola, orientando ações e decisões diárias em direção aos resultados desejados. Ter objetivos proporciona uma direção clara, pois eles ajudam a evitar a dispersão de esforços e recursos, permitindo concentração de energia nas atividades que realmente importam e dessa forma saber exatamente onde quer chegar e pode traçar um caminho claro para alcançar metas.
Gosto de reforçar que os objetivos devem ser SMART: Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Relevantes e com Prazo. É preciso pensar em objetivos de curto, médio e longo prazo, como o que quer alcançar nos próximos meses, no próximo ano e nos próximos cinco anos.
Com os objetivos definidos, é hora de traçar um plano de ação. Essa é a terceira etapa que envolve identificar as atividades e recursos necessários para alcançar os objetivos.
Um plano de ação é uma ferramenta estratégica essencial para transformar objetivos em realidade. Ele fornece uma estrutura detalhada de como alcançar metas específicas, delineando os passos necessários, prazos, recursos e indicadores de sucesso. Importante lembrar que um bom plano de ação inclui: ações específicas, prazos, recursos necessários e indicadores de sucesso.
Para o plano ter sucesso, é fundamental listar todas as tarefas e atividades que precisam ser realizadas para atingir os objetivos, detalhando cada passo necessário. Muitos não tem paciência para esta etapa, mas é o que garante que saberá exatamente o fazer para alcançar as metas propostas.
Também recomendo que estabeleça prazos claros para cada tarefa e atividade, com um cronograma que inclua datas de início e término. Da mesma forma que é relevante identificar possíveis riscos e problemas que podem surgir durante a execução do plano para desenvolver planos de contingência para lidar com esses riscos.
Um outro ponto é o monitoramento eficaz de um plano de ação como crucial para garantir que as atividades estejam no caminho certo e que os objetivos sejam alcançados. Eu chamo de quarta etapa que garante o acompanhamento do progresso e assegura o caminho certo, além de apontar as necessidades de ajustes quando necessário. Para esta finalidade, pode usar várias ferramentas, como checklists, aplicativos de gestão de tarefas, ou mesmo reuniões regulares com um mentor ou coach.
Ao implementar essas práticas de monitoramento, você garantirá que o plano de ação seja seguido de maneira eficiente, permitindo ajustes oportunos e aumentando as chances de atingir os objetivos estabelecidos.
No processo de monitoramento esteja preparado para ajustar o plano conforme necessário. Isso pode incluir reatribuição de tarefas, ajuste de prazos ou realocação de recursos. Implementar ações corretivas imediatas quando forem identificados problemas ou desvios serão fatores determinantes de sucesso.
Fica evidente que um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é um documento estruturado que visa melhorar as habilidades, competências e desempenho que envolve identificação de necessidades baseadas em avaliações de desempenho, feedbacks, metas de carreiras e competências. Passa pela definição de objetivos claros e específicos que devem ser mensuráveis e realistas dentro de um prazo de realização que irão compor um plano de ação detalhado que descreve as atividades e recursos necessários para alcançar os objetivos estabelecidos. Isso pode incluir cursos de treinamento, mentorias, participação em projetos específicos, entre outros.
Da mesma forma que fica explícito que o processo não termina com a elaboração do plano, é preciso acompanhar regularmente o progresso, buscando suporte contínuo e realizando avaliações periódicas para verificar se os objetivos estão sendo alcançados e se ajustes são necessários.
Implementar um PDI de forma eficaz não só ajuda a melhorar o desempenho individual, mas também contribui para o crescimento e sucesso da organização como um todo. Agora, seu desafio é colocar tudo isso em prática.
Cintia Lima
Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional
@psi.cintialima