18 de setembro de 2024

Incompetência da área ambiental pública empobrece o Amazonas

Nossa floresta em pé vale R$ 1,5 trilhão por ano, mas nada caiu no bolso dos 4 milhões de habitantes do Amazonas por esse serviço ambiental relevante ao mundo. Estamos trabalhando de graça, 0800, gratuitamente.  Resolvi colocar em tópicos para melhor assessorar nossas autoridades a fazer mudanças em nome dos 65.6% que passam fome todos os dias.

  1. Nunca houve interesse em fazer o ZEE do Amazonas. O foco é continuar engessando o estado como aconteceu recentemente com a doação de 15 mil hectares (equivalente a 21 mil ARENAS DA AMAZÔNIA) para o SAUIM DE COLEIRA
  2. Acho que em 2007 ou 2008, nasceu a ONG FAS com 20 milhões dos cofres públicos. Quem assumiu o comando dessa ONG foi ex-secretário de meio ambiente do Amazonas;
  3. A ONG Idesam nasceu e foi comandada por estagiário que passou alguns meses na SEMA, voltou para SP, depois retornou para comandar a ONG. Essa ONG está tomando conta dos mais de 100 milhões das indústrias do PIM/ZFM (P&D e PPBio). A Suframa já sabe disso, mas não sei o que vem fazendo. Ficou de fazer levantamento. Essa ONG, assim como a FAS, é contra o asfaltamento da BR-319 que prejudica toda a economia do Amazonas e o povo que quer passear e conhecer o Brasil de forma mais econômica;
  4. A incompetência da área ambiental pública é tão grande que todos os novos empreendimentos no Amazonas são paralisados por falta de CONSULTA aos indígenas, povos e comunidades tradicionais. Todo comunicado do MPF fala na falta de consulta, inclusive sobre o crédito de carbono;
  5. Mas a Reserva do SAUIM de COLEIRA foi criada sem consulta;
  6. O Bolsa Floresta, que mudou de nome recentemente, pagou R$ 50 reais por longos 14 anos para menos de 1% do público que merecia ser atendido;
  7. Qual o sentido de o governo estadual repassar esse recurso para uma ONG fazer esse pagamento do Bolsa Floresta que chamo de “Bolsa Miséria”? Tem que pagar direto…
  8. Na CPI das ONGs, o titular da FAS disse que gastou milhões com “assistência técnica”. Até hoje não sabemos quem recebeu esse dinheiro. Minha esperança é o senador Plínio Valério fazer com que essa informação seja pública, porque, este espaço sempre esteve aberto e nenhuma informação recebeu. Estranho é nem a Comissão de Meio Ambiente da ALEAM cobrar o destino desses recursos. Idem a Comissão de Agricultura e de Economia;
  9. R$ 78 milhões do banco alemão estão indo para FAS, quando deveria ter ido ao governo. Vejo o governo anunciando uso desse recurso para ações de combate a queimadas. Pergunto: Qual a razão desse “meio de campo”? Esse recurso era pra ter ido direto ao Estado, e não para uma ONG sem qualquer estrutura para operar aqui, no Pará e quem sabe no Peru. Até lançou edital para contratar gerente para controlar os 78 milhões. Lembrando que o banco alemão conversou com o IDAM (registro no site), gostou da estrutura do IDAM, mas o dinheiro foi para a FAS. Qual a razão? Até hoje servidores do IDAM não entenderam a mudança para a FAS.
  10. Até hoje nosso caboclo não ganhou um centavo de crédito de carbono, REDD+ e Concessão Florestal. Aliás, já travados por falta, novamente, de CONSULTA PÚBLICA.
  11. O relatório final da CPI das ONGs destaca uma ligação público/privada na área ambiental que precisa ser avaliada:
  12. Por fim, os assessores diretos do governador Wilson Lima, talvez não saibam, porque não estavam na transição de governo (eu estava), o governador assumiu em 2019 com metade do estado passando fome. Fazendo o mesmo, com eles, não poderia ter resultado diferente. Hoje, já estamos com quase 70% nessas condições de pobreza. E tem mais: se os ex-governadores, responsáveis por metade do estado passando fome em 2018, não forem aliados do Wilson na eleição de 2026, vão colocar toda a miséria do Amazonas no colo dele;
  13. Por fim, o mais grave, se o “futuro” dos ambientalistas chegar, todos os caboclos que estão fora de Unidades de Conservação não serão beneficiados. É ou não brincadeira?

Fazendo minha parte, não tenho a caneta. Só lamento muito que tudo isso reflete.

 

Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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