Inconstitucionalidade

Em: 10 de outubro de 2020

Toda sociedade moderna para estabelecer as normas de comportamento e de convivência, passou a criar este instrumento tão importante quanto imprescindível: A CONSTITUIÇÃO. A partir daí foram sendo estabelecidas as grandes mudanças sociais e políticas que culminaram, no caso do Brasil com este aglomerado de leis baseadas na ideologia do politicamente correto, que tornou a convivência social praticamente insuportável.

A Constituição de 1988 se propôs a ser democrática e popular, revolucionária, quando na verdade foi um verdadeiro golpe de um grupo de guerrilheiros que viviam na frustração e na neurose de tudo que existia ser uma herança do regime militar. Tinha que retirar as matérias de OSPB e Educação Moral e Cívica dos currículos escolares, não pelo fato de serem boas ou não, porém havia quem acreditasse erradamente que teriam sido os militares que inseriram tais matérias nos currículos.

Não apenas a constituinte como os movimentos políticos que vieram a partir daí, apesar de se autoproclamarem democráticos, eram compostos por membros de grupos que participaram de milícias armadas tentando implantar um regime socialista no Brasil. Nossos jovens não sabem pois foram durante anos “emprenhados pelo ouvido” de professores de esquerda, mas foi a população brasileira que exigiu que João Goulart não deveria assumir a presidência de nosso país por suas intenções declaradamente socialistas.

Na verdade, se perguntar aos jovens de hoje quem foi João Goulart, sem que o mesmo possa pesquisar no celular através do Google, certamente o índice de erro será superior a 95%. Imagina se perguntar se eles sabem qual o motivo de terem pedido aos militares para intervirem no Congresso e impedido a posse do perigo iminente. A partir daí nossa história foi terrivelmente depredada, completamente prostituída por grupos que passaram a contar versões de acordo com seus interesses, suprimindo da população o direito de conhecer a verdade.

Assim foi com esta Constituição que ao prometer combater males como o RACISMO, inventou mecanismos completamente absurdos como as cotas, que em si mesmas já são racistas. Criar cotas para negros, homossexuais, deficientes, ou seja lá o que for, é uma atitude completamente fora de contexto. Se queriam mudar a realidade que realmente é cruel, teriam que buscar uma mudança estrutural que somente a educação é capaz de realizar. NÃO SE ACABA O RACISMO COM DECRETOS.

A mesma coisa aconteceu com o absurdo de se meter na educação familiar, criando a tal lei da palmadinha, impedindo os pais, já perdidos no processo de educação familiar, de utilizar meios para mostrar ao filho a crueza da vida fora de casa. O estado não tem direito de legislar dentro da casa do cidadão a não ser em casos extraordinários, o que não é o caso. O resultado está aí para quem é inteligente o suficiente para ver a realidade sem cinismo: jovens completamente destrambelhados sem respeito pelos pais, professores ou quaisquer autoridades, despreparados para a vida e logicamente com maior dificuldade de vencer na vida.

E como estamos em período eleitoral, infelizmente, a pior de todas as mudanças desta infeliz desconstituição: a transformação do nosso sistema político em uma verdadeira FEIRA PARTIDÁRIA. Querer chamar um sistema com quase quarenta partidos de democracia é, além de cinismo, falta de bom senso para não ser mais agressivo. Além do mais, a permissão de aceitar candidatos analfabetos, transformando a atividade parlamentar em EMPREGO, tentando justificar como direito, a irresponsabilidade de colocar nas mãos de QUALQUER DESPREPARADO, a função de criar e analisar leis que nem mesmo entendem o que seja.

Afinal de contas, grandes juristas, podem chamar de constitucional todo este conjunto de INCONSTITUCIONALIDADES no qual afundaram nosso país? Será que para vocês a interpretação LITERAL do livro dito magno basta, mesmo que tenha sido escrito para acabar com o que é racional e digno? Bem, para mim não é, porém infelizmente este poder está na mão da INJUSTIÇA.

Orígenes Martins

É professor, economista, mestre em engenharia da produção, consultor econômico da empresa Sinérgio
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