Independência com Fake News, Fascismo e Nazismo?

Em: 6 de setembro de 2022

No Brasil, as Fake News estão gerando pânico, atacando urnas, ministros, instituições e adversários do Presidente, bem como convocando simpatizantes para atos no dia 07/09 <https://bit.ly/3wVRGaV>, feriado nacional que deveria ser usado para nos unir, refletir e apontar soluções para os graves problemas que não resolvemos nos 200 anos de Independência. Assim, o artigo aborda sobre práticas fascistas e nazistas que estão sendo disseminadas no Brasil, com uso dos mesmos slogans e de propaganda recheada de informações fraudulentas, duvidosas.

Em 1976, os Americanos celebraram 200 anos de independência, em 1989 os Franceses debateram o seu passado, presente e futuro, bem como celebraram dois séculos de independência desde a queda da Bastilha. No entanto, no Brasil, há desunião, apatia, com feriado nacional, símbolos oficiais, família e nome de Deus, sendo explorados à moda da velha Ação Integralista Brasileira, movimento golpista dos anos 30, cujo líder Plínio Salgado ficou conhecido como o Hitler Brasileiro, simpatizante dos ideais nazifascistas, valendo a pena ler as seguintes obras:

Livros “O Fascismo em Camisas Verdes. Do Integralismo ao Neointegralismo” e “Fascism in Brazil: From Integralism to Bolsonarism”, escritos pelo Pós Doutor Leandro Gonçalves e pelo Dr. Odilon Neto <https://amzn.to/3ANLWBc e https://bit.ly/3cQ0nfV>. E o livro “Fascismo à Brasileira”, do editor Pedro Doria <https://www.pedrodoria.com.br/fascismo>.

Essas obras abordam sobre o Integralismo, assunto pouco debatido nas escolas, e quem as lê, perceberá similaridades no modus operandi do atual governo e compreenderá que erros do passado estão se repetindo na nação. Em síntese, o Integralismo ganhou força no Brasil na década de trinta, era uma direita autoritária, truculenta, com simpatizantes opositores do comunismo, amavam vestir camisas-verdes, andar com bandeira do Brasil e explorar o lema “Deus, pátria e família”, a fim de atrair religiosos, militares e as famílias, especialmente as tradicionais. No entanto, esses ideais não eram emancipadores nem novos, foram trazidos da Europa, de regimes ditadores que trouxeram desgraça para a humanidade.

Por exemplo, aquele(a) que faz questão de disseminar em seu carro, trabalho, igreja ou casa, o lema “Brasil acima de tudo”, se comporta como um nazista Alemão do século passado que cultuava Hitler, disseminava com orgulho e mãos estendidas o lema explorado pelo Führer “Alemanha acima de Tudo”, um verso “Deutschland über alles” do antigo hino Alemão, fortemente martelado pela máquina de propaganda nazista, em todos os grandes eventos oficiais, a fim de exaltar a pátria, obter apoio popular para um regime que vendeu a ideia do Hitler como um “Mito”, “Homem simples”, um regime que fez apologia ao armamento, armou o povo, e com apoio da massa, deu início a 2a guerra mundial, mobilizou, aterrorizou e levou para o túmulo mais de 40 milhões de civis e perto de 20 milhões de soldados <https://bit.ly/3q8nTbh>, dos quais, pelo menos 6,9 milhões eram Alemães que obedeceram ou desobedeceram ao Mito.

Quem acha lindo usar a bandeira Brasileira para dar apoio a político, aquele que faz questão de divulgar o lema “Deus, Pátria, Família” em sua igreja, em seu carro, em sua casa, em sua roupa, é usado como massa de manobra, se comportando como os apoiadores Italianos do Regime Fascista, cujo lema “Dio, Patria e Famiglia”, foi explorado pelo ateu e ditador Benito Mussolini, que com sua milícia gostava de se exibir com cavalos <https://bit.ly/3KL8erI> e em motociatas <https://bit.ly/3emfFtk e https://bit.ly/3wVU5m5>, cuja máquina de propaganda fascista manipulou e levou para a morte mais de 457 mil Italianos na 2a guerra mundial <https://bit.ly/3QeSKNR>.

Está sentindo um deja vu, algo parecido? tem mais, enquanto que na Alemanha e na Itália, é ofensa resgatar slogans que exploram Nome de Deus junto com ideologias nazifascistas <https://bit.ly/3es7Y56>, aqui no Brasil, presenciamos brasileiros adestrados, adotando os mesmos lemas e comportamentos do período trágico da humanidade.

Para entender o que está ocorrendo no Brasil, é importante destacar a máquina de propaganda de Hitler e a de Mussolini, pois a usavam de forma diabólica. Por exemplo, com ajuda de Goebbels, Hitler estabeleceu alguns métodos para obter apoio e disseminar sua ideologia, a propaganda deveria ser simples e emotiva, pois acreditavam que a massa, com sua fraca memória e capacidade crítica, seria facilmente manipulada com propaganda massiva batendo em poucos pontos. Neste sentido, os nazistas se tornaram os melhores da sua época em persuadir a população, por meio do uso de fake news, de notícias distorcidas ou negacionismo. Para os que desejam se aprofundar no tema, recomendo a leitura das obras <https://amzn.to/3TIoopP e https://amzn.to/3Rk5sfu> do PhD Nicholas O´Shaughnessy <https://bit.ly/3eqMl4M>, professor Emérito de Comunicação da Universidade de Londres, um expert em Marketing Político.

Uma fake news é uma notícia falsa, fraudulenta. E a utilização política delas ocorre desde civilizações antigas, sendo interessante ler o livro “Os Gregos acreditavam em seus Mitos?” do autor Paul Veyne <https://amzn.to/3Qi8Rua>, bem como o livro “Novos Embates pela História”, em que os autores defendem a História contra as Fake News e o Negacionismo <https://bit.ly/3cKdOxZ>.

No entanto, as atuais fake news ganharam rapidez e mais poder destrutivo por conta da falta de letramento midiático do povo, uso de robôs e do maior acesso aos celulares, tablets, internet, facebook, whatsapp, telegram, etc. Geralmente, uma fake news pode vir com as seguintes características, é sensacionalista, alarmante, polêmica, emotiva, tem erros de linguagem, não apresenta fontes, e quando apresenta, não são atuais ou confiáveis, traz números estáticos que induzem o leitor despreparado ao erro. O mais triste, são os efeitos dessas mensagens, com registro de muitas fatalidades <https://bit.ly/3AQCiOf>, bastando lembrar casos de brasileiros e americanos que morreram ao dar crédito às fake news disseminadas pelos presidentes Trump e Bolsonaro. Aqui há um vídeo com retrospectiva, que cita fatos, fake news, artigos científicos, crimes e casos de bolsonaristas mortos no Brasil durante a pandemia <https://youtu.be/Go9mwLTcfX4 >.

Para exemplificar sobre como o líder do atual governo imita os nazistas e fascistas, explorando as fake news e o negacionismo como formas de administrar a nação, entre 01/01/2019 até o momento, o Presidente Jair Bolsonaro já disseminou cerca de 6141 mentiras ou informações distorcidas, cuja lista com gráficos, estatísticas, fontes e argumentos desmentindo ou questionando as informações, pode ser encontrada no site da equipe do Aos Fatos <https://bit.ly/3d7mieL>.

Diante de tantas similaridades, é delírio celebrar os 200 anos de independência do Brasil, com tantos escravos algemados nos porões de navios políticos, vivendo no mito da caverna, cultuando líderes messiânicos, fake news e slogans (“Brasil acima de Tudo” e “Deus, Pátria e Família”) adotados por regimes fracassados que cometeram milhares de crimes contra a humanidade. Para se libertar desses grilhões, ter um povo independente, é preciso começar a investir em letramento digital/midiático e o próximo artigo abordará sobre boas práticas de países modelos em educar a população para combater as malditas fake news.

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].
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