Existem muitos tipos de drogas e medicamentos que têm propriedades de exercitar ou de deprimir o Sistema Nervoso Central, de alterar a percepção, de modificar o ânimo, a coragem, o pensamento, a atividade motora. Mas para o filósofo e poeta Ivan Viana do Nascimento, que é professor da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), teórico do Anarquismo, contista, performer, artesão, membro do Movimento Libertário Candiru e do Coletivo Marcha da Maconha Manaus, diferentemente de outras drogas, a maconha não tem propriedade, capacidade de exercitar ou de deprimir o Sistema Nervoso Central, de alterar a percepção, de modificar o ânimo, a coragem, o pensamento, a atividade motora. Pelo contrário, para o ativista Ivan Viana “a maconha não causa mal, salva vidas”.
“Por que farmácia tem nome de drogaria?” – interroga o poeta e ele mesmo responde. “Porque todo remédio é uma droga e a humanidade não sobrevive sem as drogas ou os remédios. Claro que todo remédio tem efeitos colaterais uns muito danosos e outros nem tanto. E comparando os efeitos colaterais da maconha com os efeitos colaterais de outras drogas lícitas ou de alguns medicamentos os efeitos da maconha são mínimos ou irrelevantes. Por exemplo, a maconha é um calmante natural e poderoso que causa descontração e diminuí a ansiedade. Portanto, é uma droga da paz e do amor, ao contrário do álcool, do tabaco, do café, do guaraná, da cocaína, do açúcar, que deixam as pessoas nervosas”.
Segundo o ativista e anarquista Ivan Viana, não é suficiente que pais, professores e todas as pessoas que trabalham com crianças e jovens conheçam as principais drogas e seus efeitos sobre o organismo humano. O fundamental, para quem se dedica à educação das novas gerações, além de muito conhecimento, é a abertura e a disposição para a compreensão e a orientação. “O que existe em torno da maconha é uma estupidez sem limites e preconceitos atávicos que estão ligados às condições de pobreza, da cor da pele dos usuários e das suas profissões, geralmente artistas e intelectuais”.
Em outras palavras. Para o defensor da legalização da maconha Ivan Viana, a ignorância aprisiona e o conhecimento liberta. “Você não usa maconha para executar um assalto ou para brigar com alguém porque você estaria em uma tremenda desvantagem. Quando você quer cometer um crime você usa um estimulante para ficar ligado e atento. A maconha é um bode expiatório para as outras drogas. O preconceito é tanto que maconheiro é xingamento que remete a pobre e preto”.
Quanto ser a favor da legalização da maconha, Ivan Viana responde: “Defendo a legalização e a liberação do plantio porque no nosso entendimento a criminalização é a mãe da corrupção, da violência, do preconceito. Primeiro há um mercado bilionário que está na clandestinidade e hoje mesmo proibido movimenta mais de 6 bilhões de reais. A legalização do mercado tem o potencial de chegar aos 24 bilhões facilmente e gerará milhares de postos de trabalho com uma remuneração acima da média. Em segundo lugar, quando você legaliza tira o glamour do proibido e a sensação de transgressão. Você baratearia o preço com mais oferta e aumentaria a qualidade final do produto e se você pode plantar você não tem a necessidade de comprar caro e por fim quando você legaliza você elimina a violência e a corrupção que é gerada pelo tráfico que é um fator encarecedor do produto. Contra a violência e a corrupção, plantar é a solução”.
“A maconha vicia menos de 5% dos usuários. Para quem duvida, eu digo: procure descobrir a verdade porque geralmente os viciados são alcoólatras, crakeiros e nem é a maconha que vicia o sujeito, mas por uma questão de preconceito e de desconhecimento é mais fácil xingar o viciado de maconheiro porque isto faz uma catarse” – alerta.
Por fim, Ivan Viana deixa uma mensagem para a sociedade em geral e para todos aqueles que pensam o contrário dele. “A mensagem que eu deixo é que o problema não está nas drogas, mas na criação. As drogas são a solução caso contrário não teríamos as drogarias cheias de drogas que tornam a vida das pessoas numa vida mais feliz e com muito menos dores e sofrimento e no caso específico da maconha é: estude, reveja seus preconceitos, e se você é realmente contra o crime organizado, a violência e a corrupção então você é a favor da legalização. A maconha cura, quem mata é a ignorância, a ganância, o preconceito e a criminalização”.