Pesquisar
Close this search box.

Lembra do FMI?

Cada pai ou mãe de família sabe que, para administrar uma casa deve manter os gastos à altura dos ganhos, caso contrário o mês não fecha sem dívidas vencidas. Uma empresa, ou mesmo um país só é maior que nossa casa no tamanho e na complexidade, mas o princípio é o mesmo. Enquanto não pudermos elevar os ganhos à altura dos gastos, temos de manter os gastos à altura dos ganhos.

Esse comentário introdutório nos remete a mais de 20 anos, quando o PSDB administrava o Brasil. Para equilíbrio de contas, muitas vezes recorria ao Fundo Monetário Internacional (FMI), do qual o Brasil é sócio. O FMI por diversas vezes socorreu o Brasil com dinheiro barato. Em contrapartida sugeria metas e queria relatórios do cumprimento dessas metas colocando um teto de gastos para as despesas públicas. Recordações de outros tempos e outras prioridades, mas cujo princípio também não muda. 

O governo PT pagou a conta ao FMI alardeando o fato como se tivesse sido feito com sobras de caixa. Foi uma jogada de marketing que custou muito caro, porque o pagamento não saiu de sobras, mas de empréstimo a juros triplicados. Não foi para se livrar de um parceiro para quem se pagava pouco, mas evitar que alguém continuasse bisbilhotando e dando pitaca nas contas do governo brasileiro. Dali pra frente foi liberalidade geral e todos sabemos no que deu.

Veio o impeachment da Dilma que havia herdado uma bagunça contábil que atingia até as estatais. Assumiu Temer que tornou o teto de gastos uma lei que foi obedecida sem muita dificuldade por todo o governo seguinte. O Brasil administrado seriamente arrumou as finanças e voltou a ter superávit primário. Estava deslanchando, com redução de impostos e expectativa de crescimento acima da média mundial.

O ex presidiário Lula candidatou-se a Presidência da República, numa campanha que valeu tudo. Desde a própria saída da prisão até o ocultamento público do seu passado, desumanização de adversário via imprensa além de parcialidade flagrante do Tribunal Eleitoral a seu favor e por fim, uma apuração cheia de vícios e com comprovação de falhas.

Antes mesmo de assumir propõe a extrapolação do teto de gastos ao Senado. Assim como fez em 2003, quando recebeu o governo de Fernando Henrique Cardoso numa transição transparente, começa a dizer que as contas estão ruins e existe um rombo bilionário. A transparência e o respeito a verdade nunca foram os pontos fortes do PT que quer reassumir usando o mesmo discurso de vinte anos. A proposta de extrapolação do teto de gastos em 150 bilhões anuais não eram necessários na proposta orçamentária do governo anterior. Contudo, ficou corroborada uma coisa: os votos da maioria dos ocupantes das cadeiras do Senado são passíveis de compra como qualquer mercadoria de feira. Nem sempre a moeda de troca é dinheiro. 

O governo previsto para começar em janeiro já entra com autorização para promover uma farra de gastança que pode comprometer todo o futuro do Brasil. Qualquer empresa que agisse assim estaria fadada ao fracasso. Em outras palavras, o governo esquece o princípio fundamental: não gastar mais que arrecada e guardar fundos para emergências. Políticos em cargos técnicos são uma porta aberta ao desastre. Seria bom se aprendessem a lição básica com qualquer dona de casa. (Luiz Lauschner)

Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

No data was found
Pesquisar