Aristóteles Drummond
A bancada nos legislativos de parlamentares que defendem políticas mais rigorosas no trato da criminalidade no país é grande. O povo está revoltado com o aumento da violência urbana e a proteção aos marginais por segmentos políticos influentes. As polícias estaduais são intimidadas, ameaçadas, estimuladas à omissão. Cresce as perdas de vida entre os agentes da lei. As câmeras, em moda nos uniformes, são, na verdade, uma reivindicação de criminosos, pois inibem a ação policial.
A pressão popular começa a se fazer sentir em função de iniciativas no Congresso Nacional para um reexame de medidas de proteção aos criminosos presos, a começar pelo acesso aos celulares, através dos quais líderes de facções continuam a comandar o crime.
Barreiras para retirar os sinais dos telefones existem no mercado e de uso mundial. O melhor destes equipamentos é fabricado em Israel. A adoção do sistema não prosperou na América Latina, por influência política. A alegação é que privaria os funcionários das penitenciárias do uso dos celulares no horário de trabalho. Inacreditável argumento.
Acabar ou limitar aos de bom comportamento as “visitas íntimas”, substituir o “salário presidiário” pelo Auxílio Brasil, limitar as saídas festivas são propostas que já tramitam na Câmara dos Deputados. No último Natal, cerca de três mil presidiários não voltaram na data prevista. São três mil marginais nas ruas.
Nos Estados, a ação policial começa a ser reconhecida como instrumento legítimo de defesa da sociedade. São Paulo começa a rever práticas e certamente vai obter resultados. O governador Ronaldo Caiado, de Goiás, é talvez o mais popular do Brasil e tem uma política nítida pela segurança.
Custa a entender o que pode motivar esta preocupação com os marginais e não com suas vítimas. E o grave é que quem sofre mais são os mais humildes. Os mais ricos têm carros blindados, segurança nos condomínios. Sofre quem perde o salário num assalto, tem a filha violada, o filho cooptado pelo tráfico. Elitismo é uma marca deste tipo de esquerda.
Estamos comprometendo a paz nas famílias, o desenvolvimento do turismo que emprega, a criação de novas empresas. Circular nas estradas já está sendo de alto risco e prejudica a economia como um todo.
As polícias têm mostrado eficiência. Merecem apoio e não este patrulhamento inaceitável.