Há décadas, durante as eleições, velhos caciques e seus eleitores teimam em lançar o país em abismos, a partir de ilusões criadas por polarizações burras, cujos extremos não são tão diferentes. Em breve haverá eleição presidencial e o artigo elenca uma série de semelhanças entre Lula e o Mito que precisam de reflexão, a fim da maioria dos eleitores não repetir os erros passados.
Na Fábula “o Burro e Seu Condutor”, o sábio Esopo narra que um burro era conduzido pelo seu dono, descendo por uma estreita trilha de uma montanha. Em determinado momento, o burro viu seu estábulo e teimou em acreditar que o melhor caminho para chegar lá era correndo pelas paredes laterais do íngreme precipício. Assim decide se jogar no abismo mas foi impedido pelo dono que o segurou pela calda com toda a força, mas o teimoso animal insistiu, fez confusão e se lançou com mais força para baixo. Exausto o dono exclama “Muito bem, se assim o queres, siga seu próprio caminho, animal de cabeça dura, e descubra aonde este irá te conduzir”. Dito isto, soltou a calda e o burro se precipitou encontrando uma morte traumática montanha a baixo.
Na vida, cada um, aqui e acolá, comete erros, isso é humano, porém é importante salientar que há uma diferença entre o teimoso e o perseverante, pois enquanto o primeiro é dono de um forte ego, não aprende com os erros e continua insistindo em métodos, teorias ou atitudes que não trazem bons resultados, o segundo aprende com as falhas e vai ajustando com sabedoria os meios até que os bons resultados sejam alcançados, em um processo de melhoria contínua.
Na fábula acima, o condutor tem o perfil de ser perseverante, de conhecer o melhor caminho, estar atento para a realidade, enquanto que o burro tem o perfil do teimoso, vivendo em uma realidade paralela com potencial de causar grandes estragos tanto na sua vida quanto na vida dos demais.
E quando falamos em eleição, a situação não parece diferente, pois infelizmente temos aqueles eleitores que se comportam como o burro, vivem em uma realidade alienante, paralela, esperneiam, negam fatos, são facilmente distraídos com temas polêmicos, porém irrelevantes, diferente do eleitor condutor, que busca fazer uma escolha mais racional com base documental, na observação das atitudes dos governantes e parlamentares, bem como na análise dos programas, dos projetos e dos resultados dos eleitos para mudar os rumos do Município, do Estado ou do País.
Diria que uma boa parte das mazelas de nosso país não é culpa apenas do eleitor, mas dos órgãos de controle e dos dirigentes dos partidos, especialmente os tradicionais (PT, MDB, PSDB, PP, PL, PC do B, PDT, PTB, etc), cujos caciques colecionam processos ou condenações e impunes atrapalham a renovação das lideranças, lançando-se como candidatos aos cargos chaves do país. Em todo ano de eleição, são os mesmos nomes, caciques viciados em velhas práticas, essa turma empurra goela a baixo para os eleitores, chapas intragáveis, forçando a população a perder tempo com várias distrações e polarizações inúteis.
Apesar de gastarmos dinheiro com um número grande (32) de partidos <https://bit.ly/3uqu9Oz>, infelizmente, eles não têm apresentado candidato(a)s dignos para a presidência. E um resgate histórico revela que no centro dessa polarização aparecem os mesmos caciques, com grande destaque a velha turma do PT, escravizada pelo Lula: 1989 (Lula x Collor); 1994 (Lula x FHC); 1998 (Lula x FHC); 2002 (Lula x Serra); 2006 (Lula x Alckmin); 2010 (Dilma x Serra); 2014 (Dilma x Aécio); 2018 (Lula/Haddad x Bolsonaro); 2022 (Lula x Bolsonaro).
E ao que parece, os 20 anos de polarização entre o PT e o PSDB, recheadas de distrações inúteis, não foram suficientes para ensinar que não vale a pena polarizar entre Lula e Bolsonaro, uma vez que esses dois atores dependem um do outro e são mais parecidos do que os eleitores pensam, a saber:
1o) Origem e ganância excessiva por recursos das Estatais;
2o) Seus clãs enriqueceram de forma repentina e são alvos da justiça, com casos sendo sistematicamente atrapalhados ou cancelados ao longo do tempo;
3o) São populistas personificados como heróis;
4o) Vivem assombrados com fantasmas, tanto os vivos (envolvidos com rachadinhas ou outros tipos de corrupção) quanto os mortos com características de queima de arquivo e que possivelmente voltarão a assombrá-los perto das eleições:
4.1 Prefeito Celso Daniel, coordenador de pré-campanha de Lula, que foi morto em 18/01/2002, após ameaçar entregar dossiê sobre corrupção do PT na cidade de Santo André. Além dele, mais sete morreram <https://bit.ly/3jqn6Py> em um caso até hoje mal explicado para a sociedade;
4.2 o Chefe do Escritório do Crime, o Miliciano Adriano Magalhães, envolvido com corrupção junto com o clã Bolsonaro, cuja mãe e esposa eram funcionárias fantasmas no gabinete do Flávio <https://bit.ly/3JnqKEd>. Ele foi morto em 09/02/20, valendo a pena ouvir áudios da sua irmã sobre a queima de arquivo <https://bit.ly/3JqEBK3M>, sendo mais um caso mal explicado para a sociedade;
4.3 o Bebiano, coordenador de campanha do Mito, falecido em 14/03/20 (infarto – 34 dias após morte de Adriano Magalhães), após ele ter dado entrevistas <https://bit.ly/30c9FJS e https://bit.ly/2S74VAw> que assombraram a tropa do planalto, sendo esta fatalidade mais uma das inúmeras coincidências da tropa bolsonarista, especialmente quando se sabe que desde os anos 70, no meio militar, há armas potentes que discretamente causam infartos <https://bit.ly/3usuKzh>;
5o) São oportunistas e sem palavra, não cumprindo o que prometem <https://bit.ly/3v7hwXR e https://bit.ly/3jstXrL>;
6o) São especialistas em distrair a população com assuntos polêmicos sem relação com as reais as prioridades do país;
7o) São disseminadores costumazes de fake news ou notícias distorcidas <https://bit.ly/3d7mieL e https://bit.ly/3vbbSnm e https://bit.ly/3rgtIV0>;
8o) São negacionistas valendo lembrar como eles se comportam diante do mensalão, petrolão, enriquecimento da família, obtenção de privilégios, irregularidades em sítios de Atibaia (um do Lula e outro do advogado do mito que escondeu Queiroz e esposa), orçamento secreto, funcionários fantasmas, rachadinhas, gabinete paralelo no MEC com esquemas envolvendo pastores, bíblias, desvios no FNDE, etc;
9o) Para chegar ou se manter no poder, se aliam com igrejas e até com o diabo, com alianças feitas com condenados do centrão que arruinaram o país: Arthur Lira, Roberto Jefferson, Ciro Nogueira, Valdemar Costa, Geddel,Collor, etc;
10o) Acumulam irregularidades e atuam com hackers criminosos, milícias digitais, Aras, Gilmar, Toffoli, Ricardo e Nunes para desmantelar o arcabouço legal de Combate a Corrupção, afetando mortalmente operações como a Lava Jato e a Greenfield <https://bit.ly/3MJ8YOO>.
Finalmente, a lista de semelhanças é enorme e cabe ao eleitor perseverante evitar a polarização de 2022, pois se a teimosia da maioria insistir, jogará novamente o país em outro abismo, podendo resultar em uma das eleições mais desastrosas de todos os tempos.