*Carmen Novoa Silva
Mãe de Jesus e Mãe nossa, sabes dessa minha doce, inevitável e teimosa mania de colocar no papel aquilo que todos pensam e sentem, mas, esperam que alguém se pronuncie. E isso me faz apresentar a Ti, as mais acalentadas intenções dos cristãos desse povo que em fervorosa crença te invocam sob o título de Senhora de Fátima. Queremos que se cumpra a Nova Evangelização e nesta haja o lugar certo e devido para querer-te como Mãe de Deus e intercessora nossa.
Não sabem os doutos, que nos lugares onde a devoção em teu nome é maior e as bocas proclamam teu direito pleno na obra Redentora de Jesus, dificilmente os espíritos se deixam levar a extravagantes paraísos? Neste centenário 2017 mundialmente festejado – Principalmente na centúria em que são completadas tuas aparições aos três pastorinhos: Jacinta, Francisco e Lúcia em 1917. Apresentando-te como senhora do Rosário e sempre a dizer como comunicadora de todos os tempos: “Fazei o que Ele vos disser”. Jamais arrogando para si méritos superiores. Queremos ter para cada incompreensão, cada menosprezo e cada ofensa a tua pessoa, mil sorrisos a dar. Sorriso… Como se fora um sacramento. Feito como sinal visível das almas abertas de par em par. E tendo por Evangelho o sorriso, haverá a total conscientização de tua grandeza na vida da Igreja, pois à grande conversão não se chega com punhais senão com aquela loucura evangélica do amor.
Daquele sempre-amar que abranda os corações para a fé, tal como a luz do sol amolece a cera para desta forma moldá-la a seu gosto. Queremos ter no coração o sangue bombeando em ritmo de confiança numa cruz feita de solidariedade. Essa cruz autêntica, despojada de confeitos e sentimentalismos voltada para o compromisso cristão de evangelizar. Queremos a um passo do terceiro milênio, encontrar algo poderoso onde colocar os olhos; onde por inteiro o coração; onde apoiar nossas esperanças.
Algo tão eterno como essa Palavra salvífica de amor sem fronteiras, para nunca ter que aturdidos, exclamar: “Levaram o Senhor e não sei onde, O puseram”. Queremos Mãe e Santíssima, nesse imenso lazareto denominado Terceiro Mundo, onde se acha, o homem dos presídios, dos hospitais, das sarjetas e de todos os abismos, ser novos parágrafos e nunca epílogos mesmo que os sinos dobrem ou que emudeçam os bem-te-vis de todas as manhãs. Neste ansiado centenário de tuas aparições em Portugal (na cova da Iria).
Queremos, em exagero, pedir que se um dia por desventura nós de ti, Virgem do Rosário, esquecermos, iludidos por exóticos paraísos que para as ofensas, para o menosprezo, para o voltar de costas sempre tenha mil sorrisos a dar. E mais ainda queremos: Que nos momentos escuros, atendas solícita como sinal de infinita ternura – a súplica nossa e daquele poeta a perguntar: “Onde estão Mãe, as palmas de tuas mãos amigas, que tinham o dom de serenar a cabeça do teu Filho”. (QUERERES PARA UM EVAGELHO DO SEMPRE-AMAR). “Se não for muito tecesme uma túnica inconsútil que fazias para teu Filho. Integral sem escaramuças” Dom Helder Câmara.
CARMEN NOVOA SILVA, é Teóloga e membro da Academia Amazonense de Letras e da Academia Marial do Santuário de Aparecida-SP