Alguns problemas importantes que afetam o setor primário e as famílias vulneráveis em Parintins precisam ser corrigidos nesta nova gestão. Entre os principais temas estão: o destino do armazém da ex-Cibrazem, a reativação do restaurante popular, sementes de malva/juta, beneficiamento da produção, crédito rural, entre outros. Acredito no potencial da juventude e na boa vontade do prefeito Mateus Assayag e da Vanessa Gonçalves. Ninguém inicia uma gestão querendo errar; todos começam com grande entusiasmo, mesmo enfrentando as dificuldades e desafios que envolvem vencer uma eleição. O desejo de acertar e ser reconhecido pelo trabalho realizado é um estímulo poderoso. O restaurante popular é uma ação fundamental para atender as famílias que mais precisam e receber a produção rural. Já indiquei, tanto aqui quanto no meu blog Thomaz Rural, um caminho para sua reativação. Esse projeto deve ser prioridade, considerando seu impacto social e econômico. A situação do armazém da ex-Cibrazem é mais delicada. Atualmente, o espaço está vinculado à justiça para o pagamento de dívidas do meu Garantido. No entanto, é essencial lembrar sua relevância histórica, pois, no passado, foi crucial para o armazenamento de fibras. Com base nessa memória, sugiro uma solução prática para revitalizar o setor de fibras em Parintins. A prefeitura pode assumir essa iniciativa, sem depender exclusivamente do Estado, utilizando recursos próprios ou emendas parlamentares. Uma possível ação seria solicitar ao secretário Tião Teixeira que vá ao Pará, adquira algumas toneladas de sementes e as distribua entre as comunidades aptas para o cultivo. As fibras possuem mercado comprador, são sustentáveis, podem ser estocadas, têm preço mínimo garantido pelo governo federal e contam com instrumentos que auxiliam no escoamento. Outro ponto de atenção é o beneficiamento da produção rural. Durante as safras de algumas frutas, a agroindústria privada existente na Ilha, apesar de seus esforços, possui capacidade limitada e não atende à demanda dos produtores. Com isso, frutas acabam sendo descartadas quando poderiam ser transformadas em polpas, doces, entre outros produtos. Para evitar esse desperdício, sugiro a criação de uma pequena central de beneficiamento de produtos regionais na sede do município. O Sebrae pode ser um parceiro estratégico nesse processo, oferecendo orientação técnica e operacional. O crédito rural é essencial para o desenvolvimento do setor primário. Em Parintins, temos três agentes públicos operando (Banco do Brasil, BASA e Caixa Econômica), além do SICREDI, o que é uma grande vantagem. Contudo, não há produção agrícola sem crédito. É como se a prefeitura não recebesse emendas parlamentares: tudo se torna mais difícil. É fundamental dispor de profissionais qualificados para elaborar projetos, providenciar a documentação necessária e destravar o licenciamento ambiental, respeitando o Código Florestal (20%). Sem essas medidas, o crédito rural continuará sendo subaproveitado. Sugiro também acompanhar de perto o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do município e o operado pela Conab/AM. Isso evitará surpresas e paralisações em programas federais que beneficiam tanto os produtores quanto as famílias em vulnerabilidade social. As compras devem priorizar agricultores e pescadores do município, e as doações podem ser direcionadas ao restaurante popular reativado. Esses são apenas alguns dos pontos que considero essenciais para o setor primário e o desenvolvimento sustentável de Parintins. Ressalto que estou à disposição para orientar e divulgar essas iniciativas, caso necessário. O setor primário é estratégico e merece atenção prioritária. Em Parintins, tem EMBRAPA, IDAM, SENAR, SESCOOP, SEBRAE, SESI, tem posição geográfica privilegiada, tem tudo para crescer no AGRO familiar e empresarial. Por fim, é importante lembrar que o governo federal dispõe de vários instrumentos adormecidos, que outros estados já utilizam, mas que ainda precisam ser acessados pelo Amazonas.
14.01.2025
Thomaz Meirelles, administrador, servidor público federal, especialista na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected] ou [email protected]