Como cantava Erasmo Carlos numa bela canção, as mulheres não representam o sexo frágil e são certamente mais fortes e resistentes do que nós homens, na grande maioria das situações. Sua resiliência, amor, coragem e dedicação parecem transcender os limites do “ser humano”. Sua capacidade de doação parece infinita.
Desde cedo convivi com mulheres guerreiras e admiráveis. Minha avó Gleide foi uma bússola e um porto seguro. Minha bisavó Odete, uma referência de fortaleza humana. Minha mãe, coragem, luta e resistência. E estas são apenas algumas das qualidades que as mulheres de “minha vida” refletiram na minha existência de homem, desde menino. A verdade, a lealdade e a honestidade também.
Hoje reconheço que minha esposa Ana é o principal esteio de nossa família. Por mais que eu me esforce não conseguiria atingir seu nível de generosidade, afeto, cuidados. Enfrenta as mazelas com uma maestria diferenciada e ninguém aqui em casa pode deixar de reconhecer o quanto ela é guerreira e dedicada à cada um de nós. Como ela, tantas mulheres são a principal sustentação de suas famílias. E, além das famílias, são protagonistas cada vez mais importantes nos espaços sociais, culturais, espirituais, políticos e econômicos da sociedade.
Escrevo este texto justamente no Dia Internacional da Mulher, para ser publicado na edição de fim de semana deste Jornal do Comércio. E desejo agradecer à todas as mulheres que nos servem de exemplo e de motivação. Este sentimento de gratidão e de admiração se espraia além de minha família e de minhas amigas e, assim, também dedico este singelo artigo às milhares de amazonenses que literalmente sustentam a vida das famílias e das comunidades no nosso imenso Amazonas.
Conheci muitas mulheres que sofreram reveses terríveis na vida, como as que adoeceram e faleceram de moléstias preveníveis, como o câncer do colo de útero. Uma doença que ceifou e continua a ceifar a vida de milhares de amazonenses, por conta do absurdo descaso do Poder Público em nosso estado. Outras mulheres, agredidas, abusadas, vilipendiadas por homens canalhas, que sequer são capazes de recordar que estão no mundo por causa de suas mães. Aprendi desde cedo que bater numa mulher é indigno de um verdadeiro homem. Mas infelizmente há (h)omens que se comportam com uma vilipendia desprezível e chegam a cometer feminicídios até diante dos próprios filhos!
E são tantas outras mazelas que perpassam as existências das mulheres, umas mais do que as outras, enfrentando os desafios com o espírito de heroínas. Em todas as idades, profissões, religiões, raças e etnias. Mulheres que resistem, não desistem, lutam e persistem.
No entanto, penso que não basta demonstrar gratidão e reconhecimento. É fundamental que nós homens nos envolvamos e apoiemos com firmeza as lutas das mulheres em defesa da igualdade de direitos, da equidade de oportunidades, da dignidade da vida humana. E colaboremos para que elas possam ocupar cada vez mais espaços de liderança transformadora na sociedade, nas empresas, na política, na arte e cultura, na ciência, no esporte, enfim, em todos os segmentos sociais.
Mulheres, suas vidas nos servem de exemplo e nos inspiram! Gratidão.
