Aristóteles Drummond
Há 50 anos o Chile conseguiu deter um tumultuado processo revolucionário que pretendia criar uma Cuba no Pacífico Sul. Foi a ação dos militares que afastaram um governo afinado com o regime e a liderança de Fidel Castro.
Pouca gente atenta para o fato de que o General Augusto Pinochet era ministro do presidente Salvador Allende, mas colocou acima de tudo a preservação da liberdade no país, co ordem e respeito ao setor privado.
Enfrentou problemas no controle da subversão, tendo um primeiro momento com muitas prisões, inclusive de estrangeiros, entre os quais brasileiros. Nestas horas, registra a história atos de violência de parte a parte. O próprio General Pinochet foi alvo de atentado com mortes anos depois.
Consolidado o regime, mesmo que com pontuais atos autoritários, o Chile se tornou um país desenvolvido, com crescimento econômico positivo e reformas econômicas que o fizeram modelo no mundo. A economia foi delegada a jovens adeptos da legenda liberal. E surgiu este novo e progressista Chile.
Hoje, o país tem até um antigo militante radical na presidência, mas comprometido com a democracia, distante do bolivarianismo e sem querer colocar ideologia para retrocessos. Este clima de sólida e próspera democracia se deve ao próprio presidente Pinochet, que convocou plebiscito, perdeu por 1% e aceitou de pronto o resultado. Provou ali ser um democrata, que foi levado a romper a legalidade para evitar mal maior.
Também no Brasil se procura enganar com está história de “ditadura” quando tivemos autoritarismo, com momentos duros proporcionados pela tal “luta armada”, que promovia sequestros, atentados e execuções, tratados hoje como atos de “resistência democrática”. Não se pode negar que, em 64, o país estava dividido, em crise econômica e social, e a Revolução uniu as forças vivas da nacionalidade. O correto Fernando Gabeira já afirmou que lutavam para implantar aqui a ditadura nos moldes cubanos e soviéticos. Quem pacificou o país, depois de 20 anos de notável desenvolvimento, e restabeleceu a democracia plena foi o presidente Figueiredo, herdeiro do compromisso democrático de seu pai. Isso é história e não narrativa.
Olhar o passado com o tempo decorrido se pode entender os momentos históricos e tirar conclusões.
E mexer nas feridas vai trazer a tona embates em que os erros cometidos estavam nos dois lados . A quem pode interessar este revanchismo? Com quais objetivos?
O genial Roberto Campos gostava de lembrar que os regimes autoritários chamados de direita, encerrada a missão, passavam o poder, como fizeram os militares brasileiros e chilenos. E deixando as marcas do progresso com ordem.