Nem Eduardo, nem Omar, nem Melo, nem David e nem Wilson

Em: 3 de fevereiro de 2025

É impressionante como os gestores públicos da área ambiental, especialmente os da SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) que vieram da FAS (Fundação Amazonas/Amazônia Sustentável), só falam no futuro. Já se passou mais de uma década desde que a Fundação Amazônia Sustentável – FAS começou a influenciar a política ambiental pública no Amazonas, e, no interior, o caboclo não ganhou nada. Neste fim de semana, o jornal ÀCRÍTICA revelou que nem Plano Climático nós temos no Amazonas, e o titular da SEMA, mais uma vez, jogou a solução para o “futuro”. Que coisa! Não foi por falta de dinheiro. Sabemos o volume de recursos que já entrou — e ainda entra — vindo de países poluidores que esquentaram o planeta, enquanto nós já estamos pagando a conta. Mesmo com todo esse tempo e investimento, a FAS na SEMA não conseguiu fazer o Zoneamento Econômico Ecológico – ZEE que é uma política ambiental.
Quando se fala em crédito de carbono, o verbo é conjugado no futuro. No REDD+, o verbo é conjugado no futuro. Quando se trata de agilidade no CAR e no licenciamento ambiental, o verbo continua no futuro. Enquanto isso, ontem mesmo recebi duas mensagens do interior relatando que o Bolsa Floresta, agora chamado de Guardião da Floresta, está atrasado. Será? Não acredito! O espaço continua aberto aos esclarecimentos. Nenhum governador — Eduardo, Omar, Melo, David (pouco tempo) ou Wilson Lima (que ainda tem dois anos de mandato) — teve coragem de romper esse ciclo da FAS controlando a área ambiental do Amazonas. Eduardo e Omar nem sequer apareceram na CPI das ONGs, conduzida pelo senador Plínio Valério, para defender a FAS, uma ONG criada e fortalecida em suas gestões. Como uma “parceira” de suas administrações não teve a defesa deles no Senado? Qual a razão?
Se não tivéssemos 65,6% da população sem saber o que vai comer amanhã, vivendo na pobreza, não estaríamos insistindo tanto na correta aplicação dos recursos financeiros, na transparência e nas verdadeiras prioridades. Em vez de uma “bioeconomia” que beneficia apenas uns poucos privilegiados, o caboclo do interior quer ZEE, energia solar, internet, poço artesiano, sementes, acesso a financiamento, mudas e assistência técnica. Este fim de semana, para aumentar a lista do “não temos”, mas vai ter “no futuro” entrou o plano climático na manchete do Jornal ÀCRÍTICA. Quem será que vai acabar com esse descaso com o caboclo que preservou o verde e vive na miséria? Espero que o governador Wilson Lima bote um ponto final nisso. Nosso interior vai agradecer!

04.02.2025
Thomaz Meirelles, administrador, servidor público federal, especialista na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected] ou [email protected]

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]
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