22 de novembro de 2024

Nenhum ex-governador teve coragem. O Wilson ainda tem três anos!

Quem acompanha meus artigos no JC há 21 anos, e o meu blog Thomaz Rural, há uma década, sabe o quanto venho alertando para esse desastre divulgado pelo IBGE que ocupou a mídia local. É inaceitável ter metade do Amazonas sem comida na mesa vivendo no Estado mais preservado do mundo com uma floresta em pé que vale trilhões por ano. É incompetência e falta de coragem para mudar o que vem dando errado desde 2003. Em tópicos, os motivos desse desastre de indicador anunciado pelo IBGE:

  1. Fazer o mesmo, com os mesmos, na área ambiental desde 2003. Não fazem o ZEE, travam o empreendedorismo (15 anos para obter a licença do potássio, e ainda estão tentando travar), satélites só para multar, e não para agilizar a licença ambiental, regularização fundiária, CAR, CAF, crédito rural e afins;
  2. Até hoje, desde 2003, nenhum governador teve coragem de fazer a mudança nessa área em razão de serem especialistas em captar recursos internacionais, mas que vem carimbado da Alemanha, Estados Unidos, entre outros, para manter nosso isolamento e a pobreza. Estão aí os números do IBGE divulgados na imprensa. Esse recurso não vai para o ZEE, nem ao asfaltamento da BR-319;
  3. Eleição de 2 em 2 anos, ou seja, uso do poder, dos bilhões do Fundo Eleitoral, entre outras coisas, para manter o poder;
  4. Silêncio quase total dos três poderes para a pobreza do Amazonas. Até hoje não vi questionarem a vinda de tantos bilhões para o meio ambiente e o Bolsa Floresta ter ficado 14 anos pagando a miséria de R$ 50 para menos de 1% das pessoas que preservaram o verde ao mundo. A CPI das ONGs mostrou a farra dos bilhões. Até hoje estou esperando os nomes de quem fez assistência técnica para os projetos da FAS com parte desse milhões. Quem disse foi o próprio superintendente da FAS em depoimento na CPI das ONGs. Por falar em CPI das ONGs, que aconteceu no Senado Federal, não vi os dois senadores que foram governadores em nenhuma reunião da CPI, nem para elogiar, nem para criticar;
  5. Não vi uma ONG questionar o insignificante valor do Bolsa Floresta durante 14 anos;
  6. Também nunca vi a ministra Marina questionar o valor do Bolsa Floresta de miséria, nunca vi a ministra sorrindo no Amazonas preservado. O governador Wilson aumentou de 50 para R$ 100 e mudou o nome. Apesar do aumento, errou também, porque ouviu os mesmos de 2003. Pergunto: que serviço relevante é esse que pagamos R$50/R$100?
  7. Ia esquecendo: o Consea do AM, infelizmente, tem o comando quase que totalmente focado na militância partidária. Consea é o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Amazonas.

O atual governador Wilson Lima tem quase três anos para fazer o que Eduardo, Omar, Melo, David e Amazonino não fizeram, ou seja, mudar a área ambiental pública do Amazonas, dando oportunidade para doutores da Ufam, UEA, e aos técnicos que trabalham dentro dos próprios sistemas Sema e Sepror para fazer valer os trilhões da floresta em pé para TODOS, e não para poucos. E tem mais: dizer aos países que poluíram o planeta que aceitamos seu dinheiro, mas vocês não têm nada a nos ensinar, nós é que vamos fazer a economia do Amazonas girar com total respeito ao meio ambiente, coisa que ELES não fizeram, e continuam ignorando. Com relação aos R$ 78 milhões do banco alemão que estão indo para a FAS, mas deveria ter ido ao Estado, vi que nos slides das apresentações tem a logomarca que faz ligação com a Alemanha. Infelizmente essa coragem está faltando desde 2003, e por isso nossos números de fome só aumentam. Preservar esse patrimônio de trilhões ao planeta e ter mais da metade do Estado sem comer, e atingido por cheias e secas, é inadmissível. A família da canoa continua remando ao futuro que nunca chega!

07.05.2024Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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