Diante da pergunta se fracasso é bom ou ruim o que você responderia?
Eu, certamente digo que é ruim. Na minha cabeça, se fracassar é não chegar ao objetivo desejado, então é ruim. Para mim, ninguém quer fracassar.
Eu acredito que todos nós queremos desenvolver, prosperar, fazer valer o esforço, conquistar. Agora, se não acontecer, não será o fim do mundo, vamos fazer do limão uma limonada e tomar o “suco do aprendizado”.
Estou sempre militando para que todo líder seja forte e corajoso, enfrente os obstáculos que estão em sua frente com ousadia de quem acredita no potencial e de quem busca sempre caminhos para desenvolver o que lhe falta.
Sobre a perspectiva de que ninguém quer fracassar, posso dizer: tenha medo do fracasso! Como assim?
Isso mesmo. Não o medo que paralisa e contém você. Não o medo de errar como insegurança de avançar ou com a Síndrome do Impostor que nada do que se faz é suficiente, mas o medo em seu aspecto positivo da alerta, do aviso do risco, da atenção para o que pode acontecer.
Quando você tem este aspecto do medo do fracasso será possível que analise melhor o perfil da equipe, estruture com atenção as entregas do trabalho, ajuste o processo com métodos mais eficientes, organize a rotina para evitar os imprevistos e o urgente, e, tantos outros pontos de vigilância que este receio de fracassar o leve para planejar com mais cautela e prudência a sua rota de execução.
E mesmo quando você previne e é proativo corre o risco de não chegar ao objetivo. O fracasso pode acontecer. Não temos como prever todas as variáveis que encontraremos, não existe previsibilidade infalível.
Nesta hora, é possível assumir a postura autorresponsável e de maneira protagonista tomar para si os erros cometidos, que podem ter sido da estratégia tomada, do processo escolhido, da equipe selecionada, do campo limitado de visão e tantos outros.
Ninguém gosta de falhar, mas quando acontece somos forçados a entender o porque erramos, como erramos e o que seria a coisa certa a se fazer diante do atual erro.
Quando erramos e não deixamos o medo tomar conta, passamos para outro estágio do desafio e o fracasso não nos consumirá mesmo tendo medo dele.
Neste nível de maturidade, a gente passa a arriscar mais, consegue novas ideias, percebe novas possibilidades, entende os limites da competência, compreende melhor o cenário, aprende a lidar com as dificuldades, percebe o impacto da sensação de frustração, enxerga os erros como aprendizados.
Diante desta nova mentalidade que se abre mais fortalecida, o fracasso assume um papel de feedback sobre as ações tomadas e nos ensina a refletir antes do próximo passo para que as escolhas de dar a volta por cima e perseverar tenham outro estágio de ação para não cair no mesmo erro.
Os momentos de fracasso funcionam como ferramentas para amadurecer, crescer e evoluir. Quais seriam então as boas práticas para o começar de novo?
- Rever os objetivos: como o fracasso se fez e o objetivo não foi atendido, é hora de repensar se ele ainda é significativo para você. Tudo bem mudar de ideia. Agora, se ele continua relevante para sua vida, repense as estratégias para depois reavaliar as metas críticas e suas medidas de direção ao resultado.
- Redefina prioridades: muitas vezes o objetivo não foi atendido porque não houve a correta definição das prioridades. A falta de priorização leva a retrabalhos, desperdício de recursos, custo desnecessário, mau uso das potencialidades pessoais e estes podem ter sido fatores críticos de sucesso para o resultado não ocorrer.
- Conhecer seus pontos positivos e negativos: saber o que é bom e reconhecer suas dificuldades é essencial para diminuir a insegurança e entender o próximo caminho a seguir.
- Traçar um plano de ação: é hora de aprimoramento da execução através da análise do que funcionou e o que não funcionou muda ou melhora, bem como entender o que não foi contemplado de ação que precisa ser feito desta vez.
- Entender quem te apoia: diante do sucesso muitas pessoas podem estar ao seu lado e desaparecerão no fracasso ou não assumirão sua parcela de responsabilidade para a próxima jornada. Esta é a hora de avaliar com quem você realmente pode contar. Fica nítido quem está ao seu lado.
Eu acredito que com estas iniciativas o fracasso ensinará a você: não somos bons em tudo, conhecer seus limites, batalhar fortemente por aquilo que deseja, aprender com os erros, novas perspectivas sobre a vida.
O fracasso é ruim, tenha medo que aconteça. No entanto, ele não deve ser uma desculpa para você não fazer o que quer, pode e merece, menos ainda fazer desistir do seu propósito. Mas sim, pode ser uma boa aposta de como fazer certo de maneiras diferentes até conseguir.
Pode ser que para muitos objetivos, precise ir de fracasso em fracasso até conquistar. Então, levante e vá!
Cintia Lima
Psicóloga, Mentora de Líderes e Master Coach
@psi.cintialima