É comum se escutar, e ler por aí, diversos pensadores pacifistas criticando o uso de armas de fogo pelo cidadão de bem, criticando o uso da força para se defender, enfim. Somos mais de 220 milhões de patrícios no nosso imenso país e, é claro, que por mais que se faça, é impossível para o Estado prover a segurança de todos nós, o dia todo, em qualquer lugar e a qualquer momento.
Me admiro, com pesar, quando vejo pacifistas, poderosos, defendendo o fato que não precisamos de armas e sim de Amor, Educação etc. Que seja! Mas, esses mesmos pacifistas andam cercados por seguranças armados e prontos para defendê-los. Mas, é claro! Ou será que todos os componentes da segurança do Papa, do Presidente dos Estados Unidos, por exemplo, andam com flores e não com armas de fogo? Claro que não pretendo estimular a violência gratuita, mas, defendo a visão que a violência, ou a disputa ou a concorrência são valores que todos trazemos desde o início de nossas vidas.
Lembram quando éramos espermatozoides? Nos concentrávamos, todos nós e nossos irmãos e irmãs, protegidos pelos testículos de nossos pais? Os espermatozoides, gameta sexual masculino, são produzidos nos testículos. Isso se sabe. E já estavam vivos? Bem, sim, porque se movimentavam, nadavam, enfim. E não, segundo alguns pensadores.
Mas, voltando ao nosso início: um belo momento, anos atrás, em uma situação normal, nossos pais e nossas mães decidiram realizar uma relação sexual. E o que aconteceu? Nós, ainda espermatozoides nos testículos paternos, fomos “avisados” que iria abrir a “porta de saída” e um, somente um de nós (claro que esta regra tem exceções), chegaria ao útero materno e, daí, a magia da vida iria transformar aquele espermatozoide campeão, em um adulto, que hoje lê este artigo, por exemplo. E quem não conseguisse? O que aconteceria com os espermatozoides que não chegassem em primeiro, posto que o útero e as trompas de Falópio de mamãe só admitiria (claro que esta regra tem exceções) um de nós? Simples: morreriam.
Claro que o prosseguimento de tal evento só ocorreria, nas condições normais, se mamãe não se utilizasse de uma decisão que só caberia à ela: o aborto. E não vou me aprofundar neste quesito, simplesmente porque sou homem, não sei a dor de uma gestação, mas sei o trabalho que dá criar um filho. Por isso, na minha visão, cabe apenas à mulher, e tão somente à mulher, decidir se segue com a gestação da vida ou aborta.
Não cabe à lei, ou decisão religiosa nenhuma. Cabe só e somente só, à mulher. E ponto final. E para estarmos todos aqui e agora, tivemos que correr (nadar) muito mais do que eles, nossos irmãos e irmãs. E assim fizemos. E estamos aqui. Eles morreram. Então, é lícito supor que nascemos em disputa? Nascemos em guerra? Sim.
Ou seja, se houve morte em disputa, é violência. Logo, a nossa vida foi iniciada por uma disputa, uma concorrência, cujo prêmio seria simplesmente a vida ou, ao contrário, a morte. Assim, eu me pergunto se estas manifestações pacifistas tem a ver com a nossa realidade de vida ou tem cunho político-partidário? Não enxergo a violência com bons olhos, mas ela existe! Sempre existiu! E se nós tivemos que lutar, ainda como espermatozoides, para estarmos aqui, agora, porque nesta fase da vida, devemos evitar o uso de armas? Nossa vida é o maior bem que possuímos. Sei que nosso patrimônio físico pode ser obtido de outras formas, se perdêssemos para um meliante.
Mas, será que permitiríamos que nossas esposas e filhas fossem estrupadas, na nossa frente e, também, nesse caso, estaríamos proibidos de usar uma arma para defender a família? Claro, não pretendo me inserir nos pormenores jurídicos e legais, apenas estou sendo genérico. Mas, se pensarmos, veremos que realmente fomos criados em um mundo de violência, desde o princípio.
Em tempo: não sou contra e nem a favor do aborto. Isso é decisão da mulher, e ponto. Então, finalizando, estamos vivos porque merecemos, devido à nossa vitoriosa corrida ao útero; fomos concebidos por uma relação sexual hetero; e nossas mães decidiram, sozinhas, não utilizar o seu direito ao aborto. Fim!