16 de setembro de 2024

O básico da miséria

Durante um bom tempo, após o período quase milagroso em termos econômicos, do Plano real, quando se conseguiu tirar um sistema econômico de uma inflação de quatro dígitos para apenas dois, mesmo passando por períodos de total desarrumação econômica causada por uma direção ideológica que não deveria interferir na economia, o Brasil não sentia em sua população um sintoma tão maligno quanto indigno e cruel: A FOME.

A pandemia veio em um momento altamente cruel e triste para o povo brasileiro, na medida em que houve uma aposta democrática de peso em um governo que deveria reverter o quadro de corrupção e desmandos que dominaram o nosso país por duas décadas, queimando nossas reservas e desviando nossas riquezas para republiquetas comunistas da América Latina, em nome de um projeto que nasceu falido, de uma República Socialista, criada para alimentar o ego de um líder que usou o poder para sugar o Brasil até as raias do impossível.

Quando os projetos de reformulação, política e econômica começaram a ser implementados, enfrentando barreiras de todas as formas tamanhos e cores, a força com que tudo vinha acontecendo teve que ser modificada por conta da pandemia, que iniciou lá pelas bandas do Oriente e se espalhou pelo mundo de forma devastadora, destruindo sonhos e impedindo projetos. 

A política brasileira que por natureza já é radicalizada, passou por um processo de radicalização exagerada e exacerbada, com o antigo regime tentando fazer valer a a cartilha do “politicamente correto”, quando conseguiram, em nome de uma suposta justiça social, fatiar completamente TODA A SOCIEDADE BRASILEIRA. A divisão entre negros e brancos, homens e mulheres, homo e héteros, virou tudo motivo de judicIalização das relações humanas em um país que passou a buscar sua identidade imitando modelos de sociedades consideradas melhores, sem motivos que justificassem o ranking;

Esta sociedade exatamente é o Brasil, país que luta contra o Covid, ao mesmo tempo em que ainda existem pessoas que são aterrorizadas, estimuladas a não se vacinarem sob o risco de se transformarem em jacaré ou coisa que o valha. Este é o país onde com tanta gente desempregada e passando fome, funciona o Congresso mais caro do mundo, com parlamentares recebendo benefícios equivalentes até a quinhentos por cento de seus salários base. E ainda por cima chegam ao cúmulo do absurdo de votar às escondidas, ao apagar das luzes da sessão parlamentar, um projeto de Lei aumentando um Fundo Eleitoral imoral.

Aprovar um Fundo Eleitoral de quase Sete Bilhões de Reais, em um momento onde brasileiros passam fome, morrem por falta de vacinas e remédios e o Estado busca meios para viabilizar os auxílios emergenciais, além do erro em si é um crime de ética e de falta do mínimo de decência. As esperanças vão ficando cada vez menores, à medida em que os brasileiros se defrontam com os desmandos do Superior Tribunal Federal, o STF, que vem jogando no lixo toda a honra e a história do judiciário brasileiro.

Em termos econômicos, a inflação voltou a assustar, trazendo com ela o perigo dos preços altos e da perda do poder aquisitivo da população, principalmente aquela de mais baixa renda. A pandemia não podia ficar de fora desta situação e o surgimento da variante Delta, matando mais pessoas e fazendo ressurgir o medo em várias nações no mundo, provocou instabilidade entre os investidores e a queda nos índices das bolsas foi inevitável, assim como o aumento do valor do Dólar em relação ao Real. Neste caso, se a situação já estava ruim, só piorou, deixando todos nós à espera de um fato salvador que possa minorar toda esta desgraça.

Orígenes Martins

É professor, economista, mestre em engenharia da produção, consultor econômico da empresa Sinérgio

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