22 de novembro de 2024

O Desenvolvimento Econômico e a Inteligência Artificial

Nilson Pimentel (*)

AI (artificial intelligence) will go on to become the most transformative technology humanity has developed so far. Its impact on our development as a species will be even greater than that of fire or electricity.(Sundar Pichai – Google CEO)Como área de conhecimentos científicos da Economia não podemos nos furtar de análise dos últimos fatos e ocorrências havidas no Brasil que fazem referência aos aspectos que envolvem elementos da área e que fazem ligação com o sistema econômico que impacta a vida cotidiana da sociedade, o crescimento da taxa de desemprego, o embate entre governo federal e Banco Central, a crescente informalidade das atividades econômicas no sistema brasileiro, os aspectos econômicos da União Europeia e dos Estados Unidos, a Guerra Ucrânia X Rússia, as relações da China com as demais economias globais, as manifestações desastradas do presidente do Brasil (como: “os livros de Economia estão ultrapassados”, “os USA (Estados Unidos) e a EU (União Europeia) precisam parar de incentivar a guerra – parar de fornecer armas”, dentre tantas), atrito entre desenvolvimentismo e ambientalismo no governo, ministro da Fazenda querer discutir Política Monetária, etc,etc,etc. E ainda mais o papelão que o presidente passou em Hiroshima no Japão no Congresso anual do G7, quando ignorou a presença do presidente da Ucrânia, fingindo ler algo na mesa, se furtando a falar com aquele mandatário. Continuando sobre o tema do artigo, quando o CEO do Google, afirmou que “a IA (inteligência artificial) vai continuar caminhando para se tornar a tecnologia mais transformadora que a humanidade já desenvolveu até agora e, seu impacto no desenvolvimento como espécie será ainda maior do que o do fogo ou da eletricidade”. Afirmação ambiciosa, uma vez que a IA já está sendo utilizada para enfrentar as mudanças climáticas, exploração do espaço, até no tratamento do câncer, haja vista que seu potencial é de um espectro amplo e variado. Os avanços em novos desenvolvimentos de instrumentos tecnológicos avançam e empurram limites, chegando à modelagem da linguagem de máquinas como processos em que as máquinas entendam e se comuniquem em uma linguagem que entendemos – ou mesmo pegar expressões humanas e transformá-las em código de computador que pode executar programas e aplicativos, como o GPT-3, 4 e OpenAI, se tornando muito melhor na criação de códigos de computador, dando um grande passo para ser capaz de criar uma linguagem e manter conversas que são indistinguíveis das de um ser humano. A economia industrial atual gera um enorme desperdício, ao invés de manter o atual padrão “recursos naturais-produzir-desperdiçar”, se pode alterar o sistema, no qual o desperdício possa ser reduzido, sendo que o crescimento econômico seja dissociado dos recursos naturais finitos, passando para uma dita economia circular. Assim, para melhorar o entendimento: isto acontece na natureza – uma árvore cresce com a energia do sol e com os nutrientes no solo e, assim que ela morre também se torna solo para abastecer o crescimento de mais vida. Nesse modelo, tudo que é produzido – desde carros e refrigeradores, embalagens e roupas – precisam ganhar um novo propósito, renascendo e sendo usados de novo. Portanto, a atual economia industrial construída ao longo dos séculos requer novas abordagens e um novo poder inovativo tecnológico. Assim, conforme pesquisas recentes, realizadas por Ellen MacArthur Foundation e a McKinsey & Company, a IA (Inteligência Artificial) não só pode acelerar essa mudança para um futuro mais sustentável, mas também pode gerar mais valor. A IA está introduzindo e auxiliando empresas compreenderem e analisarem dados para tomada de decisões complexas, notadamente, indústrias de alimentos, de eletroeletrônicos de consumo, nas quais o valor da IA começa a ficar mais claro. Como no projeto Accelerated Metallurgy (“Metalurgia Acelerada”) – conduzido pela Agência Espacial Europeia junto com um grupo de fabricantes, universidades e designers líderes em suas áreas – usou a tecnologia de IA de maneira rápida e eficiente para produzir e testar novas ligas metálicas, que podem substituir produtos químicos danosos e materiais menos duráveis, para produzir produtos mais duráveis que mantenham seu valor por mais tempo, ou então para que possam ser reutilizados. Também, pode otimizar a infraestrutura, os produtos após o consumo e descartá-los, se pode criar uma melhor infraestrutura, que permita usar esse itens mais e mais vezes. Vejamos assim, aparelhos eletroeletrônicos, eletrodomésticos e veículos poderiam ser adquiridos por aluguel e/ou devolvidos para revenda, e/ou para a refabricação para que praticamente nenhum material cru ou novo precise ser extraído da natureza, exigindo maior eficiência na reutilização, nos reparos, na refabricação e na reciclagem dos produtos. Então, a IA pode ajudar a aumentar o valor desses modelos de negócio combinando dados históricos e em tempo real para ajudar na tomada de melhores decisões sobre previsão de preços e demanda, manutenção preventiva e gestão inteligente de estoques. Dessa forma, maximizar novos modelos de negócios, esses novos modelos de negócios precisam mudar, priorizando a eliminação do desperdício. Ressaltando que com um algoritmo de IA, a empresa consegue determinar com rapidez preços competitivos para o vendedor, enquanto ela mesma ganha uma boa margem no mercado, bem como, enfrentar esses complexos desafios globais requer novos talentos, novos conhecimentos e habilidades, capacidades em design, negócios, teoria de sistemas e ciência de dados. Como recomenda o representante-residente adjunto do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil), “a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o setor privado como um todo é estratégico para alcançar os  ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e avançar com a Agenda 2030 no Brasil. Juntos se pode reverter esses desafios criados pela atual economia do “pegar-produzir-desperdiçar”, criando um mundo circular feito de abundância”. “E chama a atenção para se promover uma industrialização inclusiva e sustentável, fomentando a inovação. Neste contexto, a IA pode transformar os negócios, a economia e a sociedade, como uma ferramenta de desenvolvimento tecnológico útil para ajudar o país na recuperação socioeconômica”. Atualmente, o grande desafio de todos os setores é, manter o desenvolvimento e crescimento, sem depender exclusivamente dos recursos escassos, mas fazendo isso de maneira inovadora, menos impactante e de maior sustentabilidade, tanto ambiental quanto social, identificando novas formas e meios de produção e otimização dos recursos naturais escassos. De acordo com o relatório da  Microsoft chamado “How AI can enable a sustainable future”, estima que em 2030 o uso de IA em ações ambientais poderá contribuir com US$ 5,2 trilhões na economia mundial, criando 38,2 milhões de novos empregos ao redor do mundo e reduzindo gases de efeito estufa em 4%.
(*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador Sênior, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

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