No dia 19 deste mês é comemorado o Dia do Esportista e nós temos um enorme potencial humano na área, mas nem todos conseguem galgar lugares de destaque em suas modalidades de atuação, em grande parte das vezes devido à falta de oportunidades. Temos tido melhoras neste cenário ao longo dos últimos anos, mas ainda estamos longe da mudança necessária e profunda desta realidade.
Este ano está prevista a realização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024, sediados em Paris, França. O Brasil será, inegavelmente, destaque na competição, tendo protagonizado ao longo da história destes torneios, grandes performances, mostrando ser um país de vocação expressiva para o esporte em geral. Nas Olimpíadas o nosso país, mesmo com a ausência de políticas públicas de Estado no âmbito esportivo, tem sempre um bom desempenho, levando em conta as dificuldades que os atletas enfrentam em nossa Nação para conseguir treinar e se preparar adequadamente. E no Amazonas não é diferente. Há um enorme potencial nas mais diversas modalidades.
As políticas públicas de esporte não se restringem unicamente aos de alto-rendimento, mas da prática desportiva como aliada da saúde pública e como política educacional e social também, uma vez que os exercícios físicos contemplam o ser-humano nos mais diversos aspectos físicos e emocionais. Este é um tema pacificado e reconhecido pelos profissionais da saúde e por boa parte da sociedade. E o esporte, nas suas mais diversas modalidades, traz benefícios para o corpo, para a mente, para a socialização e para a educação. Ele cumpre várias funções, como por exemplo: a prática individual exclusivamente para o bem-estar físico, a recreação/lazer, a educação e o alto rendimento. O povo brasileiro tem aumentado sua expectativa de vida, com a tendência de em breve termos uma população majoritariamente idosa. Contudo, não basta viver mais, é necessário viver bem; com saúde e com qualidade de vida. E o esporte tem um papel decisivo nesta questão.
A nossa Constituição, em seu Artigo 217 especificamente, abrange esta temática de forma ampla. A regra constitucional explicitou o dever que o Estado possui para com os cidadãos no fomento a práticas desportivas, tanto as formais quanto as não-formais; sendo este um direito de todos, com a necessária observância de questões como: – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento (Inciso I); a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento (Inciso II); o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional (Inciso III); a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. (Inciso IV). No Parágrafo 3 º ainda está escrito que: “O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social”.
A medicina preventiva está intrinsecamente ligada ao esporte, uma vez que grande parte das doenças que assolam a sociedade são oriundas ou majoradas pelos hábitos cada vez mais sedentários da população, somado a uma alimentação pouco saudável e nutritiva. Quanto maior for o investimento na promoção de práticas de exercícios regulares para todos os cidadãos, a perspectiva é que haja uma diminuição gradual no número de pessoas que necessitam de atendimento nos estabelecimentos de urgência e emergência em saúde. A realização de atividades físicas é indispensável em todas as etapas da vida, seja na infância (contribuindo para um desenvolvimento sadio), na fase adulta e na terceira idade.
Em todas as faixas etárias o hábito de se exercitar regularmente é sinônimo de vida saudável. São diversas as modalidades e as possibilidades que existem. É indispensável o papel que todos têm no incentivo à disseminação desta maneira de viver, em especial as autoridades, as instituições e os formadores de opinião. Esta é uma missão coletiva que, apesar de não ser uma tarefa simples (uma vez que é preciso trabalhar uma mudança cultural, de mentalidade e de incentivo), é perfeitamente possível e realizável, desde que haja comprometimento, conscientização geral, continuidade e estímulo de todos os dirigentes da Nação, não somente agora, mas permanentemente.