18 de outubro de 2024

O lúdico no mundo corporativo

Eu sei que alguns adultos tem verdadeira aversão quando falamos de lúdico no mundo corporativo e é por isto que resolvi escrever sobre este tema e desmistificar o assunto para transformar as experiências corporativas e um ambiente que posso chamar de divertidamente sério.

Para algumas pessoas, os jogos e dinâmicas empresariais possuem conotação puramente lúdica e de perda de tempo. Outro fator que corrobora para este pensamento é a crença de que brincar é o contrário de trabalhar, portanto, não é permitido no ambiente corporativo.

Crescemos com o conceito de que brincadeira é coisa de criança e em determinado ponto de nossas vidas, temos que deixar de lado a imaginação e a criatividade para dar espaço à performance. Com este modelo de pensamento, dividimos hora do lazer e hora do trabalho e parece que quando eles estão juntos a aversão toma conta.

Um outro problema percebido como rejeição na utilização do lúdico é quando conduzido de forma a gerar exposição ou ridicularização dos participantes e por este motivo muitos sentem-se extremamente incomodados quando chamado para um processo lúcido. É por isto que também é necessária uma boa facilitação e respeito dos indivíduos para não os colocar em uma situação que cause constrangimento.

Preciso dizer que lúdico não é sobre brincadeiras ou jogos infantis e que são importantes ferramentas para entreter, relaxar, sociabilizar, potencializar aprendizados e até mesmo melhorar a saúde nas diversas abordagens no mundo corporativo, educacional e por que não ministerial. 

Faço aqui um convite para que você reveja os seus conceitos considerando osseguintes argumentos:

  • O lúdico aumenta a possibilidade a experimentação, o que facilita a assimilação de conceitos devido ao maior grau de envolvimento pessoal.
  • As dinâmicas e jogos, por exemplo, eliminam as diferenças hierárquicas e possibilitam a vivência de papéis, permitindo a análise de situações sob novas perspectivas.
  • O lúdico cria um ambiente convidativo ao teste e o aprendizado acontece naturalmente, seja pelo acerto como pelo erro.
  • O lúdico apoia o desenvolvimento de diversos aspecto como: visão sistêmica, relacionamento entre áreas, tomada de decisão, protagonismo, trabalho em equipe ou mesmo aspectos cognitivos de cunho técnico.
  • No decorrer das atividades lúdicas, o adulto fica menos “armado” e seus comportamentos aparecem mais naturalmente, podendo ser avaliado, diagnosticado e conduzido para reflexões de aperfeiçoamento.
  • Durante atividades lúdicas, tanto na concepção como na implantação de novas ideias, a prototipação se torna uma maneira de converter a incerteza em risco gerenciáveis.
  • No decorrer das atividades lúdicas, as falhas são descobertas, e a tarefa possibilita testar novas soluções, se tornando uma agente da inovação.
  • Nas atividades lúdicas, a criatividade, capacidade de resolver problemas, toma de ação e demais soft skills aparecem e podem ser percebidas para o manejo individual e do time.

Espero até aqui ter estimulado você a tirar da mente a ideia de lúdico como infantil ou desnecessário para que use em suas interações com adultos nas mais diversas práticas, como com utilização de filmes, dinâmicas, estudos de caso, power point e demais recursos audiovisuais para gerar mais dinamismo e interação entre os participantes de suas palestras, reuniões, treinamentos e outros e assim agindo como estratégias que quando bem utilizadas atraem e mantem o foco da turma no conteúdo a ser abordado. 

Podemos ir além, podemos entrar na gamificação como o algo a mais para manter vivo por mais tempo o interesse o aprendiz e tornar as aulas, cursos, treinamentos, workshops, oficinas e outras fontes de troca de conhecimento um momento interessantíssimo e agregador para o dia a dia de todas as pessoas envolvidas.

Profissionais de educação, psicologia, recursos humanos, coaches, mentores, profissionais de saúde e assistência social devem estar sempre em busca de novas formas de evoluir seus atendimentos e treinamentos conseguir resultados mais efetivos e é o lúdico que tornará real este processo.

Atendendo este cenário, a gamificação se coloca como técnica que efetivamente mantem a equipe focada e melhora o desempenho geral nas atividades propostas e é por isto que tem ganhado força em todos os seguimentos e para todos os públicos ou temas a serem abordados, pois com os jogos a pessoa fica realmente atraída por participar ativamente, mesmo que os não são eletrônicos ou tecnológicos.

Este é o caminho do lúdico com práticas da andragogia (ciência que estuda o aprendizado do adulto) e mecânicas da gamificação que serão capazes de tornar sua atuação diferenciada, com maior engajamento e resultado garantido.

Para que uma atividade lúdica seja efetiva desta forma, é necessária sua elaboração com propósito específico e um entendimento da equipe e cultura onde será aplicada. Um bom “playful designer” (desing lúdico), entende o ambiente e identifica quais intervenções são necessárias para atingir os melhores e mais duradouros resultados.

Se você estiver com um jogo bem construído, alinhado ao contexto e ao conteúdo a ser utilizado, sua gamificação será bem recebida, reconhecida e elogiada tanto pela interação, quanto pelos resultados alcançados.

Nada melhor do que o uso de ferramentas disruptivas que preconizem o envolvimento emocional das pessoas para fazê-las sair de sua zona de conforto, pensar diferente, criar novas soluções ou mesmo desenvolver novas competências.

Cintia Lima

Psicóloga, Mentora de Líderes e Master Coach

@psi.cintialima

Cíntia Lima

é Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional [email protected] - 92 981004470

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