Bosco Jackmonth *
A série Abordagem Histórica Sobre o Porvir, da lavra desta estação de escritos semanais, fez anotar no segmento XX que a estava interrompendo pois na busca se agilizar a sua conclusão visando a publicação de um livro e tendo outros assuntos a serem divulgados simultaneamente, na verdade passaria a permear as matérias tal como começou com a titulada “Um caso Especial” e segue agora com esta.
Como já se disse antes, o escritório é de advocacia trabalhista mas aceita casos de separação judicial, como o narrado e cuida agora deste, a saber: Geralmente o desarranjo acontece por volta dos 40 anos, exatamente na chamada idade da razão. É que brota uma insatisfação generalizada que alcança as coisas e pessoas que compõem a rotina. Daí vem um questionamento também amplo que se debruça sobre a profissão, o modo de vestir, o comer, o lazer e outros quitais.
A auto indagação mais importante, contudo, é sobre se vale ou não a pena continuar casado. Em geral essa crítica resulta na escolha do não. Aí, vitorioso o não, começa toda sorte de terrorismo para bombardear o lar que costuma ser substituído pelo bar doce bar, nestes casos.
Para fortificar a decisão separatista os insatisfeitos costumam esgrimir em casa com os exemplos dos casais das novelas e seus temas no que for conveniente à sua causa, bem entendido, assim como acostam como reforço ao seu anseio de liberdade uma literatura do tipo A Arte de Separar-se, um best-seller de certo convincente escritor italiano. Não tem como êsse livro!
Pode-se inferir que por trás dessa onda toda estejam algumas celebridades de plantão dando exemplo. Nem sempre. A esse frenesi todo a ciência dá o nome de climatério que corresponde mais ou menos à menopausa feminina. Não se tem notícia se ao homem se atribui aquele sem senso, e se os sexos do meio têm suas inquietações típicas. Alguma coisa como climapausa ou, quem sabe, menotério. Não vem ao caso: não há o propósito de citar nenhum despropósito.
Separados, de fato ou de direito, os caras coroas experimentam então uma especial fase de liberdade. Não sabem bem o que fazer com essa tal leveza, mas consumistas como todos e elo que são da sociedade de consumo, acabam por descobrir e comparecem em noites tais nos locais dançantes.
Pronto. Ali parece-lhes que a felicidade de tem cores e sons. E sobretudo fachadas atrativas. Descobrem então, segundo concluem que andaram perdendo um bom tempo na vida. Aí, do samba canção e do bolero do passado para os fricotes, lambadas e o mais da atualidade é um pulo, literalmente. Naquele ambiente mágico que passa a frequentar com assiduidade, descobre um dia a pessoa com quem sempre sonhara: a alma gêmea. Aí começa tudo de novo. (Continua).
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Advogado empresarial (OAB/AM 436). Ex-funcionário do Banco do Brasil, em Manaus designado como Fiscal de Bancos junto as agências voltadas para as atividades cambiais, à ordem do Banco Central, seguindo como escriturário na Agência Centro do Rio de Janeiro. Cursou Direito, Contabilidade, Comunicação Social (Jornalismo) e Lecionou História Geral.