Aristóteles Drummond
O PSDB precisou encolher para acordar para sua vocação e responsabilidade na democracia brasileira. Afinal, a dominação dos paulistas na direção nacional e rumos do partido o afastou da proposta de um centro moderno e progressista, aliando democracia, justiça social e desenvolvimento econômico com base no empreendedorismo, da livre empresa. Foi esta a proposta, desvirtuada pela presença de uma esquerda ressentida de figuras como Mário Covas, José Serra, José Anibal, que, na verdade, não seriam uma dissidência do MDB, mas sim dos partidos mais à esquerda e ao populismo, como PT, PV, PCB, PSB e outros.
Com base na credibilidade de políticos como Franco Montoro e Fernando Henrique, o partido se afastou não só de seus ideais, mas também de seus bons quadros, como os mineiros herdeiros de Tancredo Neves, como seu neto Aécio. Ao longo do tempo, os tucanos paulistas insistiram em ignorar que Tancredo fundou o PP e só mais tarde é que se integrou ao PMDB, lembrando que respeitava os companheiros de oposição ao regime militar, mas não era marxista. Acreditava numa democracia social, harmoniosa, promovendo progresso com responsabilidade, eficiência e liberdade de empreender.
Agora, neste grave momento que o Brasil vive, o partido ressurge e trata logo de prestar justas homenagens a Aécio, que deu a Minas três mandatos de muito progresso e tem o prestígio nacional do avô, com as mesmas credenciais do bom senso, da sabedoria política e do pragmatismo na busca de uma democracia com bem-estar social. Sempre com paz, harmonia e desarmamento de espírito. Diria que Aécio é moderno no pensar, pragmático ao defender o que melhora o país e o povo, seja algo liberal, conservador, progressista. Aceita tudo que possa beneficiar o povo que sofre. Cabeça mineira que sempre teve a admiração nacional.
Vendo este quadro revanchista, esta divisão do país, no que Lula e Bolsonaro parecem almas gêmeas, é bom lembrar JK, que anistiou oficiais golpistas, nunca processou ninguém e sofreu com dignidade o afastamento da vida pública por capricho de um adversário, Carlos Lacerda, que, anos depois, arrependido, o procurou. E ele recebeu.
Animador este quadro de um partido que se renova com a grandeza de um reencontro com suas origens e que tem dois valores promissores no resgate do país em Aécio e Eduardo Leite, sem pensar olhando no retrovisor, mas sim para o futuro que o Brasil merece.
Aécio é dos mais experientes parlamentares, com biografia, dimensão nacional. Foi alvo de ardilosa trama, que não resistiu ao tempo para ser anulada.
Era a voz que faltava, as forças vivas da nacionalidade!