19 de setembro de 2024

O preço da opção pernambucana

Aristóteles Drummond

Não pode deixar de causar certa estranheza esses quase 40 anos de governos mais à esquerda em Pernambuco, que tem uma bela história de influenciar a vida nacional pelos seus grandes filhos. O Estado teve relevância  cultural, política, econômica ao longo da história, mas a presença nefasta de governos hostis ao investimento e orbitando em torno da esquerda estéril conseguiu rebaixar o Estado.

Pernambuco sedia hoje uma boa fábrica de automóveis, a do Jeep, com sucesso, o novo complexo portuário de Suape é significativo e a refinaria da Petrobras, apesar de ter  custado várias vezes  o orçamento, um fato consumado a ser positivo daqui para a frente. O turismo tem potencial.

No mais, a agricultura perdeu importância, o açúcar passou a ser insignificante e agora, com a chegada da água no interior, algo pode surgir além do vitorioso projeto Nilo Coelho, de Juazeiro, que leva justamente o nome de um de seus últimos governantes de qualidade.

Antes, um passo importante foi dado na educação no mandato de Marco Maciel, que pode ser considerado, com Gilberto Freyre, o Nabuco do século 20, pela cultura, patriotismo, integridade e dimensão histórica nacional. Marco Maciel, ao lado de impecável carreira política, foi um católico praticante na acepção da palavra. Muito jovem assumiu o compromisso de dedicar sua vida a servir aos menos favorecidos, em caso de juramento na capela na casa de sua madrinha, que nunca deixou de ser divulgado. Importante observar o custo para a sociedade de opções equivocadas.

O governador Cláudio Castro, do Rio, foi muito atual em recente entrevista ao se afirmar liberal na economia e com uma visão social pelo seu lado cristão, que se confunde com algumas teses da esquerda racional que ainda possa sobreviver entre nós. Esta posição fortalece as esperanças dos fluminenses de uma saída da crise, pois, hoje, o progresso anda de mãos dadas com um ambiente favorável ao investimento privado, que gera empregos e faz circular a riqueza. É preciso lembrar que devemos a formação de um operariado bem remunerado e protegido, especialmente em São Paulo, a JK, que criou a indústria automobilística e estimulou a siderurgia, atraindo capitais internacionais.

Pernambuco é uma prova de que, não fossem seus governos socialistas, uns mais outros menos, teria no cenário nacional uma posição muito mais relevante.  Ser pragmático como o governante fluminense é atender ao que interessa ao povo. Tema a ser meditado neste ano de renovação dos governos estaduais.

Aristóteles Drummond

É jornalista e presidente da Associação Comercial do Estado do Rio de Janeiro

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