A páginas tantas, asseguram os eruditos que o cotidiano dos homens em relação às mulheres alimenta também um grau razoável de bloqueio, de freio, um grau sensível de miséria. É, sim.
Se uma face significativa do cotidiano da miséria da emancipação feminina é a solidão associada à independência, sucede a do homem habita a insegurança e a covardia, frutos dos novos papéis e do sucesso das mulheres no mundo do trabalho.
Sustenta-se que os homens seguros têm se aproveitado da emancipação voltados para dividir custos do casal, como motéis, hotéis, jantares e viagens, no caso acompanhados de suas colegas de trabalho bem entendido vestidas de mini-saia e com a boca vermelha. Um achado!
Nos moldes, é um dos melhores do mundo, apesar da histeria a cerca do assédio, mas nem é tanto assim. É algo presumido, dando-se quanto mais mulheres no mundo do trabalho, mais haverá sexo no meio do expediente e mais histeria sobre assédio.
Mas, quanto mais jovem o homem hoje, mais recolhido. Sem atitudes ou pegadas, sem coragem de partir pra cima da mulher, amedrontado com a histeria contra o desejo sexual que assola o nundo heterosexual, muitos jovens mal conseguem dirigir a palavra a uma mulher embora esta esteja pronta para realizar seu desejo de mulher.
Sucede, a emancipação gerou no mundo do desejo heterosessual, acentuando a já atávica insegurança que os homens sempre tiveram em relação à mulher. Travados, se o medo de brochar se resolveu com uma passada na farmácia, o medo de bancar o desejo de uma mulher independente se tornou um verdadeiro pesadelo na vida de muitos homens. Se ele for menos bem-sucedido do que ela então…
Por isso, cursos dados a mulheres em busca de relacionamento ensinam que elas não devem falar de trabalho num primeiro encontro. Ao sinal de maior sucesso dela, o cara poderá fugir. Isso não significa que ele seja um idiota a priori ( apesasr de se suspeitar que o seja), mas sim que ele é um sujeito de sua época histórica.
Ademais, a ideia de que as mulheres são sempre umas insatisfeitas era compensada pela “segurança” social da dependência material e psicológica feminina. Superada essa dependência (pelo menos a financeira) a falsa segurança (que, na realidade, era mais falta de opção por parte da mulher em pré-emancipação) se torna um pânico de que ela será uma eterna insatisfeita. Uma mulher “segura” ainda seria mais insatisfeita, porque ela não poderia culpar mais o marido ou a falta de autonomia financeira com os responsáveis por sua insatisfação. Nada preencheria seu tédio eterno.
É de não se achar que a atávica suspeita de que o desejo da mulher seja impossível de ser preenchido(daí o tédio feminino ser um clássico) seja uma simples tolice. Mas, sem dúvida, a emancipação feminina piorou as coisas nesse sentido.
O mundo contemporânio é hostil ao amor, prefere investimentos mais seguros. As pessoas tendem a investir em si mesmas. A mesma solidão que acompanha a emancipação feminina dorme nas camas vazias dos homens perdidos entre seus novos suspeitos papéis e a capacidade de as meninas dizerem “não” com mais facilidade. O costume feminino de esperar que os homens adivinhem o que elas querem hoje se tornou ainda mais ameaçador.
Até aqui se deu voz a Luiz Felipe Pondé, posta no seu livro “Filosofia do Cotidiano”. Em seguida, cuidemos de outros variados doutos que se debruçaram sobre o fenômeno do “Sexo no Meio do Expediente”, visto que sendo uma forma de repressão, a interdição crescente ao sexo no meio do expediente tende a crescer como tara, antes de tudo, por conta do aumento crescente de mulheres no ambiente de trabalho. A revista Data Science tem revelado o crescimento da busca por parte das mulheres mais jovens por vídeos com violência sexual contra a mulher, o que indica, de partida, apenas uma fantasia. Mas a fantasia, como sabemos, é um alimento da vida sexual.
Assim como o empoderamento feminino pode ser uma das causas do aumento de busca por parte de mulheres mais jovens por esse tipo de vídeo erótico, o crescimento da interdição ao sexo no meio do expediente pode se constituir apenas num maior ruído contra uma prática que continua existindo. Acabará um dia?
A fantasia de se “comer” a gerente ou a secretária (ou fantasias semelhantes por parte de mulheres) não deixou de existir, assim como a realização dessa fantasia. “Colegas” de trabalho que se encontram em reconvenções corporativas fazem sexo no meio do expediente, ou à noite no hotel, após um dia de palestras e workshops. A expressão “o que aconteceu em Vegas fica em Vegas” ganhou autonomia no mundo corporativo para incentivar a relação silencioa entre os parceiros sexuais dentro da mesma corporação, por mais que tudo seja negado.
Lembremos também que aumentou o número de mulheres no mundo do trabalho, um dado fundamental, pois se antes existiam apenas as secretárias, agora existem também as gerentes, as colegas, as estagiárias, as sócias, as representantes, as clientes, as concorrentes, as advogadas, as médicas, as alunas da faculdade. À medida que aumentou o número de mulheres no mundo do trabalho, aumentou tambem o número de esposas infiéis.
O fenômeno é de mão dupla. A mulher viaja a trabalho e também faz sexo na outra cidade, onde ninguém a conhece. Claro que aqui conta o temperamento de cada um, mas, certamente, a ocasião faz o ladrão.
Não é de se esquecer que quando se coloca homens ao lado de mulheres, a possibilidade de prática sexual aumenta. O próprio ambiente de trabalho se trasforma num fetiche enquanto tal.
Fazer sexo com a sócia ou a colega de trabalho na mesa do escritório quando este está vazio pode ser uma das formas mais excitantes nesse mundo de patrulhas contra o desejo sexual, esse eterno desvio. É de se apostar no aumento do sexo no meio do expediente ao lado da histeria de denúncias contra o assédio sexual na vida profissional. É assim.
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É Advogado de empresas (OAB/AM 436). Graduado em Direito, Cursou Comunicação Social (Jornalismo), Contabilidade, Oratória. Lecionou História. É Articulista. Contacto: @boscojackmonthadvogados.com.br.