Sempre que procuramos uma loja para fazer as compras, avaliamos os produtos, os preços e as melhores condições de compra. Em outras palavras, procuramos um conjunto de fatores que somam o bom serviço. Quando procuramos um restaurante também o procuramos por seu produto, serviço, ambiente e também preço. Quando trabalhamos em uma empresa, queremos contribuir com alegria, que não provenha apenas do ganho. Admitindo ou não, todos preferem se sentir úteis, alegres e valorizados.
Assim, no país em que moramos, também queremos todas as facilidades públicas a que temos direito. Muitas das vezes, o poder público quer ser visto como realizador de grandes obras, mas se esquece de facilitar a vida dos cidadãos. Quase sempre, as facilidades que encontramos se referem apenas ao pagamento de impostos. O setor de arrecadação sempre é o mais lubrificado e, quase nunca, impõe empecilhos para facilitar a entrada de dinheiro. Só para citar alguns exemplos, há países onde a carteira de motorista é vitalícia e a licença do veículo só é paga na hora da compra.
Como dissemos, os homens públicos gostam de ser lembrados por suas construções, nem que seja de presídios. Não questionamos a obras de infraestrutura que são fundamentais, mas por outro lado, a vida do cidadão é a causa da existência do poder público. A burocracia é necessária, mas é prejudicial quando excessiva. E, se reparamos no por que dessa burocracia chegaremos a conclusão de que ela existe porque mentir não é crime. A fiscalização existe mais para controlar as informações falsas que para corrigir erros involuntários. Essa prática sempre exige mais pessoal, seja ele produtivo ou não.
No nosso querido país e nossas queridas cidades, a fiscalização da arrecadação é superior a da boa aplicação do dinheiro. Com toda a estrutura que existe, vemos obras que são mal feitas e, em alguns casos, até põe em risco a vida de populares. Em maior escala, novamente reparamos que mentir pode ser feio, mas a mentira nunca é criminalizada. perguntarão alguns: como criminalizar a ”mentira inocente”se roubos flagrantes não são? Esta constatação é apenas a comprovação de que aquilo que não é corrigido de pequeno, também não será quando é grande. “Mentiras são necessárias para se ganhar eleição”, diz um famoso político, usando franqueza. Na verdade, as necessidades de mentir sempre estarão presentes, se estendermos a franqueza. Uma mentira sempre precisa de outra para se sustentar. Prometer apenas pela necessidade eleitoral, isto é, enganar para obter votos, vai exigir justificativas no futuro para o não cumprimento das promessas.
Enfim, os governos deveriam construir a grande obra da facilidade de vida. Afinal, como já dizia o grande Mllôr Fernandes: “Governo quando funciona, ninguém nota”. Estávamos no início do estágio de Mais Brasil e Menos Brasília, quando uma canetada de Brasília quer interromper tudo. Querer permanentemente os ovos da galinha, tirando-lhe parte da nutrição não funciona é o caminho certo para o fracasso. Por outro lado, facilitando a vida dos cidadãos e, por tabela, das empresas, sempre será a fórmula correta de atingir o progresso. (Luiz Lauschner)
