No Brasil, é carnaval de janeiro a janeiro e não tem jeito. Com pandemia ou sem pandemia, o povo dança. Agora, tem a OMS – Organização Mundial do Samba que dá o tom desencontrado ao desfile na avenida.
O Amazonas segue no grupo especial, e a Comissão de Frente de Combate à pandemia se diz num balé sincronizado; tem o cargo “abre alas e fecha alas e salve-se quem puder”, tem o bloco dos “fura-filas” e, logo atrás, vem os “vacina sim, vacina não”. A bateria se acomoda e a Rainha, peito aberto, rebola, “imparcial”, em um show envolvente, elege o bem e o mal, e os injustiçados que rodem a baiana sem parar, porque o carnaval não tem data para acabar.
Há os efeitos especiais do lockdown: comércio fechado, enquanto a circulação do povo na rua segue solta. Livre, sem fiscalização, no meio da aglomeração, o povo canta: “daqui não saio, daqui ninguém me tira…”. Os fiscais, muito educados, estão, com o comércio e os trabalhadores, ocupados, para o conforto dos foliões! O bloco dos “falidos venceremos” segue entusiasmado. Vem a rapaziada da alegoria “preciso sobreviver” em contraponto aos sambistas do ”preciso ficar confinado”.
Nessa festa, não falta o carro “BR-319”, eternamente parado, para a alegria da escola concorrente, a dos “ambientalistas” que dançam, ostentando, no luxuoso carro “Salve a Amazônia”, e tascam o refrão “Amazônia, minha amada, mata amada, permaneça isolada…”. Segue a evolução, novas cepas, terror e pânico que não dão tempo da vacina trazer nem alegria nem harmonia.
Porte sua bandeira e respeite as dos outros brincantes, afinal, cada qual é quem sabe o quanto o sapato lhe aperta quando samba. Após a maratona carnavalesca, quem sobreviverá? Talvez, os organizadores da “festa”, e os velhos malandros que se aproveitam mais do que todos desse “carnaval”.