Entre as instituições com história relevante em nosso país, nos homens e nos valores, certamente a Marinha do Brasil, criada por D. João VI, é destaque que precisa ser sempre lembrado para as novas gerações e, em especial, os que ingressam na nobre carreira.
Os mais ilustres brasileiros em todas as épocas passaram pelas suas fileiras, sendo muitas as famílias com tradição a seu serviço. Exame de seus ministros impressiona, pois o poderoso Conde das Galvêas foi seu primeiro-ministro e, depois, já no Brasil separado de Portugal, o notável Marquês do Paraná foi ministro, assim como seu filho, o segundo Marquês de Paranaguá. Na República, os almirantes Júlio e Silvio Noronha, pai e filho, assim como Conrado Heck e o filho Silvio. E no século passado, o grande brasileiro Augusto Rademaker, que foi vice-presidente da República e referência em seu tempo pela integridade e bravura cívica, comum filho oficial.
Entre os grandes vultos da nacionalidade, efetivamente tivemos militares notáveis como os patronos das três Armas: Tamandaré, Caxias e Eduardo Gomes.
O Marquês de Tamandaré, Joaquim Marques Lisboa, deixou um testamento que deveria ser transcrito na capa dos cadernos escolares para leitura e conhecimento de todos os brasileiros. Este gigante do caráter, honra, lealdade, pedia um enterro simples, sem honras, pois não queria ser alvo de homenagens por um regime que as negou a seu maior filho, o Imperador Pedro II. Quis que seu caixão fosse carregado por marinheiros combatentes da Guerra do Paraguai, negros alforriados.
Sua dedicação e brilho na vida militar começou muito cedo, tendo se destacado desde tenente e exercido funções naturais a um estadista como a intervenção brasileira no Uruguai para pacificar a então jovem nação irmã. Participou da guerra da Independência, da Cisplatina e, já almirante, foi destaque na Guerra do Paraguai.
Curioso o protagonismo da Marinha nos grandes eventos nacionais, e sempre do lado certo. Basta lembrar que, no equívoco histórico da Proclamação da República, o Almirante Barão de Ladário foi o único que tentou restabelecer a ordem e sufocar o golpe. No século passado, tivemos grandes políticos oriundos da Marinha, como Ernani do Amaral Peixoto, interventor e governador do Estado do Rio, deputado, senador, ministro de estado mais de uma vez e embaixador nos EUA. E o pai da energia nuclear no Brasil foi o Almirante Álvaro Alberto, patriota que presidiu a Liga da Defesa Nacional.
Feliz nosso país que tem forças vivas da nacionalidade sempre atentas e prontas a servir à ordem e ao progresso para que se tenha um Brasil uno, grande e livre, contra divisões e subversões.