Se vingar, a tarifação de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA pode diminuir as compras dos americanos, forçando a uma sobra dos produtos exportáveis no mercado interno brasileiro, caso não se consiga novos países compradores.
Para escoar o que estiver em estoque por não conseguir ser exportado, principalmente os produtos do agro, mas não somente, a prática mais comum é reduzir o preço interno para atrair a procura e escoar parte deste excedente.
Esta redução de preços e consequente aumento de procura é a conhecida lei da oferta e da procura, beneficiando diretamente o consumidor brasileiro, inclusive a cesta básica, o que ajuda também a reduzir os índices inflacionários.
O fato da taxação afetar diretamente o exportador do Brasil, o que de fato é um problema, não impede o benefício que o consumidor interno vai usufruir.
Assim, a manga, a carne, o café e a laranja, por exemplo, se perderem pedidos de compra dos EUA, poderão ser mais consumidos pelos brasileiros e com menor custo, o que certamente não era a intenção do presidente Trump.
A compreensível posição do governo brasileiro em rebater a medida unilateral norte-americana, de certa forma vai contra o benefício interno que a medida pode trazer à população do país.
A situação pode ainda estar apontando para um mercado interno potencial pouco explorado que, se desenvolvido a partir desta experiência dos 50%, tornaria os fabricantes nacionais menos dependentes do mercado externo, voltando-se para o mercado interno.
As lições foram passadas, e Trump ainda tem mais de 3 anos de mandato, sem considerar a reeleição…
(*) Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Contabilista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.