22 de novembro de 2024

Os incríveis veículos movidos à Hidrogênio – parte 3

Nos últimos artigos, o(a) leitor(a) conheceu casos inovadores de empresas produtoras de veículos leves ou de caminhões movidos à Hidrogênio (H2), agora arrume suas malas e voe em quatro empresas pioneiras que estão trabalhando para criar a era do H2 nos céus.

Ao longo dos séculos, muitos perderam suas vidas na busca pelo sonho de voar. Entre eles, destacam-se Otto Lilienthal e Percy Pilcher, engenheiros da aviação. Seus esforços, juntamente com outros como Santos Dumont e os irmãos Wright, pavimentaram o caminho para a aviação moderna. Graças a eles, em 2019, cerca de 4,5 bilhões de passageiros realizaram 42 milhões de voos comerciais em todo o mundo, evidenciando o impacto global da aviação. (Fonte: FlightRadar24 <https://tinyurl.com/yeuuru93>)

Apesar de sua importância, a maioria das aeronaves ainda é movida a combustíveis fósseis, contribuindo (11%) para as emissões de CO2 no setor de transporte. Por esse motivo, o novo desafio para os engenheiros não se resume mais apenas a voar com segurança, economia e eficiência, mas sim em fazê-lo de forma cada vez mais sustentável. 

Para enfrentar esse novo desafio, eis quatro empresas que já saíram na frente com o uso do H2.

Primeira) a ZeroAvia <https://zeroavia.com/

Empresa britânica que está na vanguarda do desenvolvimento de tecnologias de aviação movidas à H2. Seu objetivo é transformar a aviação comercial, substituindo os motores a combustão por sistemas de propulsão elétrica baseados em células de combustível de H2. Nesta página <https://tinyurl.com/2fhnzunx>, o leitor acompanha os testes conduzidos por eles. Por exemplo, após aprovação dos testes na pista em setembro/22, a aeronave de teste Dornier 228, com capacidade para 19 passageiros, decolou em 19/01/23 nos céus sobre os Cotswolds, na Inglaterra, com a hélice do lado esquerdo alimentada por um trem de força hidrogênio-elétrico, tornando-se assim a maior aeronave voada com propulsão hidrogênio-elétrica na época.

Segunda) Universal Hydrogen <https://hydrogen.aero/>

Empresa americana, cuja missão é “colocar a aviação em uma trajetória para cumprir as metas de emissões do Acordo de Paris, tornando os voos comerciais movidos a H2 uma realidade em um futuro próximo”. E segundo esta empresa, na manhã do dia 02/03/23, um avião (Lightning McClean) regional para 40 passageiros voou utilizando propulsão de célula de combustível de H2. Ele decolou às 8h41 do Aeroporto Internacional do Condado de Grant e voou por 15 minutos, atingindo uma altitude de 1 Km acima do nível do mar. O feito foi testemunhado por clientes americanos e europeus interessados em comprar estas aeronaves <https://tinyurl.com/4rka5bwc>

Terceiro) a H2Fly <https://www.h2fly.de/>

Empresa alemã que se destaca por desenvolver aeronaves movidas à H2. Em 07/09/23, ela anunciou <https://tinyurl.com/bdh8tkam> que completou com sucesso o primeiro voo pilotado do mundo de uma aeronave elétrica alimentada por H2 líquido. Realizaram quatro voos como parte dos testes, incluindo um voo de mais de três horas, utilizando a aeronave HY4, equipada com um sistema de propulsão a células de combustível de H2 elétrico e H2 líquido criogenicamente armazenado. Segundo a H2Fly, os resultados mostraram que o uso de H2 líquido dobraria o alcance máximo da aeronave de 750 km para 1.500 km, representando um avanço crítico rumo a voos comerciais de médio e longo alcance sem emissões.

Quatro) Airbus <https://tinyurl.com/2uehrywh>

A francesa Airbus está realizando testes por meio do seu projeto ZEROe, lançado em 2020, que visa desenvolver o primeiro avião comercial movido a células de combustível de H2 até 2035.  A empresa já realizou testes com modelos em escala menor e prevê que estes aviões poderão transportar de 120 a 200 passageiros em rotas de alcance médio.  E o avião de teste, A380 MSN1, está liderando os testes com várias tecnologias que serão vitais para trazer uma aeronave comercial movida a H2 para o mercado. 

E no dia 08/11/23, a Airbus anunciou que realizou um voo movido exclusivamente por um motor de combustão de H2 como parte de um teste para analisar os rastros de condensação de H2 ao longo da trajetória <https://tinyurl.com/45jpjbna>.

Diante do exposto, o que está faltando para o Governo Federal do Brasil e BNDES desenvolverem estratégia nacional para acelerar testes em nosso país envolvendo a EMBRAER e tecnologias de Hidrogênio?

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].

Veja também

Pesquisar