O que será que me dá
Quando eu voto querendo que vá melhorar
Quando eu voto pensando que eu vou acertar
Quando eu voto e acredito que agora vai dar
Prá que a vida que eu levo não me faça chorar
Prá que eu veja o meu filho e o teu filho crescer
Prá que eu possa um sorriso enfim lhes prometer
O que será que eu preciso de uma vez aprender
Prá que eu possa afinal evitar eleger
Os que não tem juízo.
Porque será que eu não tenho
Os meus sonhos e as coisas que me prometeram
Será que me usaram, me fizeram palhaço
Será que me conhecem de outros carnavais
Será que acreditam que eu não mudo jamais
Que eu sou mesmo um idiota e sou só um voto a mais
Até que os meus unguentos e toda alquimia
Me transformem no dono desta sinfonia
Que os outubros dos pares e a sabedoria
Acabem de vez com esta minha agonia
Que eu acredite que tenho uma cidadania
Que ela me brote a flor da pele.
(*) Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Contabilista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas