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Papo de bioeconomia é antigo e não resolve a urgência de alimentar 58% dos amazonenses

Essa entrevista está no Jornal A CRÍTICA do último fim de semana. O título é uma afirmativa do entrevistado, que é diretor do Instituto Amazônia 4.0, Dr. Ismael Nobre, que já vem recheada de questões políticas partidárias quando ele afirma que “…governo perdeu uma grande oportunidade nesses quatro anos…”.

Já votei em Bolsonaro, FHC, Lula e Dilma, mas afirmar que perdemos quatro anos é querer culpar exclusivamente o atual governo federal. Meu partido é o AmaZONAS, e não a Amazônia, mas sei que ajudando o AmaZONAS estou ajudando a AmazÔNIA. 

Jogar culpa só no último governo, nos últimos 4 anos, tá muito equivocado, pois o próximo governo federal, que assume em janeiro, também já esteve por anos no Palácio do Planalto, errou muito, corrupção ao extremo, mas deu oportunidades ao nosso crescimento, como os outros deram, nós é que não fizemos o dever de casa com os nossos guardiões da floresta, principalmente com o nosso interior, pois sabidamente o modelo econômico do PIM/ZFM não ultrapassou as fronteiras de Manaus. Por isso, o Amazonas chegou a 58% na pobreza.

Fico impressionado quando doutores falam em bioeconomia como se fosse assunto novo, e como a vida das pessoas fosse melhorar amanhã.

Fico impressionado quando doutores não falam uma vez sequer que o Amazonas não tem o seu ZONEAMENTO ECONÔMICO ECOLÓGICO, o famoso ZEE, instrumento que faz parte da Política Nacional de Meio Ambiente desde 2002, 20 anos atrás.

Fico impressionado quando doutores que deveriam conhecer o que significa o Pronaf não toca uma vez na entrevista que o Amazonas acessou apenas 0,08% dos R$ 42 bilhões deste ano. Fala em bioeconomia, mas o recurso federal do Pronaf não chega nem para a produção convencional, orgânica e agroecológica.

Fico impressionado quando doutores não mencionam uma vez sequer na entrevista sobre o Bolsa Floresta “miséria” que ficou 15 anos somente em R$ 50 reais mesmo tendo o Fundo Amazônia liberado recursos antes do atual governo federal.

Fico impressionado quando doutores não tocam, na entrevista, uma vez sequer em “crédito de carbono” no Amazonas preservado sabendo que o termo surgiu em 1997, dentro do Protocolo de Kyoto há 25 anos. O que fizeram nesse período? O caboclo fez, manteve 97% preservado! O caboclo manteve, não foi o ambientalista radical nem o modelo econômico do PIM/ZFM.

Fico impressionado quando doutores que falam em bioeconomia e não sabem que tem uma política federal para o extrativista que precisa apenas de uma DAP e uma nota fiscal para acessar os R$ 40 milhões disponíveis na PGPMBio do governo federal só este ano.

O nosso CBA que existe desde 2002, já passou por todos os governos que votei, e até agora não funcionou em prol de movimentar a economia do interior do Estado.

Meu partido é o AmaZONAS!

É muito fácil ter esse discurso de BIOECONOMIA como salvação tendo todo final de mês uma remuneração garantida, como eu tenho, graças a Deus.

Difícil é o guardião da floresta, os povos e comunidades tradicionais, o interior do Estado, continuar esperando pela bioeconomia, crédito carbono, REDD+, concessões florestais, ZEE e por aí vai….

É lógico que agregar valor ao produto é muito bom, mas se não estamos sendo eficientes para pagar nem o que é coletado pelo extrativista com recurso disponível e só precisando de uma nota fiscal e a DAP. Vamos fazer o “feijão com arroz”.

Nosso partido tem que ser o AmaZONAS, ou seja, os 58% de amazonenses que precisam comer diariamente, que estão na pobreza. Vamos descer do palanque e trabalhar.

13.12.2022Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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