Ressuscitou seu amigo Lázaro, irmão de Maria e Marta. Teve o poder divino em suas mãos. E curou muitas pessoas, inclusive cegos e paralíticos de nascença. Era capaz das maiores proezas, como acalmar tempestades e andar sobre o mar. E demonstrava uma sabedoria que alcançava o coração das pessoas mais humildes.
Filho de Deus. Generoso, misericordioso, justo e sábio. Nascido numa manjedoura de Belém, sua trajetória de vida inspirou e continua a inspirar bilhões de pessoas, de diversos credos religiosos, diferentes crenças e espiritualidades. Ele foi – é – ao mesmo tempo o mais humilde e o mais poderoso dos homens que já habitaram a Terra. Trouxe a Boa Nova do perdão, do amor, do sentido novo para a fé. E nos deixou tantos ensinamentos bons, que se fossem seguidos pela maioria dos habitantes de nosso planeta, não teríamos mais guerras nem tantas desigualdades, violências e injustiças. O mundo seria outro. De Paz.
Na Páscoa devemos contemplar, orar e refletir sobre o significado do renascimento Dele. Mas, antes, sobre Seu enorme sofrimento em sacrifício pela Humanidade. Sua morte na cruz reproduz a verdade dos homens: a maldade, a perfídia, a traição, a inveja, o egoísmo, a hipocrisia, a mediocridade, a cobiça. Sua ressurreição nos mostra o Caminho, como se referiam os primeiros apóstolos, para o Reino de Deus.
Tem sido desafiador celebrar nas famílias o significado da Páscoa. Não que os almoços fartos e os ovos de chocolate impeçam esta celebração. O problema maior é que essas e outras “distrações” nos afastam do cerne do Renascimento daquele mesmo Menino Jesus do Natal e que se tornou o homem mais importante da História. Simplesmente fica fácil esquecer que Ele é o Filho de Deus, que Ele também é Deus. E nosso liame com o Pai e o Espírito Santo.
Aqui neste mundo tão materialista e hedonista, um Ser de Luz como ele pode até parecer irreal. A fé pode ser obscurecida pelos interesses materiais, pelas vontades humanas, por nossas fraquezas. A busca da espiritualidade, como fizeram Francisco de Assis e outros iluminados, parece ficar restrita aos “deveres” religiosos ritualísticos. A maioria de nós nem isso. Uma minoria de nós se refugia diante do altar a fim de encontrar com o Divino numa missa ou num culto, ou até mesmo em encontros fraternos e orações em casa. Mas mesmo essa minoria, da qual faço parte, tem imensa dificuldade de, no dia a dia de suas existências, viver de acordo com os princípios cristãos.
Sim, é muito difícil, às vezes impossível manter a honestidade de propósitos dentro de um sistema tão corrompido, violento e desigual. Mas o que não sabemos, Ele sabe. E se erramos, mas queremos acertar, Ele nos auxilia. Desistir Dele é desistir de nossa essência mais profunda e transcendente. E se Dele não desistimos, podemos vivenciar o impossível se tornar possível. Não exatamente como desejamos. Mas como deve, precisa ser, pelo nosso bem.
Assim, com estas singelas reflexões, desejo que cada um de nós possa “renascer” espiritualmente com Jesus Cristo nesta Páscoa. Que nos permitamos ressuscitar espiritualmente, por meio de uma centelha de fé e a substância do amor. Que possamos ser “Lázaros” espirituais nesta Páscoa, chamados por Jesus para fora da caverna escura dos nossos medos, erros, dúvidas, maldades e fraquezas… Que possamos sair para a verdadeira Vida, iluminados por Deus, com a Luz de Jesus.
Feliz Páscoa!